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Adoração

A adoração a Deus é encontrada em todos os povos e épocas, em formas e
rituais diferentes. Desde os selvagens mais atrasados, que adoram as
manifestações da natureza, ou se prosternam ante ídolos de pedras ou metais, até
ao mais civilizado que refinou a adoração, o homem tem dentro de si, na
intimidade da alma, a ideia de Deus.

Foram e são muitos e diversificados os modos de adoração, que vai desde os
mais cruentos, aos mais requintados, como a mentalização e a meditação.

As religiões, inclusive as cristãs, construíram seus templos e as suas regras
de adoração. Até se tem procurado construir templos ecumênicos, onde todas as
confissões religiosas poderiam oficiar seus cultos, mas por ora são apenas
tentativas ou ensaios.

O problema da adoração é muito antigo e deu oportunidade de acontecer um dos
mais belos diálogos do Evangelho. Foi quando Jesus de Nazaré, conversou com a
Mulher Samaritana:

– Rabi! Onde devemos adorar a Deus. Em Jerusalém como afirmam os Judeus, ou
no Monte Garazim, como mandam nossos pais?

– Mulher! Dia virá, e já está próximo, onde os verdadeiros adoradores,
adorarão ao Pai em verdadeiro espírito.

O espírita adora a Deus? Sim! O Livro dos Espíritos tem um capítulo dedicado
à lei de Adoração, por isso adoramos a Deus de toda a nossa alma e coração,
apaixonadamente. Mas para isso o espírita não precisa comparecer a templos de
qualquer espécie. A rigor, nem mesmo a centros espíritas, muito menos a
cenáculos, tabernáculos ou similares, mesmo, ou quando se adjetivam de
espíritas.

Precisamos entender que adorar a Deus não é rezar o tempo todo, nem se
consagrar ao celibato, fazer jejuns, não comer este ou aquele alimento, ler
constantemente a Bíblia, fazer o Evangelho no Lar metodicamente, seguir as
regras de pureza, doar cestas básicas ou a sopa do necessitado. Todas elas
ajudam, mas não realizam o ato de adoração. Adorar a Deus é amar e respeitar a
sua criação, valorizar a vida, defender o meio ambiente, defender os direitos
humanos de todos, distribuir a renda com justiça e magnanimidade, trabalhar pela
paz. Adorar a Deus é ver a sua presença divina nos olhos de todos os homens, é
amar o próximo como a si mesmo. A lei para o espírita é a de justiça, amor e
caridade, que ensina que o primeiro e maior direito do homem é o de viver, e por
isso não pratica nenhum ato que possa lesar o seu próximo.

Pelo seu conhecimento, pela sua consciência, o espírita adora a Deus num
templo sim, o universo. Este é o único, além do coração do homem, digno desta
adoração. Seu altar é a consciência do homem que sabe, e não apenas crê. Ali ele
sacrifica o que realmente pode ser agradável a Deus, ou seja, Sacrifica o
orgulho, o egoísmo e todo o cortejo das inferioridades humanas.