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Chico Xavier

No dia 29 de novembro de l997, irmãos do Grupo Espírita da Prece foram
visitar Uberaba, e as instalações do Grupo Espírita da Prece daquela cidade,
onde funciona o culto do evangelho do lar do nosso querido Chico Xavier, e qual
foi nossa grata surpresa de após quatro anos de ausência dos trabalhos de
atendimento ao público, Chico foi àquela Casa. Tivemos, então, a grande
oportunidade oferecida por Deus de ouvi-lo, quando proferiu uma palestra de
quarenta minutos, comentando o evangelho e falando-nos sobre a caridade.
Tentamos copiar na íntegra, enquanto ele nos falava, e transcrevemos aqui,
acanhadamente é lógico, o texto que, para nós, foi um grande presente do Alto.
Disse ele:

“…Nós sentimos que a caridade em si é a presença continuada da maravilhosa
vida do nosso Tutor Espiritual na Terra: Jesus. Muitos filósofos e escritores
contemporâneos que passaram antes do Cristo, deixaram a palavra Caridade passar
despercebida, como também os grandes pensadores gregos e romanos, e somente
depois da presença, e a palavra redentora do Cristo, em nosso favor no mundo,
que a caridade conseguiu terreno.

Os pensamentos e obras dos teólogos das Igrejas Cristãs, sobretudo sem que
antes dele nenhum dos pensadores da Grécia ou da Roma, local onde existia a
verdadeira agência da cultura, e da filosofia viessem ao encontro da caridade,
como entendia Jesus, era a própria presença Dele nos ensinamentos e nas
palavras.

O ponto fundamental dessa afirmativa é muito claro na palavra que Ele
configurou.

A história naturalmente é verdadeira, na qual bem conhecemos na parábola do
bom samaritano.

Disse-nos Jesus: Com a beleza que imprime em suas palavras, um homem foi
assaltado em determinado setor da estrada, ferido, e extremamente humilhado,
sofria as conseqüências do assalto, quando passou por ali um responsável
religioso e um doutor, e ambos se afastaram e coloram-se à distância, mas um bom
samaritano viu o ferido caído na terra; descendo de seu cavalo, compadeceu-se da
vítima que não conhecia, e não lhe pertencia a responsabilidade, mas o espírito
da verdadeira caridade. Colocou o ferido em seu cavalo e dirigiu-se a uma
hospedaria e conduziu aquele homem anônimo ao proprietário da instituição,
pedindo socorro, para que atendesse as primeiras necessidades do ferido. Chamou
o chefe da casa e recomendou-lhe a cautela bondade que tratasse de todas as
necessidades, quanto à recuperação daquele homem. Prometeu que voltaria e
pagaria todas as despesas que por acaso houvesse.

Começou aí o ensinamento de Jesus, com a presença da caridade. Socorro,
disponibilidade de auxílio e a parábola alcançou os teólogos.

Encontrando um irmãos naquele necessitado, dispensou amparo, e valendo da
hospedaria completou o ato de caridade. A caridade não conhece problemas
pessoais, não considera diferença de classes, começaram então os cristãos a se
lembrar daquele homem caído na estrada, compreenderam que ao encontro de um
necessitado carente de atenção e amor, aí começa a caridade, a benevolência e o
amparo ao próximo. Na caridade que se tornou padrão de conduta que Allan Kardec,
quando legou as comunidades humanas, os livros.

Quanto mais nos distanciamos de Jesus, mais próximo Ele está de nós, pelos
ensinamentos que absorvemos. A caridade que amparou a 300 heróis, do
Cristianismo de fazer alguma coisa que possa dar significado a nossa Terra,
aqueles que acreditavam nos ensinamentos do Cristo, se reuniram em casa de
difícil acesso, em catacumbas, porque o

ensinamento do Cristo, estava preso, Jesus começou a estabelecer a caridade e
o perdão preciso, criou em torno dele as atividades que levou ao sacrifício e no
operar, amparar, que significam atitudes diárias em nossa vida, porque quando
não fazemos isso, às vezes por uma simples migalha, nos envergonhamos de nós
mesmos e devemos não nos aproximar dos ensinos daqueles que praticam os grilhões
sobre os outros, e provocam os processos de escravidão, e isso tudo existe.

Mas Jesus está presente em nós, e não conseguiremos fugir porque Ele nos
marcou com o próprio sacrifício.

Nesta Casa, na vida doméstica e social, a caridade é a Presença de Cristo em
nosso meio.

O Espírito da Verdade, escreveu no capítulo XV do Evangelho Segundo o
Espiritismo, “fora da caridade não há salvação”, esta que começou com Jesus está
a nosso dispor.

Muitas vezes, aqueles que se retiram da vida comum para se entregar em Jesus,
encontrarão nas muralhas dos conventos, seus locais de recolhimento, onde, na
verdade encontrarão os rótulos de solidão.

Nós estamos libertos de qualquer processo de coação para sermos continuadores
de sua missão divina.

A caridade é desde uma doação de uma grande fortuna, até a doação de um prato
de sopa, a caridade é Jesus.

Bem aventurados vós que sofreis, vinde a mim que vos aliviarei. Espalhemos
nossas migalhas para darmos o quase nada que temos àqueles que nada têm.
Inspirai para os espíritos da Terra que querem fazer e não podem.

Ele não nos prometeu a vida fácil, prometeu o alivio, para aquele que
auxilia, não prometeu a facilidade nem a felicidade imediata, mas a esperança o
prato de carinho, a xícara de misericórdia, para que você possa atender o
chamado do alívio, com a palavra, com a frase, o bilhete, uma flor, que pode
modificar muitas vidas, distribuindo as cotas de alívio.

Não podemos fechar uma casa desapontando e decepcionando, causando desânimo
naqueles que precisam ser amparados. Não podemos fazer o máximo, às vezes nem o
mínimo, mas um pouco de consolo poderemos oferecer”.

Chico Xavier

Desculpe-nos por algum ponto que tenha ficado em dúvida, pois se houve
deficiência, esta sem dúvida é nossa, ao copiar. Mas foi para todos uma grande
felicidade, poder estar naquela data no Grupo Espírita da Prece em Uberaba, Casa
que para nós, como para todos os Espíritas, de grande representatividade. Chico
está extremamente enfermo, com seus 88 anos de idade, e 71 anos de mediunidade,
ainda nos dando o vivo exemplo de que muito mais podemos fazer por esta que é a
doutrina consoladora, e a todos nossos irmãos que se encontram em busca de um
alívio para suas dores.

Chico, o “homem coração”, e dizemos mais, dentre os bons adjetivos, é aquele
que soube reunir evangelho e vida, não somente interpretando, mas vivificando.

Grupo Espírita da Prece – Lavras – MG

(Publicado no Boletim GEAE Número 320 de 24 de novembro de 1998)