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A origem da vida

Por outro lado, os opositores da panspermia (a maioria dos cientistas)
argumentam que as condições do espaço (vácuo, baixas temperaturas e radiação
ultravioleta) tornam essa hipótese impensável. Contrariando a opinião dos
antipanspermistas, testes em laboratório mostraram que um percentual de
bactérias, ainda que ínfimo, sobrevive a essas condições. A esses resultados
podemos somar as descobertas realizadas nas últimas décadas, mostrando que
micróbios são capazes de sobreviver a pressões e temperaturas extremas 120ºC ou
–50º), e até no lixo nuclear.

No meteoro proveniente de Marte, encontrado na Antártica em 1996, e também em
outros objetos do espaço, os cientistas encontraram matéria orgânica, mas não há
prova de sua origem biológica. Apesar disso, a tese da panspermia continua sendo
combatida. A maioria dos cientistas ainda acredita que a vida se originou da
Terra.

Em “O Livro dos Espíritos” Kardec com mestria coloca o tema em pauta sob a
análise dos Espíritos superiores, nas questões 44 e 45:

“Donde vieram para a Terra os seres vivos?

A Terra lhes continha os germes, que aguardavam momento favorável para se
desenvolverem. Os princípios orgânicos se congregaram, desde que cessou a
atuação da força que os mantinha afastados, e formaram os germes de todos os
seres vivos. Estes germens permaneceram em estado latente de inércia, como a
crisálida e as sementes das plantas, até o momento propício ao surto de cada
espécie. Os seres de cada uma destas sere uniram, então, e se multiplicaram.

Onde estavam os elementos orgânicos, antes da formação da Terra?

Achavam-se, por assim dizer, em estado de fluido no Espaço, no meio dos
Espíritos, ou em outros planetas, à espera da criação da Terra para começarem
existência nova em novo globo.”

A Doutrina Espírita, como bem podemos ver, também adota em seus princípios a
panspermia que dá embasamento a pluralidade dos mundos habitados, mostrando que
a vida está em toda parte, aqui na Terra ou muito além do nosso pequeno mundo.

Na Antigüidade Protágoras (486 a.C. – ?404 a.C.), proclamou que “o homem é a
medida de todas as coisas” e Ptolomeu (100 d.C. – 170 d.C.) em sua Grande
sintaxe matemática
(140 d.C.), chamada de Almagesto pelos árabes, fez
da Terra o centro do Universo, e hoje, lamentavelmente, alguns cientistas
acreditam que são “medida para todas as coisas” ou os “donos da verdade”.

(Publicado na REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO, ano LXXVII, Nº 2, Pág.
96, Março de 2002)