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Resignação e Indiferença

Bem-aventurados os que se revoltam contra a injustiça, mas são resignados e
calmos.

Ai dos indiferentes, dos acomodatícios, dos covardes, dos servis, que em
proveito próprio aplaudem a injustiça!

Há muita diferença entre a resignação e a indiferença.

A resignação é a conformidade ativa nos inevitáveis acontecimentos da vida.

A indiferença é a submissão passiva às injustiças deprimentes.

A resignação é cheia de amor, de sentimentos nobres, de elevadas paixões.

A indiferença nulifica o amor, aniquila a nobreza d’alma, destrói as virtudes
e deprime a moral.

A resignação nas provas é obediência aos decretos de Deus.

A indiferença nos sofrimentos é dureza de coração e ausência de submissão à
vontade divina.

O resignado é santo, porque a resignação nasce da paciência, e a paciência é
filha dileta da Caridade.

O indiferente é um anormal: tem cérebro e não pensa; tem coração e não sente;
tem alma e não ama.

O resignado não aparenta sofrimento, porque conhece a Lei de Deus e a ela se
submete com humildade.

O indiferente também não mostra sentir a dor, mas, orgulhoso e alheio aos
ditames celestes, repele de si a ideia do sofrimento.

A resignação é excelente virtude, que precisamos cultivar; a indiferença é
manifestação do egoísmo, que precisamos extirpar.

A resignação é a coragem da virtude.

A indiferença é a covardia da paixão vil.

Aquela eleva, dignifica, enaltece, santifica.

Esta deprime, desmoraliza, deprava e mata.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão
fartos.”Bem-aventurados os que não se submetem às injustiças da Terra, nem
pactuam com os opressores, os vossos turibulários das altas posições!

(Parábolas e Ensinos de Jesus – Caírbar Schutel)