Tamanho
do Texto

Vinte e Seis Maneiras de Identificar se Uma Comunicação Provém de um Bom Espírito

Vinte e Seis Maneiras de Identificar se Uma Comunicação Provém de um Bom Espírito

Seja você espírita ou não, provavelmente, já se viu em determinada situação
em que alguém lhe transmitiu alguma “mensagem”, recebida por algum médium,
adivinho ou “sensitivo”, tendo você como especial destinatário. É muito
provável, também, você conhecer pessoas que andam consultando e recebendo
instruções de espíritos por aí, na intenção de obter soluções rápidas para seus
problemas ou aflições. Há também o caso daquele seu vizinho que “recebe” tal e
qual entidade e “trabalha” em casa mesmo.

Pois bem, você deve ter ficado em dúvida, sem saber discernir o conteúdo
dessas mensagens. Teria sido proveniente de um espírito mesmo? Ou então, no
mínimo, teria esse espírito uma índole moral superior capaz de merecer a sua
confiança?

Levando ainda essa questão para o campo estritamente psíquico, da
influenciação espiritual, a que todos estamos sujeitos e que ocorre
inconscientemente, na rotina de nossas vidas, podemos observar a natureza de
nossas próprias cogitações mentais. O que estamos cogitando? Seja o que for,
será algo digno de alguém preocupado com a auto-educação espiritual?

Respostas para dúvidas mediúnicas estão na obra de Allan Kardec

O codificador do espiritismo, Allan Kardec, em sua obra O Livro dos
Médiuns
, deixou tudo isso muito bem claro e, para os estudiosos da doutrina,
o que falamos aqui não é nenhuma novidade. Mas, para quem está chegando agora e
para os que se interessam em recapitular o aprendido, aqui vão 26 maneiras de
identificar se uma comunicação é proveniente de um espírito superior ou não:

