A ideia de se pensar no ato de virar uma página de livro ou jornal, é bastante forte porque não é mais possível ver o que ficou na página virada.
Começamos a usar essa expressão figuradamente, há muito tempo, pela necessidade de ajudar as pessoas a se desligarem das coisas do dia-a-dia, voltarem-se para si mesmas, acalmando-se e abrindo espaço mental a fim de poderem estudar ou fazer uma prece.
Se veio na sua cabeça uma lembrança desagradável ou algo que o tira de seus propósitos, fora do que você quer no momento, faça esse gesto mental de virar a página, quantas vezes for preciso, com calma, sem dar importância a essas “intromissões”. Elas são fruto de nos largarmos de qualquer jeito, sem cultivar o auto-domínio; ou mesmo da falta de auto-observação. Mas podem também ser sugestões de Espíritos que não querem que mudemos de hábitos, porque se nutrem de nossas energias desequilibradas.
A Vida não tem nada de estática, mas ainda guardamos um entendimento equivocado de que as coisas são como são. Por isso, muitas pessoas se entregam ao que lhes vem à mente e jamais questionam o porquê de estarem pensando de tal maneira, o porquê de determinados pensamentos a “perseguirem”, o porquê das cenas mentais que surgem, sobretudo quando se propõem a fazer prece, estudar e participar de um curso espírita.
Mas “virando a página” cada vez que essas coisas ocorrem, vamos exercitar a posse de nós mesmos e a capacidade de escolher o que queremos e de repelir o que não queremos.
Ficar preocupado com a dispersão e com essa intromissão de assuntos, atormentar-se, forçar-se a sair disso, não resolve a situação; ao contrário, ela se fixa cada vez mais. Porque tudo a que damos importância, cresce e domina. Quanto mais nos “espancamos”, mais ficamos presos no mesmo lugar.
A atitude adequada é fazer de conta que não percebeu o pensamento intrometido e nem a cena desviadora de objetivos e “virar a página”, como quem não quer nada! Como se fosse um livro que você está lendo ou vendo figuras e vai mudando de páginas sem por muita atenção. Isso tira a importância do mau hábito condicionado e este vai se desfazendo.
Mas é preciso persistência e amor por si!
Você tem ideia de quanto tempo faz que deixou as coisas ficarem como estão? Então é preciso paciência e grande auto-consideração. Ou seja, agir com você como agiria com uma pessoa muito querida que precisasse de sua ajuda, para sair dessa situação.
O exercício de “virar a página” funciona, e muito bem, quando estamos atormentados pelas situações difíceis da vida; ou quando caímos na insegurança e na perturbação.
A questão é de enfoque. As coisas que acontecem podem ser vistas por vários ângulos e sob variadas óticas. Cada pessoa tem suas características de temperamento e personalidade e encara tal coisa de tal jeito. É comum familiares que participaram de uma situação conjunta, terem dela memórias e impressões completamente diferentes. Se não expressarem o que sentem, podem até se oporem, pelo julgamento de que o outro deveria ou não deveria…. num absoluto desconhecimento do que se passa no coração e na cabeça do outro.
Vamos pensar que uma situação acontecida não muda, até porque já é passado. Mas podemos olhá-la como negativa e deplorá-la, conservando-nos no pior ou descobrir o que tem de positivo e aproveitar a oportunidade de aprendizado.
Se você está imerso na negatividade, “vire a página” e veja o lado positivo do que ocorre. Quem sabe, você acorda dessa hipnose e começa a tomar conta de si!