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Os Acréscimos e Modificações na 13ª Edição Francesa do Livro dos Espíritos

Os Acréscimos e Modificações na 13ª Edição Francesa do Livro dos Espíritos

Conforme fizemos notar em nossa resenha da edição histórica de Le Livre
des Esprits
publicada pela FEB, o admirável esforço empreendido pela Union
Spirite Française et Francophone, que se responsabilizou pelas pesquisas
bibliográficas nas edições guardadas na Biblioteca Nacional da França, ficou
parcialmente comprometido, no que tange ao tópico que estamos analisando no
presente artigo, pela falta de precisão em alguns dos itens dessa lista de
“acréscimos e modificações”. Examinemos a lista:

Itens B, G e H: estão inteiramente claros.

Item E: dada a reprodução da Errata no final da edição, a alteração
feita aqui também pode ser determinada com precisão (ver artigo em Mundo
Espírita
, … de 2002, p. …).

Item C: há aqui uma pequena ambigüidade: Kardec terá acrescentado a
nota de rodapé inteira ou apenas, em seu final, o símbolo “§ II” ?

Item F: também aqui há alguma margem para dúvida: o “acréscimo”
refere-se a todo o texto do comentário, a partir do ponto indicado, ou
houve um acréscimo dentro dele? (A frase francesa “ajout dans le
commentaire d’Allan Kardec à partir…” não deixa isso totalmente claro.)

Item A: aqui a falta de informação é grave: o que precisamente
foi modificado?

Item D: novamente, ficamos sem saber o que foi modificado e
acrescentado no texto de quase uma página, a partir do ponto indicado.

Evidentemente, quem realizou as pesquisas nas edições francesas tinha todas
as informações necessárias para sanar as ambigüidades e pontos obscuros que
apontamos. É lamentável que elas não tenham sido fornecidas na Nota explicativa
aposta no início da edição da FEB. Mas a falha poderá ser facilmente reparada em
futura reedição.

Como também já sugerimos na resenha, o rigor editorial recomendaria que todas
as alterações feitas na 13a edição (ou em qualquer outra) não
fossem incorporadas ao texto histórico que a FEB, o CEI, a USFF e o IDE
em boa hora deram a público. Este deveria ser a reprodução exata do texto
da 2a edição francesa, tal qual saiu em Paris em 1860, e de que a FEB
guarda precioso exemplar. Todas as alterações ulteriores feitas por Kardec
deveriam estar registradas, de forma precisa e completa, em notas ou apêndices
preparados pelos editores. Aguardamos, pois, que num futuro breve isso seja
feito, em benefício das pesquisas espíritas, e no sentido da implantação no meio
espírita de uma tradição de tratamento cuidadoso de textos como a que existe na
área acadêmica.

(Texto publicado em Mundo Espírita, novembro/2002, p.
5.)