O tema é muito instigante num bate-papo: acaso, destino, fatalidade… Neste
contexto, por exemplo, há os que acreditam que nascemos com o destino totalmente
já traçado. Para outros, não existe destino, e há os que vêem com ressalvas, ou
seja, existe só para determinadas circunstâncias. Particularmente, defendo a hipótese
de que certos eventos já vêm escritos no nosso livro de vida, para serem vivenciados
em cada jornada evolutiva. Isso, porém, não elimina o livre-arbítrio, que nos oferece
o compromisso de escolha em alguns aspectos espirituais. Esclareço: é uma opção
individual melhorarmos ou persistirmos num erro. Podemos burilar ou não o nosso
ser, a curto prazo, ou deixar para depois, e assim sucessivamente.
Mas, repito, “o acaso não existe”. O que tem de acontecer, acontece e só atinge
quem deve atingir. Para ilustrar o meu ponto de vista, recebo um e-mail que conta
histórias de sobreviventes daquela inesquecível tragédia de 11 de setembro, em Nova
York. E o que chama atenção são exatamente os pequenos detalhes. “Conta-se que o
chefe de uma empresa chegou tarde, simplesmente, porque aquele dia era o primeiro
em que seu filho foi ao jardim de infância.
Um outro estava vivo porque era seu dia de trazer rosquinhas. Uma mulher atrasou-se
porque o seu despertador não funcionou. Outra porque ficou presa num congestionamento
causado por um acidente. Um outro havia perdido o ônibus. Uma mulher teve que trocar
de roupa porque derramou café em seu vestido. Um outro teve dificuldade em fazer
pegar o motor do carro. Alguém teve que atender a uma ligação. O filho de outro
demorou-se para sair da cama. Alguém não encontrava um táxi”
A pessoa, no e-mail, que falou sobre estes depoimentos, logo após escreveu: “Muitas
outras histórias… pequenos detalhes… contratempos…talvez, algum dia, sejam
escritas num livro. Aquele homem com quem eu conversava estava vivo porque tinha
vestido sapatos novos que lhe causaram uma bolha no pé e teve que parar numa farmácia
para comprar atadura.
Hoje, quando pego um congestionamento de trânsito, perco um elevador, atendo
uma ligação no momento de uma saída…pequenas coisas que me aborreciam penso comigo…estou
exatamente onde Deus quer que eu esteja neste momento. Que Deus continue a abençoar
você com todos estes pequenos aborrecimentos que o faça lembrar de seus propósitos.
Na próxima vez que parecer que ‘se levantou com o pé esquerdo’, seus filhos demorando
para se vestirem, não lembrar onde deixou as chaves do carro, pegar todos os semáforos
fechados no caminho do trabalho, não fique triste, não se irrite, não se sinta frustrado,
louve a Deus e agradeça. Nem sempre compreendemos os desígnios divinos. Acredito
que Ele queira sempre o melhor para nós, o difícil é ler suas entrelinhas…”.
Moral da história e reforço de minha tese: O destino existe. Observem que só
morreram os que estavam destinados para aquele dia e circunstâncias. Estes pequenos
“imprevistos” acontece muito no nosso dia-a-dia, como forma de nos livrar de algum
tipo de dissabor. Quantas pessoas não perderam o avião, a hora, e foi exatamente
esta mínima ação que os fez sobreviver ? “Há males que vêm para o bem”. Como tal,
que consigamos ter paciência, serenidade, e entendê-los, fazendo uma leitura positiva,
para podermos sempre poder contar estas histórias.