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A Salvação pelo Arrependimento

A Salvação pelo Arrependimento

Tomemos para exemplo um criminoso de uma perversidade sem tamanho. Trata-se
de um espírito muito atrasado, sem um mínimo valor moral. Suponhamos que, mesmo
sem ter religião, algum tempo depois de matar alguém, tenha se arrependido. Ora,
o fato de ter-se arrependido muda-lhe a natureza íntima de malvado? Seria justo
não deixar de pagar por todos os seus crimes somente porque ele se arrependeu?
E, então, como pode estar “salvo”?

Suponhamos, desta feita, que este criminoso pertença a uma destas correntes
religiosas que pregam a “salvação de graça”, as quais afirmam, inclusive, que só
pelo fato de ser adepto delas, já se pode ter como garantida a salvação
garantida. Perguntamos, novamente: a natureza malvada desta pessoa, após o
arrependimento, mudou por pertencer a essa corrente religiosa? Haveria alguma
justiça, se ele deixasse de pagar pelos seus crimes? Então, como pode estar
“salva”? E será que o derramamento do sangue de Jesus vai mesmo a salvar, “de
graça”, sem que ela pague pelos seus crimes? Se fosse
assim, como, então, entender a Justiça Divina? E lembremo-nos, ainda, de que
Jesus disse que ninguém deixará de pagar até o último centavo!

Vejam bem que, por essas situações colocadas, não houve por parte do
criminoso nenhuma mudança de sua natureza má. Apesar de se arrepender, continuou
com sua tendência de ser mau. Se assim é, como pode receber a mesma recompensa
que uma outra pessoa, que viveu toda a sua vida praticando as virtudes que
caracterizam um bom cristão? Onde estaria a Justiça Divina que desse o mesmo
prêmio para os que são intimamente bons e intimamente maus? É essa incoerência
que vemos na situação de que o pecador que, somente por ter se arrependido, vai
para o céu.

Por outro lado, não entendemos porque pensam que somente é válido nosso
arrependimento, quando estamos vivos. Ora, considerando que continuaremos a ser
a mesma individualidade depois que morrermos, perguntamos: por que na dimensão,
para onde iremos, não podemos arrepender dos nossos crimes? Se pudermos
arrepender-nos lá, ainda seremos salvos? Se não, por quê? E mais, com que base
podemos dizer que não, se Jesus foi pregar aos mortos, como nos ensina Pedro?

E, se perante os criminosos, a justiça dos homens, em hipótese alguma, aceita
o simples arrependimento, exigindo uma pena correspondente ao crime praticado,
por que achamos que Deus, possuidor uma justiça perfeitíssima, agiria com uma
justiça falha, duvidosa?

Pensem nisso!

Fev/2002.