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A Clonagem à luz do Espiritismo

A clonagem é um tema em foco nos dias que correm. Muito se especula sobre
a possibilidade ou não de se conseguir um dia clonar ser humano.

Sobre este assunto, a clonagem humana, vejamos a opinião de Divaldo Pereira
Franco, espírita, pedagogo, conferencista e médium muito respeitado
mundialmente.

“A clonagem humana ainda é muito remota. Não nos deixemos empolgar com as
notícias sensacionalistas que nos dão resultados de experiências muito válidas e
respeitáveis, mas que ainda demorarão muito. É necessário que a nossa
contribuição, do ponto de vista da confiança, esteja alicerçada na razão, e o
espírita em particular, com respeito aos demais, religiosos ou não, deve estar
bem “O Livro dos Espíritos“, para não se deixar perturbar com facilidade
por quaisquer idéias absurdas.

A problemática da clonagem vem sendo estudada há mais de 50 anos. Agora, uma
experiência que nos trouxe “Dolly” (a ovelha clonada), demonstra a possibilidade
de um animal clonado, de uma célula retirada da glândula mamária de um ser e
fecundada com o DNA de outro. Mas há, ainda, muito espaço a percorrer,
especialmente quando se constatou que a mãe de “Dolly” morreu.

Assim sendo, não se pode verificar se ela é uma cópia absolutamente igual,
porque não se tem como fazer a comparação. Ademais, desde o momento dessa
clonagem até chegarmos às experiências humanas, teremos um longo caminho a
percorrer.

Em 1960, nos EUA, um experiente estudioso apresentou a seguinte questão: “Se
deixarmos que os seres deficientes vivam, iremos ter uma decadência genética. Se
interrompermos a vida dos seres deficientes, já teremos uma decadência ética”.

Para Theodosius Dobzhansky, que assim se expressou, a questão estava nestes
dois termos: deixar viver o deficiente ou eliminá-lo? Mas faltava uma base
essencial para o raciocínio dele (a ética).

Toda a vez que um indivíduo violenta uma Lei natural, sofre-lhe o efeito. Aí
está o eco-sistema completamente comprometido e a Terra sofrendo as
conseqüências climáticas.

A ética, naturalmente será apresentada para a genética.

A clonagem é um fenômeno natural. Na salamandra, quando se lhe amputa a
cauda, ela se reconstrói completamente igual. Em determinados répteis, repete-se
o fenômeno por automatismo da natureza. “Clone” significa ramo. Toda vez que
retiramos um ramo de uma árvore, ela repete a imagem inicial.

Portanto, a clonagem é uma experiência muito digna, do ponto de vista
genético.

Até chegarmos à construção de um homem “clonado”, com personalidade,
raciocínio, lucidez, devemos apenas aguardar, e não nos preocuparmos em demasia.

Perguntarão: e onde fica o Espirito?

Quando a ciência conseguir meios que facultem a reencarnação, ele se fará
presente. A fecundação “In Vitro” não substitui perfeitamente o organismo
humano? Então, devemos considerá-la como um avanço.

Todavia, a ciência, através dos seus mais ilustres paladinos e governos,
deverão estar vigilantes para o uso que se vai fazer da clonagem.

Na moderna proposta da clonagem, o delírio faz com que pessoas pensem na
possibilidade de se criarem indivíduos descerebrados, que serão desenvolvidos
até aos 15, 16 anos, e depois armazenados para transplantes de órgãos. É um
delírio! Isso não nos deve preocupar. Outros acreditam que podem interferir no
gene, no DNA e retirar a sensibilidade para fazerem indivíduos totalmente imunes
à dor. Criarem um exército de homens e mulheres indiferentes ao sofrimento. Mas,
tudo isso não passa de “ciência-ficção”.

E se um dia se tornar realidade? Criaremos monstros que nos irão destruir,
como é natural.

Toda vez que um indivíduo violenta uma Lei natural, sofre-lhe o efeito. Aí
está o eco-sistema completamente comprometido e a Terra sofrendo as
conseqüências.

Quando a ciência conseguir meios que facultem a reencarnação, ele (o
Espírito) se fará presente.

Mas, será possível que um dia se possa repetir o homem?

Aguardemos! Qualquer tentativa de se antecipar o fato é uma elucubração.

O Espiritismo é a ciência dos fatos. Allan Kardec disse textualmente: “À
ciência cabe a tarefa dos fenômenos científicos. O Espiritismo não se envolverá
nessa pesquisa científica. O Espiritismo aceita tudo o que a ciência comprova,
mas não se detém onde a ciência pára. O Espiritismo estuda as causas, enquanto a
ciência estuda os efeitos. No dia em que a ciência provar que os espíritos estão
errados num ponto que seja, abandonaremos esse ponto e seguiremos a ciência”.

É uma doutrina, portanto, profundamente vinculada à pesquisa, à investigação,
à ciência através do seu trabalho intérmino para o processo da evolução.

Quando vimos a bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, sofremos o terror da
fissão nuclear. E no entanto aí estão os átomos para a paz.

Sabemos que o veneno mata, mas, quantas vidas o veneno cura? Está tudo no
direcionamento da criatura humana. Dessa forma, tranqüilizemo-nos e aguardemos
as investigações da ciência.

Pessoalmente, e os Espíritos que por mim se comunicam, não acreditamos que se
possa clonar um ser humano, dando-lhe personalidade, lucidez, inteligência.
Vamos aguardar”.

(Extraído da revista “Presença Espírita”, em artigo de Miguel Sardano).

Quando a ciência conseguir meios que facultem a reencarnação, ele
(o Espírito) se fará presente.

(Jornal Mundo Espírita de Fevereiro de 1998)