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A Clonagem Humana

A Clonagem Humana

Há muito tempo, os cientistas sonham com a possibilidade de produzir um corpo
humano a partir de uma célula doadora diplóide.

O espermatozóide e o óvulo possuem 23 cromossomos (células haplóides) e
quando se unem, restauram o total de 46 cromossomos das células diplóides, isto
é, que carregam a informação genética completa do individuo.

Muitos filmes de ficção foram produzidos sobre a clonagem humana, como vimos
em “Meninos do Brasil”; que foi o mais contundente por trazer à humanidade a
idéia de que uma vez utilizada a carga genética (genótipo) e submetendo o
individuo clonado a um ambiente igual ao do doador (influência do ambiente=
fenótipo) resultaria em uma pessoa idêntica ao doador (ou imaginava-se ser o
próprio doador retornando à vida).

Evidentemente que, enquanto tecnologicamente a ciência caminha a passos
largos, espiritualmente, apenas engatinha. Consideramos uma inocência do ser
humano achar que a reencarnação, neste caso, utilizando-se de caminhos
alternativos, usando corpos clonados, utilizaria espíritos também clonados. A
idéia leiga é que, reproduzido o corpo, nele voltaria seu antigo “dono”.

A reprodução humana certamente passará por mudanças consideráveis ao longo
dos próximos séculos, por isso não devemos nos surpreender com a clonagem do
corpo humano e mesmo com as gestações em ambientes extra-uterinos.

Nenhum desses avanços substituirá os planos reencarnatórios das criaturas.
Portanto, não importa a forma como voltamos a este plano e sim a jornada que
teremos que percorrer, pois o corpo é um conjunto de células formadas
basicamente de carbono, hidrogênio e oxigênio (matéria), mas que só existem se
tiverem vida. Quem dá vida à célula é o espírito, que ensina a cada molécula da
célula qual é o seu papel (através dos cromossomos).

O corpo vem do corpo, mas o espírito vem de Deus. Toda oportunidade de
reencarnação é aproveitada pelos organizadores do plano maior. Seja um breve
contato com a matéria, como nos abortamentos precoces, seja nos embriões
congelados que aguardarão seu destino nos tanques de nitrogênio líquido por
muito tempo.

Portanto, se um corpo humano for clonado a partir de uma célula de alguém já
desencarnado, certamente será designado um espírito para dar vida àquele corpo,
mas pouco provável seja o do doador da célula. Mesmo que fosse deste, seria uma
nova vida e uma nova missão. A vida não se repete. Atentem para a vida de gêmeos
univitelinos, clones perfeitos que a natureza mesma se encarregou de produzir
corpos iguais habitados por espíritos, no mais das vezes completamente
diferentes.

Só os Espíritos puros recebem a palavra de Deus com a missão de transmiti-la;
mas, sabe-se hoje que nem todos os Espíritos são perfeitos e que existem muitos
que se apresentem sob falsas aparências que levou S. João a dizer: «Não
acrediteis em todos os Espíritos; vede antes se os espíritos são de Deus.»
(Epíst. 1ª, cap. IV, v. 4.).

Pode, pois, haver revelações sérias e verdadeiras como as há apócrifas e
mentirosas. O caráter essencial à revelação divina é o da eterna verdade. Toda
revelação eivada de erros ou sujeita à codificação não pode emanar de Deus. É
assim que a lei do Decálogo tem todos os caracteres de sua origem enquanto que
as outras leis mosaicas, fundamentalmente transitórias, muitas vezes em
contradição com a lei do Sinai, são obra pessoal e política do legislador
hebreu. Com o abrandarem-se os costumes do povo, essas leis por si mesmas caíram
em desuso, ao passo que o Decálogo ficou sempre de pé como farol da Humanidade.
O Cristo fez dele a base do seu edifício, abolindo as outras leis.Se estas
fossem obra de Deus, seriam conservadas intactas. O Cristo e Moisés eram os dois
grandes reveladores que mudaram a face do mundo e nisso está a prova da sua
missão divina. Uma obra puramente humana careceria de tal poder.

Allan Kardec, no livro “A GÊNESE”, Caráter da Revelação Espírita, item 10.

Neste Natal não esqueça de homenagear o aniversariante!

Pedro Gregori é Médico Ginecologista