A vida é o sopro do Criador que percorre toda a Criação, incessantemente,
animando tudo que nela existe. Verificamos o movimento estuante dela em toda
a Natureza. Basta um simples olhar, mais atento, à nossa volta para percebermos
este inexaurível dom de Deus.
Percebemo-la desde o movimento elétrico das partículas subatômicas até o
distante brilho de uma estrela, que fulgura no zimbório azulado do horizonte.
Os átomos se reúnem na constituição da matéria e os astros se sustentam uns
aos outros na dinâmica do Universo, graças a esta divina vibração.
Vemo-la maravilhosa no caminhar das formigas a carregar o alimento necessário
ao seu sustento; no vôo incessante de belas borboletas, que nos encantam a
visão; no mavioso canto dos pássaros; no trabalho das abelhas, que laboriosas
buscam o néctar que as flores lhes possam oferecer e até mesmo na atividade dos
cupins que, vorazes, nos roem a peça de madeira.
A luta pela sobrevivência, que muitas vezes assistimos perplexos, também nos
dá notícia da vida.
Viver é a necessidade e a aspiração íntima de todos os seres da Criação.
Nenhum ser que tenha sido criado foge desse imperativo. O iluminado mentor
Emmanuel nos diz em determinada página que da morte podemos escapar, mas, dela ninguém fugirá jamais.
A semente, que brota vitoriosa da cova escura, nos fala desta força
misteriosa.
Até na ferrugem que nos corrói o objeto de metal identificamos a ação dela
que não cessa.
Milhares de seres microscópicos pululam na face fértil do solo planetário ou
no rico líquido aquático que nos banha as terras. Uma infinidade de bactérias,
vírus, fungos, algas e protozoários minúsculos se agitam em toda a parte,
movidos pela força da vida.
É do nosso conhecimento que aproximadamente 90% do oxigênio que nos garante ela é produzido pelas algas.
Bactérias nitrificantes trabalham por ela tanto quanto fungos quase
insignificantes levedam a massa do pão que nos sustenta a mesma.
O sol é fonte de vida.
A chuva fertiliza a vida.
O vento transporta a vida.
O sorriso de uma criança nos fala de vida, e o choro também.
A lágrima que corre cristalina pela face de uma mãe nos fala de vida, porque
ela é a mais bela e soberba manifestação do amor.
Olhemos para nosso corpo e pensemos na quantidade de células, seres
pequeninos que nos servem em nome dela e reflitamos no pulsar do coração que
bate no compasso adequado milhares de vezes por dia para nos mantê-la.
E o que é a morte, senão a transformação da própria vida, que se renova
triunfante.
Além da vida encontramos a mesma.
Além do que podemos perceber com nossos limitados sentidos, ela prossegue
incessante.
Reconhecidos e jubilosos louvemos a Deus pela Vida.
(Publicado no Boletim GEAE Número 426 de 24 de dezembro de 2001)