O Perispírito ou Corpo Astral, Segundo Geley
Perispírito tem na Doutrina Espírita uma importância capital, constitui o
princípio intermediário entre a matéria e o Espírito, o meio de união entre a
Alma e o corpo, as condições necessárias para as relações entre o Moral e o
físico.
É composto á quinta essência dos elementos combinados das relações
anteriores. Evoluciona e progride com a Alma e tanto mais sutil é e tanto menos
material, quanto mais elevado e perfeito é o indivíduo.
O Perispírito assegura a conservação da individualidade, fixa os progressos
já conseguidos, sintetiza, numa palavra, o avanço do estado do ser. Serve de
molécula, de molde orgânico para toda nova encarnação, condensando-se no
embrião; agrupa em uma ordem dada, moléculas materiais e assegura o
desenvolvimento normal do organismo. Sem o Perispírito, o resultado da
fecundação não seria mais que um tumor informe.
O Dr. Gustavo Geley, diz: O Perispírito assegura também a sustentação do
corpo e suas reparações em idêntica ordem durante a perpétua renovação das
células. Sabe-se que o corpo se transforma por completo no espaço de alguns
meses.
Sem a força misteriosa do Perispírito a personalidade do ser variaria
constantemente em cada uma destas mudanças.
O Perispírito não está estreitamente aprisionado ao corpo do encarnado;
irradia mais ou menos fora dele, segundo sua pureza. Esta irradiação constitui o
que se chama aura. Inclusive, pode às vezes, mesmo em pouca proporção,
separar-se momentaneamente do encarnado ao qual só permanece ligado por ligeiro
fluido.
Neste estado de desencarnação relativa, o ser pode tomar conhecimento de
fatos ocorridos longe dele e demonstrar que possui faculdade anormal.
Se o Perispírito leva moléculas materiais consigo, em grande número, poderá
agir a grande distância e também exercer certa influência sobre a vista ou os
outros sentidos das pessoas que encontre em seu caminho; neste caso representa
exatamente o que se chama em termo espiritista, o duplo exato do seu corpo.
O Dr. Geley, diz: A Alma. Esta síntese compreende numerosos elementos que
podem agrupar-se nas categorias
1.°) elementos adquiridos em encarnações anteriores;
2.°) elementos adquiridos na encarnação atual.
No primeiro caso, são as recordações das personalidades passadas e o
conhecimento de todos os fatos importantes das existências sucessivas.
Esses elementos não estão na consciência normal; esquecidos na aparência, são
conservados integralmente pelo Perispírito. A consciência total, isto é, o
produto dos progressos realizados desde o começo da evolução.
A Alma : é a parte essencial da individualidade, a que constitui seu
verdadeiro grau de avanço e aperfeiçoamento ; é o eu real, que a personalidade
atual oculta mais ou menos. Toda nova encarnação a dissimula momentaneamente,
pelos elementos que leva consigo.
Da herança : A herança é dupla, física e psíquica.
A herança física é evidente e muito importante, visto que dela depende, em
parte, o bom estado do instrumento orgânico (dos Pais). A herança intelectual e
moral, quase sempre ausente (em absoluto).
Pelo que precede, vê-se claramente que a consciência normal de um ser
encarnado não constitui toda sua individualidade pensante. De acordo com as
teorias da ciência, a doutrina espírita, admite que a síntese psíquica é muito
mais extensa.
A Alma compreenderia uma parte consciente e outra inconsciente, ou melhor,
subconsciente ; esta última é, sem duvida, a mais importante.
Com efeito, admitindo a teoria das existências múltiplas, a parte
subconsciente da Alma compreenderia uma série infinita de recordações veladas
momentaneamente, mas gravadas no Perispírito.
A parte subconsciente compreenderia : a consciência total, o eu real, produto
de todos os progressos passados, e muito superior em todos os seres, avançados
do que o seu eu aparente.
Revista Internacional de Espiritismo – Julho de 1961