Mas isso é um passo e faltam muitos até chegarmos à alguma constatação da existência
dos fluídos por meios da física. Eu tenho estudado um pouco as interpretações da
teoria quântica tentando analisar as conseqüências para os conceitos espíritas.
Estou trabalhando numa futura publicação em que discuto que alguns destes conceitos
quânticos trazem conflitos com princípios espíritas básicos como a questão da causa
e efeito. Portanto, se por um lado a física quântica ajudou a mudar a mentalidade
com relação a matéria, precisamos ter cautela pois ela pode não estar em completo
acordo com o Espiritismo.
E a julgar pelo extenso debate que ainda temos hoje, sobre as interpretações
da mecânica quântica eu ficaria com o Espiritismo aguardando o desenvolvimento da
primeira.
Para dar um exemplo de que a gente tem que ser mais cauteloso com as nossas conclusões,
na revista Nature de 6 de fevereiro de 2004 foi publicada uma nota de divulgação
sobre alguns trabalhos sobre a tentativa de se medir alguma variação na velocidade
da luz em referenciais diferentes. Segundo esta nota, os cientistas bolaram um experimento
altamente preciso cujos resultados eram coisa do tipo 30 vezes melhor do que já
foi feito antes. Mesmo assim eles mediram que a velocidade da luz não se altera
com a diferença de referencial. Eles comentaram que isso tem forte implicações nas
teorias modernas de supercordas, por exemplo. Isto pois, segundo essas teorias (supercordas),
deve existir uma diferença pequena na velocidade da luz em determinados limites.
Como as medidas não mostraram essa diferença isso sugere que essas teorias modernas
(freqüentemente usadas para dar ênfase ao espiritismo) ainda não estão corretas.
(Publicado no Boletim GEAE Número 480 de 31 de agosto de 2004)