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Perdoar sempre

De fato, o ato de perdoar é algo transcendental, além de imprescindível,
porquanto para que sejamos perdoados é necessário que perdoemos. Não está o Pai
Eterno a nos perdoar constantemente? Tomando-se por base esse ensinamento
evangélico, ensinado e exemplificado pelo Divino Mestre Jesus Cristo,
aprendamos, por conseguinte, a não permitir que mágoas, ofensas, prejuízos de
qualquer espécie nos causem aborrecimentos, desilusões etc. Temos na figura
incomparável de Nosso Senhor Jesus Cristo o exemplo máximo de perdão.

A lição de Vinícius (Pedro de Camargo), inserida no excelente livro
intitulado “Em Torno do Mestre”, chama-nos atenção, inclusive, o que consta na
página 125 – Jesus, O MESTRE, lição essa que, inegavelmente, é uma advertência
que vem ao encontro de nossos interesses, pois apesar das ações caridosas do
Cristo, teve Ele de suportar as maiores afrontas, desprezos, humilhações para,
finalmente, ser crucificado. Todavia, deu-nos o exemplo do perdão, justamente
para que nos enquadrássemos aos seus ensinos que, na verdade, representam a
vontade de Deus. Assim se expressa Vinícius: “Jesus curou cegos de nascença,
surdos-mudos, epilépticos, hidrópicos, doidos e lunáticos, paralíticos,
reumáticos e leprosos; sarou, finalmente, enfermos de toda casta que a Ele
recorreram em busca do maior bem temporal – a saúde. No entanto, jamais o Senhor
pretendeu que o dissessem médico, ou clínico. Jesus frequentava o templo e as
sinagogas, onde atendia aos sofredores e ensinava ao povo as verdades eternas.
Mas, nunca se inculcou levita ou sacerdote. Jesus predisse com pormenores e
particularidades o cerco, a queda e a ruína de Jerusalém; como essa, fez várias
outras profecias de alta relevância. Penetrava o íntimo dos homens,
devassando-lhes os arcanos mais secretos, porém não consta que pretendesse as
prerrogativas de vidente ou de profeta. Jesus realizou maravilhas, tais como:
alimentar mais de cinco mil pessoas com três pães e dois peixes; acalmar
tempestade, impondo inconcebível autoridade às ondas revoltas do oceano.
Ressuscitou a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim e, também, Lázaro, sendo
que este último já estava sepultado havia quatro dias. Transformou água em vinho
nas bodas de Caná da Galiléia, e muitos outros prodígios operou, não
pretendendo, apesar disso, que o considerassem milagreiro ou taumaturgo. Jesus
aclarava as páginas escriturísticas, fazendo realçar, da letra que mata, o
espírito que vivifica, mas não se apresentou como exegeta ou ministro da
palavra. O único título que Jesus reclamou para si, ainda que fizesse jus às
mais excelentes denominações honoríficas que possamos imaginar, foi o de
“mestre”. Esse o título por ele reivindicado, porque, realmente, Jesus é o
Mestre excelso, o Educador incomparável. Sua fé na obra da redenção humana,
mediante o poder incoercível da educação, acordando as energias espirituais, é
inabalável, é absoluta. Tão firme é sua crença na regeneração dos pecadores, na
renovação de nossa vida, que por esse ideal se ofereceu em holocausto. Educar é
remir. O Filho de Deus deu-se em sacrifício pela causa da liberdade humana. A
cruz plantada no cimo do Calvário não representa somente a sublime tragédia do
amor divino; representa também o símbolo da fé viva e inabalável que Jesus tem
na transformação dos corações, na conversão de nossas almas. “Quando eu for
levantado no madeiro, atrairei todos a mim…” asseverou Ele. Todos.
Notemos bem; não uma parcela, mas a totalidade. Vemos por aí como é
radical a sua confiança, a sua crença na reabilitação dos culpados através da
educação. Sim, da educação, dizemos bem, porque só um título Jesus reclamou,
chamando-o a si, e o fez sem rodeios, sem rebuços, nem perífrases, antes com a
máxima franqueza e toda ênfase: o título de mestre. Dirigindo-se aos seus
discípulos, advertiu-os dessa maneira: “Um só é o vosso mestre, a saber – o
Cristo. Portanto, a ninguém mais chameis mestre
senão a mim” (grifamos). Jesus rejeitou o cetro, o trono, a
realeza, alegando que o seu reino não é deste mundo. Dispensou, igualmente, a
glória e as honras terrenas: um só brasão fez questão de ostentar: ser mestre,
ser educador. É magnífico! “Eu sou a luz do mundo, sou a verdade, sou o pão que
desceu do céu” – proclamou o Senhor. Esparzir luzes, revelar a verdade,
distribuir o pão do Espírito – tal a obra da educação, tal a missão do Redentor
da humanidade. Que dúvida poderá restar a nós outros, neo-cristãos, sobre o rumo
que deve tomar a nossa atividade, uma vez que o advento do Espiritismo é o
Consolador prometido? Que outra forma poderemos dar ao nosso trabalho que seja
tão eficaz, tão profícua e benéfica à renovação social como aquela que se prende
à educação, no seu sentido lato e amplo? Trabalhemos, pois, com ardor e
entusiasmo pela causa da educação da humanidade, começando pela infância e pela
juventude desta terra de Santa Cruz”.

Retornando à lição do perdoar sempre, diremos que o amor e a caridade são o
complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem
possível, todo o bem que desejaríamos para nós mesmos. Esse o sentido das
palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como irmãos”.

A caridade, segundo Jesus, não é somente dar esmolas, pois abrange todas as
relações com os nossos semelhantes, quer se trate das relações com os nossos
inferiores, com os nossos iguais, com os nossos superiores. Ela nos manda ser
indulgentes porque também precisamos de indulgência e nos desaconselha humilhar
a miséria, como geralmente se faz.

Por conseguinte, quando perdoamos as ofensas recebidas, estamos dando um
atestado de caridade, de sentimento cristão, e – por que não dizer? – de
seguidores de Jesus Cristo, o Mestre inesquecível. A sua permanência entre nós
não deve ter sido em vão!

(Jornal Mundo Espírita de Dezembro de 1998)

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