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Natal segundo o Espiritismo

Retornando o pensamento aos dias de criança, que já se colocam algo
distantes, revejo as cenas dos natais que meus queridos pais me ofereceram: o
necessário presépio, a árvore com os presentes e o indispensável Papai Noel…
Eram expressões de seu amor para comigo; e como se esmeravam para que nenhum
colorido faltasse ao mundo de fantasias de minha infância ! A proporção que o
peso dos anos me vai vergando os ombros, mais e mais admiro o quanto
representaram para mim.

Eles nunca esperavam gestos meus, ou palavras, de reconhecimento, pelo bem
que me faziam; a recompensa de quem ama é a felicidade—e não a gratidão – dos
entes queridos. Mesmo assim, rudemente intelectualizado, uma espécie de remorso
me sobe à garganta, a se expressar nos olhos úmidos. A sabedoria dos pais
consiste na paciência da espera de que o fruto-filho amadureça e compreenda, de
forma tal que a paternidade termina por ser um prêmio por antecipação que o Pai
Maior outorga a cada ser-filho, a exercitá-lo para tarefas de maior envergadura.

Mais tarde, espírita já, meus filhos não conheceram nem o presépio, nem a
árvore de Natal, nem o velhinho Noel; só os presentes e as guloseimas
persistiram. Em compensação, subiam morro acima comigo, juntamente com a
“Mocidade Espírita João de Deus”, a distribuir com “os menos afortunados da
sorte”, como se diz, um pouco do que nos sobrava… Aquela magia que minha
infância conheceu, eles não viveram; forjavam-se noutra têmpera, de acordo com
os talentos que recebi. Te-los-ei plantado bem ?

E, no escoar dos anos que se sucedem, vou acompanhando, de um lado, a
progressiva massificação do conceito de que festejar o Natal é dar presentes
(geralmente inúteis), é fazer festas; por outro lado, no seio do Movimento
Espírita, a prudente e natural implantação de um Natal à moda espírita, num
fatal aprimoramento do que reza a tradição, se vem firmando.

25 de dezembro é um pretexto mais do que bom para se reconciliarem irmãos;
para se reexaminarem projetos que visem crescimento espiritual; para se vibrar
intensamente a luz do Amor Universal; para se programar um Natal-Permanente.

Exemplifiquem os pais para os filhos que Natal não é dia de se cumprirem
obrigações sociais, mas data convencionada para uma tomada de posição, rumo à
vivência de 365 dias por ano, dos postulados da Doutrina Espírita e da sabedoria
do Evangelho de JESUS !

Ajudemos a se consolidar O NATAL, SEGUNDO O ESPIRITISMO!

(REFLEXÕES DE NATAL – Demétrio Pavél Bastos)