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180 anos de Amália Domingo Soler

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Amália foi notável escritora, oradora, intelectual e polemista, cognominada por aqueles que a conheceram e admiraram como a “Poetisa das Violetas”. Devotada e incansável trabalhadora da Doutrina Espírita em terras espanholas. Nasceu em Sevilha, Espanha, no dia 10 de novembro de 1835 e partiu deste mundo aos 73 anos de idade, em 29 de abril de 1909.

Alcançamos, pois, neste 10 de novembro, 180 anos de nascimento desta inesquecível escritora que se fez muito admirada no Brasil pelo livro Memórias do Padre Germano, obra editada por três editoras: IDE, FEB e LACHATRE. O prefácio da obra, assinado por ela mesma, é de 25 de fevereiro de 1900 e o citado livro se constitui num dos mais belos e empolgantes livros já publicados com temática espírita, ao lado de Paulo e Estêvão, entre outras consagradas obras. O livro foi organizado por Amália que o romanceou das comunicações trazidas pelo Espírito Germano, pela psicofonia do médium Eudaldo Pagés.

De infância pobre, quase cega desde o berço, conseguiu, não obstante, com o seu denodo e a sua pena, elevar o nome do Espiritismo e da mulher espírita na Espanha. Começou a escrever com apenas 10 anos de idade e aos dezoito publicou as suas primeiras poesias. Amalia não conheceu o afeto paterno. Seu pai, que partira para uma viagem, não voltou mais. Órfã de mãe aos 25 anos, ficou só no mundo.

Seu contato com o Espiritismo deve-se a um médico, que a possibilitou ler “El Critério”, um periódico espírita publicado pela Federação Espírita Espanhola.

Amália não nasceu num lar risonho e sua vida foi entrecortada de dores físicas e morais, entretanto, ela tudo suportou com estoicismo, pois somente os Espíritos fortes sabem vencer os obstáculos, compreendendo que as tribulações da vida terrena são imperativos da lei divina, impostos aos homens pelas suas transgressões cometidas em vidas pretéritas. As adversidades que ela deparou pelo caminho nunca constituíram entraves à sua persistente luta, no sentido de projetar os ensinamentos da Doutrina Espírita na Espanha do século passado. Através de sua luta conseguiu também elevar bem alto o conceito da mulher no campo da divulgação.

Animada de profunda fé em Jesus Cristo e nos benfeitores espirituais, conseguiu um dia recobrar a visão. Eis como ela relata esse importante acontecimento de sua vida: “Bela manhã, estando em sua casa sentiu repentinamente doloroso e estranho fenômeno: pareceu-me, disse ela, que toda minha cabeça se tinha enchido de neve, tal o frio intenso que senti na mesma. Prestei atenção e acreditei ouvir esta breve palavra: LUZ… LUZ… LUZ… para a minha alma e para os meus olhos; gritei movida por inexplicável impressão: LUZ necessito, meu Deus. E sem saber por que, chorei, não com amargura desconsolada, pelo contrário, aquelas lágrimas pareciam que davam vida. Sem dar conta do que fazia, encaminhei-me para um espelho, numa exclamação de júbilo e de assombro indescritível ao ver meus olhos perfeitamente abertos como há muito não os podia ver, pois que sempre os tinha com as pálpebras caídos, o que me impossibilitava de ver. Havia chegado a hora da minha liberdade? Perguntei em alta voz; julgando que alguém pudesse me responder. Sim, murmurou uma voz longínqua. Louca de contentamento corri para o médico que me disse: Amália, graças a Deus, a partir de amanhã poderás trabalhar, porém, sem excessos.”

Podemos afiançar que o trabalho de Amália Domingo Soler no campo da divulgação do Espiritismo, foi de relevante importância, tendo contribuído decididamente para que a Doutrina dos Espíritos passasse a desfrutar de enorme prestígio naquela nação.

Amália foi uma mulher singular. Era um exemplo vivo de firmeza, de fé e de amor, na defesa dos ideais que esposava. Em novembro de 1878, desenvolveu ingente trabalho no sentido de rebater acusações que eram lançadas contra o Espiritismo pelo cura Manterola, na “A Gazeta de Catalunha”. Nesse propósito ela escreveu uma série de cinquenta e dois artigos.

Deixou para as gerações atuais um legado de exemplos e dedicação à causa espírita.

 

Nota do autor: texto adaptado para o presente artigo, tendo como fone o livro Personagens do Espiritismo, de Antonio de Souza Lucena e Paulo Godoy, e com transcrições parciais do site www.feparana.com.br  – biografias.

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