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O futuro do centro

Para pensar comigo, amigo leitor: Qual dos Centros, sob sua observação, que
hoje vive o dinamismo próprio de nossa Doutrina? Qual o Centro Espírita que
progrediu, que está coerente com a proposta da Doutrina e que desenvolve amplo
trabalho de estudo e divulgação doutrinária, sem esquecer as também importantes
tarefas de assistência aos necessitados?

Que Centro Espírita pode ser classificado como um bom Centro Espírita, apesar
da imperfeição dos

homens que o dirigem? Qual Centro Espírita conseguiu alcançar altos índices
de harmonia em seu grupo, representando legitimamente o Espírito?

Qual o Centro Espírita que pode merecer a confiança de homens e espíritos
para o trabalho de propagação do Evangelho, de estudo da Doutrina e de
atendimento às diversas carências humanas?

O leitor deve estar curioso para saber onde desejo chegar. Por favor, não se
assuste. Sabemos todos que a perfeição não existe. Um Centro Espírita pode ter
grande qualidade numa atividade e estar absolutamente falho em outra. Um perfil
de Casa Espírita pode estar direcionado para a assistência social ou apresentar
fortes características de estudo e divulgação.

E convenhamos que todas as tarefas são importantes e necessárias.
Dificilmente encontraremos uma Casa Espírita que consiga reunir, ao mesmo tempo,
qualidade nos estudos, eficiente trabalho de assistência, amplo programa de
divulgação e mesmo manter perfeita harmonia e integração entre seus membros. Se
o Centro cresce numericamente, corre o risco de cair em qualidade. Se permanece
pequeno, não atua em outros segmentos. Portanto, e sem dúvida, cada Casa tem
suas características próprias, seu perfil…

Mas, voltemos à questão. Guardadas todas as devidas proporções e considerados
todos os aspectos de particularidades locais e diversidades sempre existentes,
voltemos a indagar: Qual o Centro, sob qualquer ótica e sempre considerando as
variáveis possíveis, que cresceu, se desenvolveu e alcançou bom nível para sua
estrutura particular?

É fácil responder. O leitor concordará comigo. É aquele que investiu na
Evangelização Infantil. Aquele que preparou suas crianças, seus jovens… Aquele
que não esqueceu de construir o próprio futuro. Esquecido o ensino espírita,
desprezada a vivência doutrinária para as crianças e jovens, condena-se a
entidade à estagnação.

A continuidade de uma casa, a base sólida de sua estrutura está na contínua
transmissão de sua filosofia de trabalho, na formação permanente de novos
trabalhadores e na integração bem cuidada da família espírita.

Isto sim garante o futuro, na seqüência natural de gerações. Esquecido o
investimento da formação doutrinária nas crianças, perde-se o elo de
continuidade. Toda criança atendida com carinho e recebendo o ensino espírita
desde pequenina, na Casa, tende a permanecer ou retornar a ela, garantindo sua
continuidade. Claro que, no suceder dos anos, muitos acontecimentos influem nas
vidas humanas, mas os verdadeiros laços nunca se perdem. E muito mais que a
vinculação com a Casa, fica o objetivo principal cumprido: estudar, divulgar,
viver a Doutrina. Para homens e espíritos, não importando a idade física em que
se encontrem…

(Dirigente Espírita – jul/ago/98)

Esquecido o ensino espírita, desprezada a vivência
doutrinária para as crianças e jovens, condena-se a entidade para a estagnação

(Jornal Mundo Espírita de Setembro de 98)