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A arte da evangelização espírita para a vida

A arte da evangelização espírita para a vida

Com esta última citação faz-se, então, o elo entre a Arte e o Espiritismo, este
dois grandes instrumentos de evolução. Assim, ao colocarmos a Arte a serviço da
divulgação doutrinária, da sensibilização das almas, teremos um produto muito maior
do que a simples soma das partes. A claridade do Espiritismo ganha uma bela forma
de alcançar o coração, e o encanto da Arte recebe fontes inesgotáveis de inspiração…

É neste contexto que inserimos todas as atividades da evangelização espírita,
este pilar indispensável na formação e educação de todos nós.

O instrumento “Arte” irá enriquecer os estudos, facilitar a assimilação, e contribuir
muito com o desenvolvimento da sensibilidade nas crianças, jovens e adultos.

Da evangelização espírita para a vida, as obras artísticas que verdadeiramente
são “O Belo criando o Bom”, como versa André Luiz, em Conduta Espírita, serão
sempre mananciais de excelentes conteúdos educativos.

Para que possamos compreender a amplitude de atuação da Arte na Evangelização
Espírita, classificamos didaticamente as expressões artísticas do mundo em número
de sete. Neste artigo, a nossa abordagem se faz sobre quatro delas: a Arquitetura,
Escultura , Pintura e Literatura.

Arquitetura

A Arquitetura reflete por inteiro a história da Terra. Castelos, catedrais, edifícios,
casas, são o retrato do que se passa nos valores da alma. Assim, todo estudo neste
sentido, quando tiver por objetivo ilustrar e representar pensamentos, idéias e
concepções dos homens, será bem-vindo. Analisar o povo Egípcio, por exemplo, e suas
construções, sua cultura, seu contato com o planeta Terra, torna os estudos mais
agradáveis e, principalmente, melhor absorvidos.

Da mesma forma, toda vez que estivermos construindo algo, como cidades, casas,
paisagens do mundo espiritual com nossas crianças, estaremos, de certa forma, colocando
em prática a utilização da arquitetura.

Além de tudo isso, se desejarmos ir bastante a fundo nesta Arte, podemos estudar
as questões de criações fluídicas no espaço, abordar as bases da ideoplastia etc.

Escultura e Pintura

Intimamente ligada à Arquitetura, a Escultura também fornece diversas formas
de utilização para estes propósitos.

O contato com a Escultura e a Pintura fazem parte do aprendizado basilar na infância,
desenvolvendo diversas potencialidades íntimas, facilitando muitas outras conquistas
e descobertas na vida.

O barro, as massas e as tintas, favorecem o desenvolver da criatividade, auxiliam
na conquista de sensibilidades, e são excelentes maneiras de se fixar conteúdos
e lições. Tais atividades devem, sempre, é claro, virem acompanhadas de bons objetivos,
e não funcionarem apenas como simples preenchimentos de tempo.

Literatura

Eis a Arte mais desenvolvida nos campos da Doutrina Espírita…

As obras literárias que o Espiritismo oferece, são nascentes benditas de conhecimento
e clarificação. Basear programas de estudo em livros, ilustrar e enriquecer temas
com romances, contos, será sempre um caminho luminoso para o aprendizado. A biblioteca
“verdadeiramente” Espírita é um tesouro inestimável, cujo alicerce estará sempre
nas cinco obras básicas de Allan Kardec.

Tendo esta consciência, o trabalhador espírita deverá incentivar ao máximo o
hábito salutar da leitura, começando por ele mesmo, aprofundando seus estudos através
de obras que apresentem boa qualidade. E é neste ponto, quando destacamos “obras
de boa qualidade”, que ampliamos o alcance da utilização da literatura às obras
não espíritas também. Toda obra ou criação literária, que apresentar um conteúdo
útil aos propósitos do educador, será muito bem acolhida. Assim, as lendas, as fábulas
e romances que trouxerem em si a mensagem do bem, poderão ser aproveitadas nas ilustrações
das aulas, engajando nos recursos bibliográficos do estudo.

A sensibilidade e o senso crítico do evan-gelizador serão fundamentais para a
tarefa de procurar, analisar e julgar sua oportunidade.

Assim, por exemplo, as boas reportagens em revistas, os artigos de jornal, e
até as pequenas histórias dos gibis, poderão fazer parte dos instrumentos que utilizaremos
para levar a mensagem espírita ao nosso público.

Não poderíamos esquecer, é claro, da poesia, esta forma literária encantadora,
que através dos versos, dos ritmos e das rimas leva uma mensagem benfazeja aos corações.
A seguir, para exemplificação, destacamos um trecho de um poema de Helena Kolody,
uma poesia paranaense. Vejamos como o bom conteúdo abraça muitas obras:

“Uma folha morta
Não cai inutilmente
A lágrima não rola em vão
Uma invisível mão misericordiosa
Suaviza a queda da folha
Enxuga o pranto da face.”
(“O Sentido Secreto da Vida”)

(Jornal Mundo Espírita de Julho de 2000)