Amílcar Del Chiaro Filho
Houve uma época em que era comum as pessoas fazerem sessões mediúnicas para indagarem dos Espíritos sobre tesouros ocultos. O anedotário a respeito é grande porque nunca faltaram Espíritos levianos e médiuns inconsequentes para fazer indicações de locais para serem escavados e promessas de grandes riquezas aos que obedecessem cegamente as instruções. Por incrível que pareça ainda há pessoas que procuram os médiuns para indicações de tesouros, ou para revelações sobre loterias, corridas de cavalos, jogos diversos e até a ovação em algum vestibular de alguma Faculdade.
Hoje, porém, há um outro tipo de interesse que motiva os que procuram os centros espíritas: são as pessoas que vão em busca de curas para as suas doenças físicas ou psíquicas sendo que muitos maltrataram a saúde nas orgias e desequilíbrios diversos. O tesouro ansiado passou a ser a saúde ou a paz doméstica que está fugindo pela janela, ou então o sucesso profissional, a promoção tão almejada e acalentada e que não chega. Quem sabe os Espíritos podem dar um jeitinho, afinal de contas eles também foram brasileiros…
Geralmente quando essas pessoas são incitadas ao estudo ou ao trabalho edificante em favor do próximo, arranjam desculpas e se esgueiram rapidamente. Convidados a ouvir palestras norteadoras, enfadam-se e dormem. Estudo, de jeito nenhum. É o pior é que existem centros espíritas que permitem que essas pessoas permaneçam por muito tempo na fila dos passes sem a menor preparação mental.
O que esses cavadores de tesouros não percebem é que a Doutrina Espírita é como o campo da parábola contada por Jesus, onde havia um tesouro oculto e um homem vendeu tudo o que possuía para adquiri-lo. Logicamente a parábola tem uma linguagem figurada e mostra que os valores menores não devem superar os maiores. Mas para entrar na posse do tesouro espírita não é necessário fazer grandes sacrifícios ou desfazer-se das suas riquezas. O tesouro espírita está no conhecimento da Doutrina e para isto é preciso estudá-la e conhecendo-a, aplicá-la em nossas vidas.
Não adianta alimentarmos a ilusão que com alguns passes ou uma receita mediúnica a pessoa ficará curada, porque, se isso acontecer será a cura orgânica, ou seja, da casca, e não da essência, do ser espiritual que é imortal. O corpo, cedo ou tarde morrerá, como morreram os corpos de Lázaro, da menina filha de Jairo e do moço filho da viúva de Naim. Mas estes Espíritos, tocados pela sublime presença do Cristo e pela sua Doutrina, alçaram voo para o infinito, o voo dar liberdade.
Se você é espírita e sonha com facilidades vivenciais, pegue as suas ferramentas representadas pela disciplina, esforço, dedicação, estudo, aplicação e trabalhe o seu campo íntimo e ali descobrirá valiosos tesouros que são as suas potencialidades que devem ser transformadas em atos, isto é, devem ser atualizadas. Nos livros espíritas, mormente os de Allan Kardec, você encontrará o mapa que o levará a este tesouro.