Antes que o ano fique velho, é indispensável iniciar a construção daquilo que deve ser realizado; deixar de protelar a realização do necessário; parar com as desculpas vazias, com a justificação do injustificável e de desistir antes fazer todo o possível para atingir seu objetivo.
Antes que o ano fique velho, é preciso aproveitar as oportunidades e experiências disponíveis, evitando arrependimentos futuros e que a culpa corroa a mente e a alma do corpo que está perdendo vitalidade a cada dia.
Antes que o ano fique velho, antes que o amor se esgote por ter sido tantas vezes agredido ou ignorado, antes que os caminhos se separem com a mudança, pela doença, a morte, a briga que machucou demais, o casamento ou o divórcio, antes que aconteça o que nunca pensamos que se tornaria realidade em nossas vidas.
Antes que o ano fique velho, é imperioso tirar os projetos da gaveta, reabrir o caderno de anotações, parar de fingir que está tudo bem e arregaçar as mangas no trabalho útil. É necessário desacomodar…
Tudo seria mais simples se prestássemos atenção àquela pequena dica da natureza que nos mostra, num olhar rápido para a própria mão, que ao apontarmos um dedo para alguém, os outros dedos apontamos para nós mesmos.
Afinal de contas, quase sempre os problemas nascem primeiro nas nossas próprias decisões e atitudes. Recordo da senhora que adoeceu por ter passado a vida inteira desfrutando um vício que lhe arruinaria a saúde e que, alertada, disse “quando o problema chegar me preocuparei”… lembro também de uma alegoria de autoria desconhecida, sobre certo homem ter observado, em um posto de gasolina, um cão ganindo dolorosamente; preocupado, questionou o frentista do posto sobre o que ele tinha. Soube então que o cão estava deitado em cima de um prego. Surpreso, o homem quis saber o motivo do cão não sair de cima do objeto, ao que o frentista sabiamente respondeu “porque o prego ainda não o machucou o bastante”.
Não precisamos esperar pela dor. Antes que o ano fique velho podemos fazer diferente, realizar, mudar de conduta, voltar a projetos esquecidos… antes que o ano fique velho, antes que o tempo passe, que a vida cobre seu tributo, antes que o prego machuque demais e a morte, a incompreendida amiga, venha buscar mais uma alma sem paz porque não fez tudo que podia.
Autora: Vania Mugnato