Desta forma, são assinadas duas mensagens em O Evangelho Segundo o
Espiritismo, no cap. IX, item 7 (A paciência) e cap. XVIII, item 15 (Dar-se-á
àquele que tem).
Convidada pelos espíritos superiores a integrar a equipe do Espírito de
Verdade, que traria à Terra a Terceira Revelação, em verdade, iniciou sua
trajetória cristã nos tempos primeiros da Boa Nova.
Chamava-se então Joana , esposa de Cusa, intendente de Ântipas. Ouvindo
Jesus, encanta-se pela mensagem. especialmente por ser uma mulher que sofria ,
conforme nos relata pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, o espírito
Humberto de Campos, pela indiferença do marido.
Vestindo-se de forma simples, para não ser percebida, embora não deixasse de
o ser, Joana de Cusa em meio ao povo, nas pregações do lago, ouvia atentamente o
meigo Rabi. Absorve-lhe os ensinos e os segue.
Após a morte do esposo, necessita prover a sua e à subsistência do filho.
Torna-se serva em casa de família abastada que mais tarde se transferiria para
Roma, levando ambos.
Foi ali em uma tarde de agosto do ano 68 d.C. que Joana de Cusa foi
martirizada com seu filho e mais de quinhentos cristãos, que tiveram seus corpos
queimados de tal forma que as chamas iluminaram a cidade.
Quando , no século XII, o Sol de Assis brilhou entre os homens, Joana
retornou à terra tomando vestes femininas outra vez e servindo em uma das ordens
fundadas por Clara de Assis.
No século XVII ela reaparece no cenário do mundo, para mais uma vida dedicada
ao Bem. Renasce em 1651, em uma cidadezinha a 81km da cidade do México, San
Miguel Nepantla e recebe o nome de Juana de Asbaje y Ramirez de Santillana.
Aos três anos, aprende a ler. Aos cinco, faz versos. Aos treze anos, está na
corte mexicana, tão pomposa e brilhante quanto a corte européia e ali mostraria
seus dotes literários, escrevendo poemas de amor, ensaios e peças teatrais, que
até hoje são citados e representadas em programas de rádio e TV.
Como sua sede de saber fosse mais forte que a ilusão de brilhar na Corte,
ingressou no Convento das Carmelitas Descalças e, mais tarde, transferiu-se para
a Ordem de São Jerônimo da Conceição, tomando o nome de Sóror Juana Inés de la
Cruz.
Ficou conhecida como a Monja da Biblioteca, intercambiando conhecimentos e
experiências com intelectuais europeus e do Novo Mundo. Estudava, escrevia
poemas, ensaios, dramas, peças religiosas, cantos de Natal e música sacra. Criou
fama como pintora miniaturista, fez-se competente em teologia moral, dogma,
medicina, astronomia e direito canônico.
Aprendeu o latim e o português.
Morreu em 1695, aos 44 anos de idade, durante uma epidemia de peste na
região, após socorrer durante dias inteiros as suas irmãs religiosas enfermas.
Sessenta e seis anos após, ela renasceu na cidade do Salvador (BA), como
Joana Angélica.
Ingressando no Convento da Lapa, como franciscana, atestando o seu “ amor
de ternura infinita por aquele que é o irmão da natureza” (2), tomou o nome
de Sóror Joana Angélica de Jesus.
Foi a conselheira que, na calada da noite, deixava sua cela e se dispunha a
ouvir e aliviar as dores dos corações sofridos de muitas daquelas mulheres,
simplesmente trancadas no convento, por decisão familiar e que traziam a
tormenta na alma desejosa de viver de outra forma.
Em 1815 tornou-se Abadessa do Convento e, no dia 20 de fevereiro de 1822,
morreu “defendendo corajosamente o Convento, a casa do Cristo, assim como a
honra das jovens que ali moravam(…)”(2) , sendo “(…) assassinada por
soldados que lutavam contra a Independência do Brasil.”(2) Tinha 61 anos de
idade.
No dia 5 de dezembro de 1945, esse espírito amigo iniciou a orientar,
inspirar e manifestar-se mediunicamente através de Divaldo Pereira Franco. Em
1949, iniciaria seu trabalho de ensaio psicográfico junto ao médium. Várias das
suas mensagens figuraram nas páginas da revista “O Reformador” da Federação
Espírita Brasileira, em 1956, todas assinadas por “Um espírito amigo”. Nesse
mesmo ano, ela se revelaria como Joanna, e passaria a se assinar Joanna de
Ângelis, brindando-nos com sua primeira obra psicografada em 1964, Messe de
Amor. Depois dessa, sua produção tem sido incessante.
Por sua iniciativa, criou-se na Bahia, uma cópia imperfeita da Comunidade
onde ela estagia no Plano Espiritual, dando origem à Mansão do Caminho, iniciada
em 1947.
É esse espírito amigo que nos exorta na última mensagem da sua obra “Após a
tempestade”: “(…) E unidos uns aos outros, entre os encarnados e com os
desencarnados, sigamos.
Jesus espera: avancemos.”
Fonte bibliográfica:
1. Boa Nova, Humberto de Campos/ Francisco Cândido Xavier.
2. A veneranda Joanna de Ângelis, Celeste Santos e Divaldo P. Franco