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As fontes de recursos

O Centro Espírita é uma instituição que apresenta gastos regulares. Quanto maior
for o trabalho que desenvolve, maior será sua despesa e maior deverá ser sua receita.
É muito comum as casas não possuírem recursos nem para suas necessidades básicas.
No gerenciamento do Centro Espírita, providências deverão ser tomadas para que esta
situação se modifique. Vamos falar da experiência que tem nos auxiliado a manter
as obras no Bezerra de Menezes. Idéias que podem servir a outros companheiros, para
melhorar a receita das casas onde trabalham. As principais fontes de recursos materiais
são as seguintes:

  1. Taxas internas
  2. Doações externas
  3. Eventos Beneficentes
  4. Empresas provedoras

a) Taxas internas Em nosso grupo, mantemos um caixa que é constituído
por contribuições regulares dos membros da sociedade. O valor é escolhido pelo participante,
em termos de percentagem do salário mínimo vigente, sendo a menor taxa estipulada
em 20% do mesmo. O pagamento da taxa é obrigatório aos membros do grupo que se comprometeram
e que podem contribuir e é recolhida no dia 10 de cada mês. Com isso, é possível
cobrir as despesas básicas da manutenção do prédio e ainda sobram recursos a serem
utilizados em outros setores, tais como: aquisição de remédios para a farmácia comunitária,
compra de alimentos para cestas beneficentes, confecção de mensagens, impressos
etc. Este procedimento foi duramente criticado por alguns, mas veremos de que forma
o Codificador abordava o assunto.

Na Revista Espírita, em seu número de julho de 1866, o Mestre discorre por um
longo trecho acerca da necessidade da existência de um Caixa Espírita, com a finalidade
de atender às necessidades do próximo. Depois de classificar as várias categorias
de adeptos, o Codificador fala sobre as contribuições financeiras:

“Quando se trata de uma obra coletiva, onde cada um deve trazer seu contingente
de ação, como seria a de um Caixa Geral, por exemplo, convém fazer entrarem essas
considerações em linha de conta, porque a eficácia do concurso que se pode esperar
está na razão da categoria a que pertencem os adeptos. É bem evidente que não se
pode contar muito com os que não levam a sério o lado moral da Doutrina e, ainda
menos, com os que não ousam mostrar-se”.

E mais, na Revista Espírita de dezembro de 1868, ele diz:

“…Um ponto essencial na economia de toda administração previdente é que
sua existência não repousa sobre produtos eventuais que podem faltar, mas sobre
recursos fixos, regulares, de maneira que sua marcha, aconteça o que acontecer,
não possa ser entravada.” E ainda: ” Assentar despesas permanentes e regulares em
recursos eventuais seria uma falta de previdência, que um dia se poderia lamentar.”

Como se vê, o pagamento de taxas pelos trabalhadores é absolutamente ético.

b) Doações externas São aquelas provenientes de doações voluntárias,
eventuais, feitas, a maioria das vezes, por pessoas que se sentem gratas pelos benefícios
adquiridos e desejam ajudar a casa ou aquelas que querem simplesmente ajudar por
simpatia à causa, sem nenhum compromisso maior. Eventualmente, pode acontecer que
alguma empresa, de pessoas simpatizantes da causa, queira contribuir de alguma forma
para o caixa do centro. Pode ser contribuição financeira ou, o que é mais comum,
ajudar com serviços prestados ao centro, como impressos, material de limpeza, mantimentos
para cesta básica, material de divulgação etc. Esse tipo de ajuda, como todos os
outros, são bem-vindos, desde que provenientes de estabelecimentos idôneos.

c) Eventos beneficentes As promoções beneficentes são uma importante
fonte de recursos. No Bezerra de Menezes, elas fazem parte da programação anual.
Realizam-se um almoço e um bazar a cada dois meses.

Nos almoços, os convites são vendidos por um sistema de cotas. Cada membro da
sociedade assume o compromisso de vender um certo número de convites e trabalha
para isso.

Nos bazares, as comidas, doces e bolos são vendidos em praça pública, com resultados
muito positivos.

Nota: É conveniente a sociedade organizar sua própria cozinha e uma equipe
de cozinheiras que cuidará do cardápio. Nos almoços e bazares não se dever servir
nenhum tipo de bebida alcoólica.

d) Empresas provedoras Existe um outro meio de captar recursos
para a casa espírita e que tem demonstrado bons resultados. São as empresas provedoras,
que prestam serviços específicos em algumas áreas para a comunidade, cujo lucro
é totalmente revertido para a sociedade espírita. São empresas criadas especificamente
para esse fim. Podem ser planejadas pela própria sociedade ou por doação de um grupo
de irmãos do centro. É conveniente não vincular diretamente o nome da instituição
à empresa, evitando-se assim que os usuários dos serviços pensem que a casa espírita
resolveu fazer comércio usando seu nome. Este é um empreendimento comercial.

Evidente que se deve ter cuidado para não atuar em áreas comerciais ilícitas
ou antiéticas. Os serviços prestados devem ser de boa qualidade, pois não devemos
esquecer que, mesmo indiretamente, ali está presente o nome da instituição a que
se destina o lucro e, por vezes, atitudes invigilantes causam situações desagradáveis,
trazendo mais prejuízo do que ajuda à causa.

Também pode acontecer que algum empresário simpatizante da causa queira criar
uma pequena empresa com essa intenção. Devemos ter cautela para não expor o nome
da casa desnecessariamente e nem ligá-la a propagandas inconvenientes.

Nota: Os grupos espíritas devem evitar a realização de bingos e rifas
como fonte de captação de recursos. Além de desaconselhados por mentores espirituais,
alguns casos caracterizam-se como contravenção penal. Mesmo admitindo-se algumas
situações de exceção, devemos ter todo o cuidado para que ela não se transforme
em regra. Há outras formas mais dignas de adquirirmos recursos para o Centro Espírita,
como vimos acima.