Antonio Cesar Perri de Carvalho
Brasília – DF
Chico Xavier completa 74 anos de labores mediúnicos no dia 8 de julho. Suas obras são pioneiras e serão metabolizadas a longo prazo e ele é exemplo de obreiro da fraternidade.
No ano que Francisco Cândido Xavier completou 70 anos de atividades mediúnicas, e transcorreu o cinqüentenário do livro No Mundo Maior, nos entusiasmamos em registrar(*) nossas observações sobre aspectos humanos e a propósito da obras do médium considerado “fenômeno psíquico do século”.
Como apresentação fizemos justificativas que prosseguem atuais, principalmente no momento que em que surgiram fatos lamentáveis, inadvertidamente envolvendo seu nome.
Durante cerca de vinte anos, visitamos Chico Xavier com assiduidade e ouvimos dele muitos comentários oportunos sobre as mensagens recebidas e durante os atendimentos às longas filas de visitantes. Consideramos um privilégio ter desfrutado desse contato enquanto ele estava a todo vapor em suas tarefas.
A nosso ver, a figura de Chico Xavier, como pessoa, ainda é pouco conhecida. Tende-se a idolatrá-lo, esquecendo-se de reações mais simples e naturais do ser humano e que, no caso dele, são muito ricas e interessantes. Quando Chico Xavier completou 50 anos de labores mediúnicos, ele humildemente declarou a um jornal espírita: “Sou sempre um Chico Xavier lutando para criar um Chico Xavier renovado em Jesus e, pelo que vejo, está muito longe de aparecer como espero e preciso…” (*) A simplicidade e a espontaneidade de Chico Xavier assumem grande realce e fazem destacar sua ímpar figura humana.
Como médium, destacamos a sua dedicação e persistência ao labor por tempo tão prolongado. Portador de vários dons mediúnicos, inclusive, testemunhamos a aplicação de passes por ele com o conseqüente aroma de rosa no ambiente. Todavia, soube dar prioridade à sua tarefa maior, a psicografia. O engajamento de Chico Xavier na divulgação do livro é marcante.
A obra psicográfica de Chico Xavier, aborda temas de forma pioneira, colocando o espírito como raiz de problemas do cérebro e das psicopatias, notadamente em “No Mundo Maior”. Continuam como assuntos do momento!
Cremos que vivência do notável obreiro da fraternidade e sua portentosa obra mediúnica, constituir-se-ão em matéria para metabolização a longo prazo, por parte da família espírita e da Humanidade. Há claras propostas traçadas para um novo homem e para a construção de uma nova sociedade.
A longevidade de Chico Xavier, com o respaldo de 74 anos de intercâmbio mediúnico, é o atestado de quanto a relação entre a humanidade encarnada e a desencarnada pode realizar a favor do bem da Humanidade.
Chico Xavier não se julga um ser privilegiado. No entanto, nós somos, pelo fato de sermos contemporâneos de alguém que tem sido intermediário do conhecimento espiritual e da exemplificação do amor.
(*) – Perri de Carvalho, A.C. Chico Xavier. O homem e a obra. São Paulo: Edições USE, 1997.
(Publicado no Dirigente Espírita no 66 de julho/agosto de 2001)