IV – Reunião de Assistência Espiritual
Essa reunião é pública e destina-se à explanação evangélica à luz da Doutrina
Espírita, aplicação de passes e atendimento fraterno através do diálogo.
A reunião se divide em três partes:
- Explanação do Evangelho, visando à reforma moral de seus freqüentadores;
- aplicação de passes e fluidificação de água, objetivando a mobilização de
recursos terapêuticos do plano espiritual às pessoas carentes deste auxilio; e - atendimento fraterno através do diálogo, objetivando atender às pessoas
que procuram o Centro Espírita em busca de orientação e amparo.
1- EXPLANAÇÃO DO EVANGELHO À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA
O desenvolvimento desse trabalho poderá ser realizado da seguinte forma:
- Composição de mesa Diretora da Reunião
a.1 – Dirigente da reunião
a.2 – expositor escalado com antecedência para a exposição de texto evangélico - Preparação do Ambiente Espiritual tempo aproximado em minutos recomenda-se
a leitura de página doutrinária espírita. (5) - Prece inicial
A prece inicial obedecerá a concisão e a simplicidade e será proferida pelo
dirigente da reunião ou por quem este indicar (2) - Explanação do Evangelho
Consiste na leitura e comentário, pelo expositor, de trecho previamente
programado de “O Evangelho segundo o Espiritismo”.(20 a 25) - Prece Final
A prece final obedecerá a concisão e a simplicidade e será proferida pelo
dirigente da reunião ou por quem este indicar .(2)
2 – APLICAÇÃO DE PASSES
Após a explanação do Evangelho, à luz da Doutrina Espírita e atendendo à
recomendação de Jesus “se impuserem as mãos sobre os enfermos eles ficarão
curados”, o passe será aplicado às pessoas que o desejarem, de acordo com o
seguinte esquema:
- O dirigente da reunião permitirá a saída do recinto, em silêncio, dos que
não sentirem necessidade de receber o passe; - para o início da atividade do passe, o dirigente, juntamente com os
médiuns passistas, fará uma rogativa ao Plano Espiritual, oportunidade em que
rogará, também, a fluidificaçào da água destinada aos necessitados; - a seguir, o passe será aplicado, individualmente, de preferência em
recinto próprio para essa tarefa; - o passe deverá ser transmitido com simplicidade, evitando-se a
gesticulação exagerada, a respiração ofegante, o bocejo continuado e o toque
direto no paciente; - prece final, proferida pelo dirigente ou por um dos médiuns da equipe, em
agradecimento aos benefícios recebidos.
3 – ATENDIMENTO FRATERNO ATRAVÉS DO DIÁLOGO
A casa Espírita é freqüentemente procurada por pessoas desejosas de obter
ajuda para a solução dos problemas com que se debatem.
Buscam o Templo Espírita, muitas delas, após esgotados os outros recursos e, por
isso, precisam ser ouvidas com atenção, a fim de se fundamentar uma adequada
orientação.
Para esse tipo de atendimento, é aconselhável constituir equipes de
trabalhadores, cujo número de componentes poderá variar para mais ou para menos,
em função do número de pessoas que buscam o Centro Espírita.
Os componentes das equipes deverão receber treinamento prévio, visando a:
- Familiarização com as atividades a serem desempenhados;
- uniformidade de atendimento;
- conhecimento das normas do Centro Espírita;
- desenvolvimento do trabalho de acordo com a orientação da Doutrina
Espírita e as normas do Centro Espírita; - aprimoramento e conhecimento do mecanismo do passe;
- conscientização do trabalho a ser realizado;
- conscientização da necessidade de preparação da equipe, através da prece e
leitura de um texto evangélico, antes do início dos trabalhos do dia.
O atendimento fraterno através do diálogo consiste em:
- Receber fraternalmente a pessoa que busca o Centro Espírita e
proporcionar-lhe oportunidade de expor livremente, em caráter privativo, suas
dificuldades; - dar-lhe após isso, as orientações e transmitir-lhe os estímulos de que
estejam precisando, podendo até, conforme o caso, oferecer-lhe ligeiras noções
doutrinárias, para a compreensão de seus problemas.
Este atendimento deve ser realizado antes da Explanação do Evangelho à Luz da
Doutrina Espírita. Se necessário, e havendo condições, poderá ser realizado
também durante o trabalho de passe, em recinto separado.
Convém destacar que o atendimento fraterno não deve ser obrigatório a todas às
pessoas que pretendam ouvir a explicação do Evangelho e receber o passe. Este
atendimento só será dado às pessoas que assim o desejarem.
