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Parábola da Rede

Parábola da Rede

“Finalmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede, que foi lançada ao
mar e apanhou peixes de toda a espécie. Depois de cheia, os pescadores puxaram-na,
para a praia, e, sentados, puseram os bons em cestos, deitando fora os ruins. Assim
será no fim do mundo: sairão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os
lançarão na fornalha de fogo, onde haverá choro e ranger de dentes (Mateus, 13:47-50)”.

Em que pese à doutrina das Igrejas tidas por ortodoxas, que afirma seremos salvos
ou condenados segundo aceitemos ou rejeitemos a Jesus Cristo, pessoalmente, como
nosso Salvador, esta edificante parábola, a última de uma série de sete, proposta
pelo Mestre a seus discípulos nos ensina, uma vez mais, que nossa aceitação ou rejeição
no reino dos céus depende tão só e unicamente do cumprimento ou da negligência dos
nossos deveres de amar e servir a Humanidade.

A simples crença ou incredulidade no poder de salvação pelo sangue do Cristo,
em que essas Igrejas põem tanta ênfase, não têm a mínima influência na determinação
de nossa sorte futura.

Admitido que assim fosse, a maioria da Humanidade estaria perdida, pois o Cristianismo
só é conhecido e (mal) praticado por menos de um terço da população mundial.

A aceitação do Cristo como nosso redentor só tem eficácia quando se traduz em
um esforço sincero e constante no sentido de reproduzir o espírito em nossa própria
vida, ou seja, quando procuramos modelar o nosso caráter pelo seu, pautando nossa
conduta pelas diretrizes do Evangelho.

Aliás, todo o Novo – Testamento está repleto de passagens que estabelecem categoricamente
que o julgamento dos homens será baseado em seus feitos e não em sua fé.

A expressão “fim do mundo”, usada pelo Mestre, não deve ser tomada em sentido
absoluto, porquanto a Terra e todos os planetas do Universo são obras de Deus, e
elas não foram feitas para morrer.

Significa, apenas, o fim deste ciclo evolutivo da Humanidade terrena, com o desaparecimento
de todos os seus usos, costumes e instituições contrários à Moral e à Justiça.

E’ o fim do mundo velho, com suas confusões, suas discórdias, seus convencionalismos,
suas iniqüidades sociais, seus ódios, suas lutas armadas, e o advento de um mundo
novo, sob a égide da verdade, do bom entendimento, da lisura de caráter, da equidade,
do amor, da paz e da fraternidade universal.

Os anjos são os Mentores Espirituais deste planeta, que velam pelo seu destino,
aos quais estará afeta a expulsão dos maus: os açambarcadores, os avarentos, os
déspotas, os corruptores, os devassos, os desonestos, os exploradores, os hipócritas,
os ladrões, os libertinos, os maldizentes, os orgulhosos, os sanguinários, enfim
todos os que tenham feito mau uso de seu livre arbítrio e hajam malbaratado as inúmeras
oportunidades que lhes foram concedidas (através das reencarnações) para a realização
de seu progresso espiritual.

A rede representa a Lei de Amor, inscrita por Deus em todas as consciências,
e os peixes de toda a espécie apanhados por ela são os homens de todas as raças
e de todos os credos, que serão julgados de acordo com suas obras.

O texto é claríssimo nesse ponto não deixando margem a qualquer dubiedade: “…
e puseram os bons em cestos, deitando fora os ruins”.

Quando, pois, o ciclo se fechar à sorte dos justos será passar a um plano “à
direita do Cristo”, plano que aqui será implantado no correr do terceiro milênio,
constituído de almas cristãs, afeitas ao bem, onde fruirão de imperturbável felicidade;
e a dos maus, a de serem lançados na “fornalha de fogo”, símbolo dos mundos inferiores,
de expiação e de provas, onde terão que se depurar, entre lágrimas e dores, até
que mereçam acesso a uma esfera melhor.