Educação Moral
Educação moral, aquela entendida como a arte de formar caracteres, a que
incute hábitos, a que forma o conjunto de ações de hábitos adquiridos, não pode
deixar de ser lembrada quando da avaliação da criança e mesmo quando da forma
que se deve tratar cada um daqueles pequeninos que nos são atribuídos educar.
Assim é que nos parece absolutamente necessário lembrar que a criança desde a
mais tenra idade assimila pelo exemplo, pelo tratamento recebido, pela leitura
feita à sua assistência.
Neste sentido nos reportamos a Allan Kardec, quando comenta a questão 685 de
O Livro dos Espíritos e fala que na educação moral, diz ser aquela que consiste
na “arte de formar caracteres e quando esta arte for conhecida, cumprida e
aplicada, o homem ocasionará no mundo hábitos de ordem e de providência para si
mesmo e para os seus de respeito por tudo o que for respeitável, hábitos que lhe
permitirão atravessar, menos penosamente, os maus inevitáveis”.
Assim é que para que possamos afastá-la do caminho turvo dos vícios, das
drogas, da depressão e do suicídio, é necessário que em primeiro lugar lhes seja
dado o exemplo do amor, dedicando-lhes atenção e procedendo com firmeza no
caminho do bem.
Na procura de ingressar no contexto social, a criança, ao contrário do que
muitos pensam, presta muito mais atenção ao que é feito, ao exemplo, do que às
palavras. O verbo pode ter a orientação perfeita, mas se de entremeio leva
consigo uma exemplificação divergente do que lhe está sendo ensinado, é criado o
impasse e o exemplo tem muito mais significação do que é falado. Eis aí um
grande ponto de confronto que desde cedo as crianças encontram.
A moral pode sofrer as conseqüências desta divergência, pois que se o exemplo
não é dignificante ou mesmo é dúbio, a criança passa por um processo de falsear
suas próprias concepções e encontra nos amigos o seu ponto de apoio e o
hemisfério do limite de conduta. É a fase que se encontra propícia a
influenciações na formação de seu caráter. Se a criança tem a sorte de ter bons
amigos… ótimo. Mas, contrariamente a isso, se em suas amizades encontram-se
pessoas de índole que pela própria imortalidade já trazem consigo as
experiências negativas de outras existências, de um espírito reencarnado que tem
a alma doente, com mais fracassos armazenados do que vitórias, fazem com que o
ser que está se preparando para a vida seja levado a muitas experiências
negativas que fazem com que perca o sentido da linha reta que conduz a evolução,
caminho de todos nós nesta existência.
O relaxamento dos costumes tem sido uma prática constante no mundo atual. O
nível de tolerância, o “passar a mão na cabeça” para comportamentos moralmente
equivocados, vem induzindo muitos pais e educadores a não dar a necessária
valorização aos efeitos causados por esta atitude na formação do caráter da
criança e do jovem. Se os pais são suficientemente cuidadosos, atentos, amorosos
e verdadeiros, proporcionarão ao ser em processo de melhoria espiritual uma
sólida educação, toda ela fundamentada no respeito, no cultivo de hábitos sadios
e na transparente vontade de interesse em propiciar àquele ser uma vida
venturosa e moralmente superior. Esse ser ficará mais forte e sólido e formará
um verdadeiro escudo contra as interferências negativas advindas da sociedade,
do meio em que vive.
Assim é que a educação moral para todo indivíduo em formação, é o elemento
que o levará a escolher a própria estrada. É a base que faz com que as
influenciações negativas, tanto sociais quanto de espíritos perturbadores, sejam
neutralizadas e o conduza a diligências baseadas em recursos morais firmes, e
possa assim se defender com firmeza destas influenciações e conduzir seu livre
arbítrio de forma equilibrada e sadia.
Finalmente, devemos lembrar que para que se tenha certeza de que a educação
moral está sendo efetiva, sólida e eficaz, deve-se considerar o meio social e
solidificar a valorização da família, laço mais importante na cadeia humana,
assim como enfocar a criatura humana como um ser integral para que se torne
senhor de seus hábitos e destino, candidatos à felicidade.
(Publicado no Boletim GEAE Número 447 de 24 de dezembro de 2002 )