Mediunidade bênção de Deus
Os espíritos superiores nos ensinam que a mediunidade está na terra desde os
primeiros processos da manifestação do homem no planeta, e que nem mesmo nos momentos
mais difíceis dos acontecimentos históricos, políticos, sociais etc…, por que
passou a humanidade, em que muitos serviram de mártires, a mediunidade não recuou
diante da tirania e da ignorância dos poderosos da época, que perseguiram homens
e mulheres que foram barbaramente supliciados até a morte por serem provas vivas
da verdade espiritual.
Muitos dos primeiros cristãos, médiuns de valiosos recursos mediúnicos, foram
mortos da maneira mais bárbara possível, alguns traspassados por flechas incandescentes,
outros foram cozidos vivos em azeite fervendo, outros jogados às feras nos espetáculos
circenses para serem devorados vivos sob o aplauso da turba romana, patrocinados
pelos imperadores sanguinolentos.
Mas, apesar de tudo, o Cristianismo seguiu conduzidos pelos benevolentes trabalhadores
do Cristo, e grandes vultos da história do cristianismo surgiam, os profetas se
multiplicavam, os fenômenos mediúnicos invadiram até mesmo a história da Igreja,
pois muitos dos seus Santos foram méduins na terra, podemos citar Santo Agostinho,
São Luiz, etc.., e outras tantas personalidades da humanidade conhecidas em toda
a terra entre elas Joanna D’arc.
No livro dos médiuns, Capítulo XXXI – item XI, o espírito Pedro Jouty
nos esclarece a esse respeito dizendo: ““O dom da mediunidade é tão antigo quanto
o mundo. Os profetas eram médiuns. Os mistérios de Elêusis se fundavam na mediunidade.
Os Caldeus, os Assírios tinham médiuns. Sócrates era dirigido por um Espírito que
lhe inspirava os admiráveis princípios da sua filosofia; ele lhe ouvia a voz. Todos
os povos tiveram seus médiuns e as inspirações de Joana d’Arc não eram mais do que
vozes de Espíritos benfazejos que a dirigiam.
Esse dom, que agora se espalha, raro se tornara nos séculos medievos; porém,
nunca desapareceu. Swedenborg e seus adeptos constituíram numerosa escola”.
Foi então que na primeira metade do século XIX os fenômenos mediúnicos abalaram
a comunidade científica na América e na Europa, pois as mesas dançavam, e a presença
dos fenômenos que se alastravam falavam à razão humana da existência de mais um
enigma a ser decifrado pelos sábios e estudiosos.
Deus, então, por sua infinita misericórdia e bondade, fez surgir o sol fulgurante
da verdade e, era necessário uma alma de escol, para recebê-lo e interpretá-lo sob
uma nova ótica, diferente daquela até então utilizada pelos cientistas da época,
inteiramente voltada para o materialismo.
Surge nesse grave momento, o extraordinário espírito incumbido de tão grande
e sublime missão, o codificador Allan Kardec que empregou toda sua genialidade e
cultura científica milenares, na organização dos ensinos ministrados pelos Imortais
do mundo maior, lançando os livros contendo a filosofia, a ciência e a religião
espírita.
Daquele momento em diante, a mediunidade deixava de ser mística e sobrenatural,
para ser entendida como mais uma ferramenta de que o ser humano pode se utilizar,
de maneira positiva, em benefício próprio e do seu semelhante.
Hoje, esclarecidos pela terceira revelação, podemos entender que a mediunidade
é coisa sagrada, que deve ser praticada de maneira digna e responsável, exercida
com devotamento, discrição e humildade, no anonimato em benefício da humanidade.
Os médiuns, não são seres privilegiados em missão na mediunidade, são sim na
maioria das vezes, seres endividados e em necessárias provas e rígidas expiações
a caminho da sua própria regeneração diante das Leis eternas e imutáveis que regem
o destino dos seres humanos.
Para finalizar, recorreremos mais uma vez ao Livro dos Médiuns, ainda no Capítulo
XXXI, onde encontramos a comunicação que abaixo transcrevo, como seguro ensinamento
para todos que laboramos nos trabalhos que a mediunidade nos premia e que precisamos
saber dar o devido valor.
“Todos os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o bem,
quando sabem escutá-lo. Agora, que uns se Comuniquem diretamente com ele, valendo-se
de uma mediunidade especial, que outros não o escutem senão com o coração e com
a inteligência, pouco importa: não deixa de ser um Espírito familiar quem os aconselha.
Chamai-lhe espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa
alma, pronunciando boas palavras. Apenas, nem sempre as compreendeis.Nem todos sabem agir de acordo com os conselhos da razão, não dessa razão que
antes se arrasta e rasteja do que caminha, dessa razão que se perde no emaranhado
dos interesses materiais e grosseiros, mas dessa razão que eleva o homem acima de
si mesmo, que o transporta a regiões desconhecidas, chama sagrada que inspira o
artista e o poeta, pensamento divino que exalça o filósofo, arroubo que arrebata
os indivíduos e povos, razão que o vulgo não pode compreender, porém que ergue
o homem e o aproxima de Deus, mais que nenhuma outra criatura, entendimento
que o conduz do conhecido ao desconhecido e lhe faz executar as coisas mais sublimes.Escutai essa voz interior, esse bom gênio, que incessantemente vos fala, e chegareis
progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião, que do alto dos céus vos estende
as mãos. Repito: a voz íntima que fala ao coração é a dos bons Espíritos e é deste
ponto de vista que todos os homens são médiuns”.Channing.