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Brincadeiras

Brincadeiras

Vez por outra nos chegam notícias sobre as chamadas “brincadeiras do copo” ou
“dança dos compassos”. Usado por curiosos e despreparados ao uso da sublime
faculdade mediúnica, são práticas não recomendáveis para o inter-câmbio
com os espíritos, pois que fogem da sadia orientação espírita por vários
motivos:

  1. atraem espíritos brincalhões, irresponsáveis e muitas vezes mal
    intencionados. Sugiro ao leitor uma breve consulta à ESCALA ESPÍRITA, itens
    102 a 106 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS;
  2. nada produzem de útil e criam vinculações nada recomendáveis com
    os espíritos envolvidos;
  3. impressionam pessoas despreparadas ou impressionáveis;
  4. transmitem errado conceito sobre a Doutrina Espírita e o
    intercâmbio com os espíritos, que nada tem a ver com essas práticas.

Tudo isso, principalmente em função da acurada observação trazida por Allan
Kardec na obra O QUE É O ESPIRITISMO, capítulo II, item 2. Pondera o Codificador
que aqueles que não conhecem o Espiritismo, imaginam que se produzem fenômenos
espíritas como se faz em experiências de física e de química. Daí sua pretensão
em os submeter à sua vontade, e a recusa de se colocar nas condições necessárias
para a observação. Não admitindo, em princípio, a existência e a intervenção dos
espíritos, ou pelo menos não conhecendo sua natureza, nem seu modo de ação, eles
agem como se operassem sobre a matéria bruta; e do fato de não obter o que
procuram, concluem que não há espíritos.

Colocando-se em um outro ponto de vista, compreender-se-á que os espíritos,
sendo a alma dos homens depois da morte, nós mesmos seremos espíritos, e que
estaríamos pouco dispostos a servir de joguete para satisfazer as fantasias dos
curiosos. O Espiritismo não sobe aos palcos, não é espetáculo para curiosos.
Portanto, está distante de práticas que violam os conceitos da ética, do bom
senso, do respeito que toda criatura humana merece. E os espíritos são criaturas
humanas, ainda que fora do corpo. Mantém saber ou ignorância, bondade ou más
intenções. Trabalham ou são ociosos. E como seres pensantes esperam de nós, não
importando a situação em que se encontram, respeito e atenção, orientação ou
ajuda para superarem as dificuldades que vivem (no caso de espíritos
desorientados – como os há também entre os homens encarnados ), ao invés de
serem explorados ou desrespeitados pela curiosidade e busca irresponsável.

Por isso, antes do contato ou intercâmbio com os espíritos, melhor conhecer
as ideais condições para isso acontecer com segurança e objetivos para o bem de
todos. Conhecimentos que nos farão compreender porque nem sempre os que se foram
manifestam-se com seus entes queridos. Muitas vezes não conseguem, outras vezes
não obtém permissão, em algumas situações não encontram condições ideais e na
maioria das vezes não desejam vir. Em alguns casos estão distantes e muitas
vezes aguardam a própria vez.