4 – RECOMENDAÇÕES
a) Quanto a Explanação do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita:
- Indispensável se faz a lembrança ao dirigente de que deverá ser portador
de razoável conhecimento doutrinário e de conduta moral-evangélica segura,
para que possa inspirar confiança e respeito aos freqüentadores; - cordial e atencioso no trato co os assistentes e colaboradores do
trabalho, o dirigente deve buscar na humilde e no altruísmo as virtudes que o
auxiliem a vencer a vaidade e o personalismo, lembrando-se de que sua tarefa é
de igual importância à dos demais trabalhadores do Centro; - ao dirigente cabe:
- pedir silêncio e recolhimento a todos os assistentes antes do início da
reunião e após ela, para a realização da Segunda parte dos trabalhos;- observar a pontualidade para o início da sessão;
- cuidar para que o expositor escalado receba o programa mensal,
trimestral ou anual, elaborado pela direção do Centro, ou o tema a ser
exposto, com a necessária antecedência;- “interditar, sempre que necessário, a presença de enfermos portadores de
moléstias contagiosas nas sessões de assistência em grupo, situando-os em
regime de separação para o socorro previsto”(CE);
- os expositores serão regulamente escalados, lembrando-se de que os
predicados de seleção devem ser o necessário conhecimento doutrinário e a
capacidade de comunicação, sem exigência, no entanto, do Dom da oratória; - vale a lembrança da leitura prévia do trecho escolhido para o encontro e
sua conseqüente meditação, assim como possível anotações que auxiliem o
expositor em sua explanação.
b) Quanto as pessoas:
- Deve-se evitar a manifestação de Espíritos, durante o passe;
- os médiuns passistas não deverão atender a pedidos de orientação ou
consultas formuladas pelos enfermos, na hora prevista para a aplicação dos
passes; - o dirigente deve:
- pedir silêncio e recolhimento a todos os assistentes antes do início da
reunião e durante a aplicação dos passes;- receber os recipientes com água para ser fluidificada antes do início da
reunião e coloca-los em lugar apropriado;- admitir na equipe de médiuns passistas apenas os que já tiverem algum
conhecimento doutrinário e estiverem espiritualmente preparados para a
tarefa;- incentivar os médiuns passistas a participarem das reuniões de estudo
promovidas pelo Centro Espírita, principalmente da Reunião de Estudo e
Educação da Mediunidade;- incentivar os médiuns passistas e demais colaboradores a participarem
das Reuniões de Estudo Sistematizado da Doutrina
- quando o paciente estiver impossibilitado de se locomover sua residência,
a direção da Instituição ou do setor responsável por este trabalho tomará
providências para o seu atendimento. Neste caso o médium passista deve-se
fazer acompanhar por outros confrades preparados para esta tarefa; - como meta a ser atingida no tempo, deve o médium esforçar-se por
conquistar “grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de
sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé
vigorosa e profunda confiança no Poder Divino”. (“Missionários da Luz”- André
Luiz.)
c) Quanto ao atendimento fraterno através do diálogo:
- Com relação ao trabalho do Centro Espírita, na tarefa do atendimento
- Deve ele estar plenamente consciente e preparado para a tarefa;
- deve ser portador de razoável conhecimento doutrinário e de conduta
moral-evangélica segura;- não esquecer, jamais, que o aspecto principal de sua tarefa é o de ouvir
e orientar, carinhosamente, as pessoas que procuram o Centro Espírita em
busca de lenitivos para as suas dores e necessidades;- a afabilidade e a brandura deverão ser os veículos de seus
relacionamentos, uma vez que o entrevistado carece de calor espiritual para
seu amparo e segurança;- a simplicidade deve ser uma de suas características, visto que
favorecerá o fácil entrosamento com o assistido;- é seu dever moral-evangélico não julgar, tampouco comentar sobre as
pessoas que lhe buscam a palavra amiga, principalmente em função do papel
que desempenha;- deve ser pontual, estando presente ao local de trabalho alguns minutos
antes, afim de obter, através do preparo da prece e da meditação, o
necessário apoio do Plano Espiritual.
- Com relação ao local do diálogo:
- Sugere-se que o diálogo se estabeleça em local distante das demais
pessoas, visto que é necessário preservar na intimidade as aflições e
problemas do entrevistado, assim como evitar constrangimentos que possam
bloquear a conversação;- esse diálogo pode ser efetivado em recanto do próprio salão dos
trabalhos, antes do início das reuniões, dispensando-se instalações
especiais.
- Com relação ao diálogo propriamente dito:
- Ao orientador cabe, primeiramente, ouvir o assistido, buscando conduzir
o diálogo para aspectos que julgar importantes, com a única finalidade de
melhor orientá-lo em suas dificuldades e anseios;- deve fundamentar suas respostas na Doutrina, quando buscar esclarecer
sobre dificuldades da vida, razões e justificativas de graves problemas
etc., assim como no Evangelho, quando desejar oferecer consolo, apoio e
orientação, em bases fraternas e cristãs;- sugere-se recordar que o amor, o perdão, a sinceridade e a solidariedade
são as bases para o equilíbrio, ao contrário da inveja, do ódio, do egoísmo
e do desanimo, são as portas do desequilíbrio;- deve o orientador frisar que, apesar de sua melhora depender de vários
fatores, o mais importante deles é o esforço próprio;- sugerir a freqüência às Reuniões de Assistência Espiritual, nas quais o
assistido poderá receber esclarecimentos maiores, além da própria
assistência espiritual, e orienta-lo quanto ao programa disciplinar
existente no ambiente de trabalho de que irá participar.
Aplica-se a este Capítulo as “Recomendações Gerais”
a ele referentes.