  1. Não há outro critério para discernir o valor dos espíritos senão o
    bom-senso.
  2. Conhecemos os espíritos pela sua linguagem e pelos seus conselhos, ou
    seja, pelos sentimentos que inspiram e os conselhos que dão.
  3. Uma vez admitido que os bons espíritos não podem dizer e fazer senão o
    bem, tudo o que for mau não pode provir de um bom espírito.
  4. A linguagem dos espíritos superiores é sempre digna, nobre e elevada, sem
    mistura de trivialidades. Dizem tudo com simplicidade e modéstia, não se gabam
    jamais, não exibem seu saber nem a sua posição entre os outros.
    A linguagem dos espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das
    paixões humanas. Toda expressão que indique baixeza, presunção, arrogância,
    fanfarrice, acrimônia, é indício característico de inferioridade, ou de fraude
    se o espírito se apresenta sob um nome respeitável e venerado.
  5. Não é pela forma material e nem pela correção do estilo que se julga um
    espírito mas, sim, sondando-lhe o íntimo, esquadrinhando suas palavras,
    pesando-as friamente, maduramente e sem prevenção. Todo desvio de lógica,
    razão e de sabedoria, não pode deixar dúvida quanto à sua origem, qualquer que
    seja o nome com o qual se vista a entidade espiritual comunicante.
  6. A linguagem dos espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à
    forma, pelo menos quanto ao fundo. Não são contraditórios.
  7. Os bons espíritos não dizem senão o que sabem, calam-se ou confessam sua
    ignorância sobre o que não sabem.
    Os maus falam de tudo com segurança, sem se preocuparem com a verdade. Toda
    heresia científica notória, todo princípio que choque o bom-senso, mostra a
    fraude se o espírito se diz esclarecido.
  8. É fácil reconhecer os espíritos levianos pela facilidade com que predizem
    o futuro e precisam fatos materiais que não nos é dado conhecer. Os bons
    espíritos podem fazer pressentir as coisas futuras quando esse conhecimento
    for útil, mas não precisam jamais as datas: todo anúncio de acontecimento
    com época fixada é indício de uma mistificação
    .
  9. Os espíritos elevados se exprimem de maneira simples, sem prolixidade. Seu
    estilo é conciso, sem excluir a poesia de idéias, de expressões sempre
    inteligíveis e ao alcance de todos, sem exigir esforço para ser compreendido.
    Têm a arte de dizerem muitas coisas com poucas palavras, porque cada palavra
    tem sua importância.
    Os espíritos inferiores, ou falsos sábios, escondem sob a presunção e ênfase o
    vazio dos pensamentos. Sua linguagem, freqüentemente, é pretensiosa, ridícula,
    ou obscura à força de querer parecer profunda. Mas não é.
  10. Os bons espíritos jamais ordenam: não se impõem, aconselham e, se não são
    escutados, se retiram. Os maus são imperiosos, dão ordens, querem ser
    obedecidos e permanecem mesmo assim. Todo espírito que se impõe, trai sua
    origem. São exclusivos e absolutos em suas opiniões, e pretender ter, só eles,
    o privilégio da verdade. Exigem uma crença cega e não apelam à razão, porque
    sabem que a razão os desmascariam.
  11. Os bons espíritos não lisonjeiam. Aprovam quando se faz o bem, mas sempre
    com reservas. Os maus dão elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade,
    pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal
    daqueles a quem desejam captar.
  12. Os espíritos superiores estão acima das puerilidades da forma e em
    todas as coisas
    . Só os espíritos vulgares podem dar importância a detalhes
    mesquinhos, incompatíveis com as idéias verdadeiramente elevadas. Toda
    prescrição meticulosa
    é um sinal certo de inferioridade e de fraude da
    parte de um espírito que toma um nome importante.
  13. Desconfie dos nomes bizarros e ridículos que tomam certos espíritos que
    querem se impor à credulidade. Seria soberanamente absurdo tomar esses nomes a
    sério.
  14. Desconfie também dos espíritos que se apresentam muito facilmente com
    nomes extremamente venerados e não aceite suas palavras senão com a maior
    reserva. Neste caso é necessário um controle severo e indispensável, porque,
    freqüentemente, é uma máscara que tomam para fazer crer em pretendidas
    relações íntimas com os espíritos excepcionais. Por esse meio afagam a vaidade
    do médium e dela se aproveitam para induzi-lo, constantemente, a diligências
    lamentáveis ou ridículas.
  15. Os bons espíritos são muito escrupulosos sobre as atitudes que podem
    aconselhar. Em todos os casos, não aconselham jamais se não houver um
    objetivo sério eminentemente útil
    . Deve-se considerar como suspeitas
    todas as que não tiverem esse caráter, ou não estiverem de acordo com a razão.
    É ainda necessário refletir maduramente todo conselho recebido para não correr
    o risco de expor-se a mistificações desagradáveis.
  16. Os bons espíritos podem também serem reconhecidos pela sua prudente
    reserva sobre todas as coisas que podem comprometer. Repugna-lhes revelar o
    mal.
    Os espíritos levianos ou malévolos se comprazem em faze-lo realçar.
    Enquanto que
    os bons procuram suavizar os erros e pregam a
    indulgência, os maus os exageram e sopram a cizânia por meio de insinuações
    pérfidas
    .
  17. Os bons espíritos prescrevem unicamente o bem. Toda máxima, todo conselho
    que não esteja estritamente conforme a pura caridade evangélica,
    não pode ser obra dos bons espíritos.
  18. Os bons espíritos não aconselham jamais senão coisas perfeitamente
    racionais. Toda recomendação que se afaste da reta linha do bom-senso ou
    das leis imutáveis da natureza
    , acusa um espírito limitado e, por
    conseqüência, pouco digno de confiança.
  19. Os espíritos maus ou simplesmente imperfeitos se traem ainda por sinais
    materiais ante os quais a ninguém poderiam enganar. Sua ação sobre o médium é
    algumas vezes violenta, nele provocando movimentos bruscos e sacudidos, uma
    agitação febril e convulsiva, que se choca com a calma e a doçura dos bons
    espíritos.
  20. Os espíritos imperfeitos, freqüentemente, aproveitam os meios de
    comunicação de que dispõem para dar pérfidos conselhos. Excitam a desconfiança
    e animosidade contra aqueles que lhe são antipáticos, os que podem desmascarar
    suas imposturas são, sobretudo, o objeto de sua repreensão.
    Os homens fracos são seu alvo para os induzir ao mal. Empregando,
    sucessivamente, os sofismas, os sarcasmos, as injúrias e até sinais materiais
    de seu poder oculto para melhor convencer, procuram desviá-los da senda da
    verdade
    .
  21. O espírito de homens que tiveram, na Terra, uma preocupação única,
    material ou moral, se não estão libertos da influência da matéria, estão ainda
    sob o império das idéias terrestres, e carregam consigo uma parte de
    preconceitos, de predileções e mesmo de manias que tinham neste
    mundo. O que é fácil de se reconhecer pela sua linguagem.
  22. Os conhecimentos com os quais certos espíritos se adornam, com uma espécie
    de ostentação, não são um sinal de sua superioridade. A inalterável pureza dos
    sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira prova de sua superioridade
    moral.
  23. Não basta interrogar um espírito para conhecer a verdade. É preciso, antes
    de tudo, saber a quem se dirige, porque os espíritos inferiores, ignorantes
    eles mesmos, tratam com frivolidade as questões mais sérias.
    Também não basta que um espírito tenha tido um grande nome na Terra, para ter,
    no mundo espírita, a soberana ciência. Só a virtude pode, em purificando-o,
    aproximá-lo de Deus e desenvolver seus conhecimentos.
  24. Da parte dos espíritos superiores, o gracejo, freqüentemente, é fino e
    picante, mas jamais é trivial. Entre os espíritos gracejadores que não são
    grosseiros, a sátira mordaz é sempre muito oportuna.
  25. Estudando-se com cuidado o caráter dos espíritos que se apresentam,
    sobretudo do ponto de vista moral
    , se reconhece sua natureza e o grau
    de confiança que se lhe pode conceder. O bom-senso não poderia enganar.
  26. Para julgar os espíritos, como para julgar os homens, é preciso
    saber primeiro julgar a si mesmo
    . Infelizmente, há muitas pessoas que
    tomam sua opinião pessoal por medida exclusiva do bom e do mau, do verdadeiro
    e do falso. Tudo o que contradiga sua maneira de ver, suas idéias, o sistema
    que conceberam ou adotaram, é mau aos seus olhos. A tais pessoas,
    evidentemente, falta a primeira qualidade para uma justa apreciação: a retidão
    do julgamento. Mas disso não suspeitam. É o defeito sobre o qual mais
    nos iludimos
    .

Acreditamos que tendo essas considerações em mente, fica bem mais fácil
discernirmos a qualidade de nossos próprios pensamentos e também nos precavermos
de tanta charlatanice que anda deturpando a essência esclarecedora do
espiritismo por aí.