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Advertências

Advertências

Muitas pessoas, daquelas que deslumbradas pelos fenômenos e que ingressaram
na doutrina, ainda não compreenderam o verdadeiro sentido do Espiritismo como
movimento reformador.

Não vim destruir a Lei – afirma Jesus – mas cumpri-la!

Não mostra o espiritismo, em seu seio, a aceitação de dogmas, rituais,
milagres ou absurdos inexplicáveis; como ciência tem merecido a profunda
observação de sábios como Aksakoff, Leon Dénis, Charles Richet, Camile
Flammarion e Cesare Lombroso; como religião tem lembrado ao homem a existência
de elos prendendo-o ao Criador.

A propósito da grande missão do Espiritismo na Terra, o espírito Emmanuel
adverte:

“Urge, sobretudo, a criação de núcleos verdadeiramente evangélicos, de onde
possa nascer a orientação cristã a ser mantida”. Informa, ainda, o Orientador,
que são necessárias escolas para a formação do espírito que atravessará a noite
de lutas de que a Terra viverá, em demanda da gloriosa luz do porvir.

Exatamente, nunca houve no mundo tantas trevas como as que assinalam a
degeneração dos costumes. Palavras outrora sagradas e pelas quais os homens não
hesitavam em sacrificar a própria vida, não passam hoje de sons ouvidos com
desconfiança e que, nos momentos críticos, só a força e o medo do castigo nos
obrigam a obedecer, a defender ou a fingir que neles acreditamos.

A experiência vem demonstrando, dia após dia, que a onda de problemas, de
dramas e perturbações de toda ordem, crescem assustadoramente. A família se
afasta de seus hábitos morais adquiridos há séculos na observação da honra, do
nome ou quando não, do respeito à sociedade.

Descalabro social a que se envolveu a humanidade, tem origem no relaxamento
da vida moral da família. Lembra, pois Emmanuel: “Urge então a criação de
escolas evangélicas nos lares”. É o bom exemplo doméstico, sem dúvida alguma, a
base onde se assenta a forma moral devida dos homens entre os homens.

Entre as advertências Emmanuel recomenda a reforma dos costumes a começar
pelos lares espíritas.

Fácil é a criatura aceitar o Espiritismo, porém difícil é o Espiritismo
aceitar o homem; homem comum, vicioso e interessado, que procura os Espíritos
com o pensamento voltado para a solução de suas questões, seus problemas
materiais, para a solução única de suas dúvidas.

Questões, problemas e dúvidas relacionadas com a absoluta falta de
conhecimento da Doutrina Espírita e da orientação cristã; a ausência dos
princípios evangélicos, no lar, na vida, no seio da própria família.

Por que temos sido tão descuidados, abandonando importantes recomendações de
utilidade permanente para as nossas almas?

Será preguiça, em vista do esforço que deva ser empregado?

Seja qual for o caso, é indispensável o cuidado com a mente e o coração a fim
de sintonizá-lo com o Divino Mestre e realizar a renovação íntima.

Basta isso para ajudarmos na edificação de um mundo melhor.

Rev.Internacional do Espiritismo – dezembro de 1994