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Verdade, Realidade e Fantasia

A história que transcrevo a seguir, ouvi-a de Divaldo Pereira Franco. Ei-la, resumidamente
aos leitores:

  • Havia um reinado, onde Sua Majestade realizava uma grande festa para seus
    liderados, ali imperando a hipocrisia, o interesse disfarçado, o riso falso e
    a bajulação barata. No meio da festa, o porteiro recebe uma visita inesperada:
    uma linda mulher, jovem, e totalmente nua. Declarava-se chamar VERDADE e desejava
    falar com o Rei. O porteiro consultou o primeiro ministro que determinou fosse
    expulsa a incômoda visita, já que jamais poderia receber naquela festa a VERDADE,
    de vez que ali conviviam com a mentira, a corrupção e interesses outros, que iam
    da dominação à mediocridade.
  • Dona VERDADE voltou chateada para casa, mas procurou agora vestir-se como
    uma mendiga, apresentando-se novamente ao porteiro com roupas em frangalhos, suja,
    feia, rogando novamente uma entrevista com o Rei. Consultado novamente o primeiro
    Ministro, ordenou este novamente fosse expulsa a visitante que agora dizia chamar-se
    REALIDADE, pois que naquele ambiente não poderiam conviver com a realidade, já
    que viviam de fantasias e ilusões.
  • Dona VERDADE ficou abatida, mas não desanimou. Meditou durante longos minutos
    e resolveu voltar ao palácio, agora muito bem vestida, com apetrechos de beleza
    adornando seu rosto e roupas e ainda acompanhada por batedores, lindos cavalos
    e numa carruagem de impressionar. Apresentou-se ao porteiro e disse chamar-se
    FANTASIA. O porteiro, impressionado com a apresentação, nem consultou o primeiro
    Ministro. Simplesmente abriu os portões e permitiu a entrada de dona FANTASIA.
    O Rei e seu representante, impressionados com a beleza daquela mulher, interromperam
    o baile, chamaram os convidados para a apresentação da nobre visitante. Mas, ao
    tocar nas mãos da visitante para apresentá-la aos convidados, eis que ela se transforma,
    despindo-se totalmente para apresentar-se como a VERDADE que todos precisam conhecer.

Moral da história: A VERDADE às vezes precisa vir disfarçada com a fantasia, para
não ferir ou assustar. A REALIDADE muitas vezes cria duros embaraços. Observe que
o próprio EVANGELHO vem apresentado na embalagem das parábolas que trazem grandes
verdades para serem assimiladas. Porém, respeita a fragilidade humana que leva algum
tempo para assimilar os grandes ensinamentos. Assim também nos relacionamentos humanos:
a VERDADE precisa muitas vezes vir adoçada com alguma fantasia para que não percamos
a noção da felicidade. Que usemos a reflexão para as grandes VERDADES de nossa vida.