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Churchill, Espírita

Bem que diz Bernard Shaw “Uma biografia é uma fotografia mal revelada ou mal
focalizada”. De fato. Os biógrafos improvisados de Churchill, se põem em
evidência os incontestáveis méritos do grande estadista, de mistura com os primores
de seu estilo literário e o bom gosto que imprimia à pintura amadorista, esquecem-se
– deliberadamente, talvez – de salientar a outra face da personalidade dele: a que
diz respeito ao credo que professava.

Pois, é necessário que proclamemos, sem receio de contradita: Winston Churchill
era espírita convicto. A revista “Careta”, de 15.01.55, divulga que, por
ocasião da guerra dos Boers, cuja cobertura estava a fazer para o “Morning Post”,
certo dia, Churchill se achava perdido, no interior da África, sozinho, desarmado
e ameaçado por muitos perigos. Dedicando-se, já, aos estudos espirituais; mas, ainda,
preso de torturante ceticismo, resolveu apelar para o seu Guia Espiritual. Atendida,
de pronto, a sua prece, foi irresistivelmente guiado, reencontrando, facilmente,
o caminho e a segurança.

Desde então, Churchill, como seu colega Makenzie King, primeiro ministro canadense,
tornou-se fervoroso adepto do Espiritismo. Passou a consultar os Espíritos, sempre
que decisões importantes lhe eram reclamadas.

No Parlamento Britânico, foi uma voz altaneira, em defesa da causa espírita.
Ao que ele próprio declarou, notadamente, durante a última Grande Guerra, obteve,
mais de uma vez, a ajuda de um poder estranho.

Sua profissão-de-fé espírita, ele a fez, no Victória Hall, em maio de
1950, presentes Herbert Morrison, Stanford Crips, Clemente Attle e outras altas
personalidades políticas.

O grande jornal francês, “La Prense”, número 473, confirma a notícia, acrescentando
detalhes e finalizando com as seguintes palavras: “Feliz Inglaterra, onde
os homens, mesmo os que se encontram em maior evidência, têm coragem de tornar públicas
as suas opiniões”.

No final de sua jornada terrena, quase nonagenário, Winston Churchill era um
velho-moço, como se houvesse feito abluções na “Fonte da Juventude”.

Texto extraído do jornal “Tribuna Espírita” – janeiro/fevereiro – 1999.

(Jornal Mundo Espírita de Março de 2001)