Caridade, a Grande Virtude
Toda moral ensinada por Jesus, se resume em duas simples palavras: Caridade
e Humildade, isto é, nas duas maiores virtudes em que devemos
concentrar todas as nossas forças em desenvolvê-las, se pretendemos erradicar de
nosso espírito o egoísmo que até hoje nos mantém presos às teias da ignorância.
Em tudo que ensinou, chamou-nos a atenção apontando essas duas virtudes como
sendo as que poderão nos conduzir de encontro à eterna e verdadeira felicidade.
Falou-nos ele: “Bem-aventurados os pobres de espírito, isto é os simples,
os humildes, porque deles é o reino dos céus; e continuou a nos ensinar; bem-aventurados
os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos;
bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós
mesmos; fazei aos outros o que gostaria que vos fizessem; amai os vossos inimigos;
perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos
a vós mesmos, antes de julgardes os outros; não saiba a vossa mão esquerda o que
dê a vossa mão direita”. Em todas estas passagens de seus ditos se pode tirar o
ensinamento maior resumindo em caridade e humildade, eis o que não cessa de recomendar
e exemplificar em todas as suas ações. Em tudo que pregou em sua passagem pelo nosso
planeta, não cansou de combater o orgulho e o egoísmo que são sem dúvida as duas
grandes chagas a corroer a humanidade.
O Mestre maior de todos nós não se limitou apenas a recomendar a caridade,
põe-na como condição absoluta para a conquista da felicidade futura, assegurando-nos
que as ações empreendidas pelos caridosos com certeza lhes assegurarão uma melhor
posição no futuro quando a justiça divina nos chamar para a prestação de contas,
como nos ensinou também em outra oportunidade “a cada um segundo as suas obras”.
Na Parábola do Bom Samaritano, considerado herético, mas que naquele momento
pratica o amor ao próximo, Jesus coloca-o acima do ortodoxo que falta com a caridade.
Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação,
mas designa como condição única. Se outras houvesse que a substituíssem ele as teria
ensinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente
abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência,
a justiça, etc., e também porque significa a negação absoluta do orgulho e do egoísmo
naquele que a pratica.
O Espiritismo sendo o Cristianismo Redivivo, ou seja o cristianismo na sua pureza
inicial, vem reafirmar os ensinos do seu criador com a máxima: “Fora da caridade
não há salvação”, máxima essa que consagra o princípio da igualdade perante
Deus, e da liberdade de consciência, deixando a todos a escolha da maneira como
queiram seguir adorando o Pai Celestial, não pregando que fora do espiritismo não
há salvação, pois bem sabe que o Cristo não fundou nenhuma religião, por isso mesmo
respeita a liberdade de crença de todos os seus irmãos em humanidade, pois em qualquer
corrente religiosa a que pertença o homem, terá aí mesmo a oportunidade de seguir
os ensinamentos de Jesus.
Dediquemo-nos portanto meus irmãos à prática da caridade ensinada no evangelho
de Jesus, pois ela nos ajudará não só a evitar a prática do mal, mas também nos
impulsionará em direção ao trabalho no bem, e para a prática do bem uma só condição
se faz indispensável: a nossa vontade, pois para a prática do mal
basta apenas a inércia e a despreocupação, agradeçamos pois a Deus nosso Pai, por
nos permitir encontrar em nossa estrada evolutiva a bênção de gozar da luz do Espiritismo.
Não significa achar que só os espíritas serão salvos; é que ajudando-nos a melhor
compreensão dos ensinos do Cristo, ele nos faz, se seguirmos seus ensinos, melhores
cristãos, confirmando por nossas ações que verdadeiros espíritas e verdadeiros cristãos
são uma só e a mesma coisa, pois todos quantos praticam a caridade são discípulos
de Jesus, não importando para tanto, que pertençam a esta ou àquela seita religiosa.