“O homem pode gozar na Terra uma felicidade completa?” – questão
920 de “O Livro dos Espíritos”
“— Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele depende
abrandar os seus males e ser tão feliz quanto pode ser na Terra” e completa
na questão seguinte:
“— O homem é na maioria das vezes o artífice de sua própria infelicidade.
Praticando a lei de Deus lei ele pode poupar-se a muitos males e gozar de uma felicidade
tão grande quanto o comporta a sua existência num plano grosseiro”.
A Terra ainda não é um lugar onde se possa pretender gozar a felicidade completa
já que é um mundo onde a vida ainda tem conotações de expiação, prova ou reparação.
Cada um porém, poderá usufruir de uma felicidade relativa ao seu grau de adiantamento;
vivendo conforme a lei de Deus. No respeito a essas leis – pode-se poupar muitos
males porque é na maioria das vezes o próprio ser humano causador do seu sofrimento
em virtude de suas imperfeições: a cobiça, a inveja, o ciúme, o desespero, a revolta,
angústia por carência de satisfação de necessidades e paixões.
A felicidade porém não depende de coisas exteriores, nem na posse ou falta dela.
Está nas alegrias da alma, fruto das lutas redentoras, dos labores de cada um. Assim,
é na trama da própria vida que nos cumpre criar essa felicidade.
Colocando-a sempre onde estamos, no momento presente – entendendo que na vida
o modo de entender, de agir, de reagir às situações trar-nos-á ou não momentos felizes.
Embora vivendo num mundo de expiação e provas – cabe ao trabalho de cada um sentir-se
feliz ou infeliz.
Nesse entender felicidade vai se constituir em paz e tranqüilidade espirituais
auferida pelo dever cumprido, na certeza de ter feito o melhor.
Vai estar na atitude correta perante a vida, a si mesmo e ao próximo.
A felicidade existe, é um fato e será pura, um estado permanente nos mundos adiantados
e naquelas pessoas que já alcançaram o progresso espiritual, quando não importa
o mundo e se estão encarnados ou desencarnados, mas constitui um estado íntimo da
consciência que traz claro em si que, em todas as situações apresentadas, deu o
melhor de si, doou-se completamente, para que o outro ficasse bem.
Daí a importância de estar atento, e a cada momento, nas várias situações que
a vida apresenta, fazer o melhor tendo Jesus como o indicador, modelo e guia para
nossas decisões.
(Jornal Verdade e Luz Nº 186 de Julho de 2001)