Já o italiano Ernesto Bozzano, que se dedicou por mais de 30 anos aos estudos
psíquicos, afirmou, sem temer estar equivocado, “que fora da hipótese espírita,
não existe nenhuma outra capaz de explicar os casos análogos ao que acabo de
expor”.
Uma nova ciência
Houve até quem fundasse uma nova ciência, com o objetivo exclusivo de
verificar a autenticidade dos fatos supranormais. Um desses foi Charles Richet,
o criador da metapsíquica. Para ele, ao ler, estudar e analisar os escritos
sobre os fenômenos espíritas, pode-se declarar inverossímil e até impossível que
homens ilustres e probos tenham se deixado enganar por fraudadores.
“Eles não poderiam ser todos e sempre bastante cegos para não se aperceberem
de fraudes que deveriam ser grosseiras, bastante imprudentes para conclui quando
nenhuma conclusão era legítima, bastante inábeis para nunca, nem uns nem outros,
fazerem uma só experiência irreprovável. A priori, suas experiência merecem ser
meditadas seriamente”, afirmou Richet.
Já Gustavo Geley, diretor do Instituto metapsíquico de Paris, um cientista
exigente e de poderosa inteligência, disse ser preciso confessar que “os
espiritistas dispõe de argumentos formidáveis. O espiritismo só admite fatos
experimentais com as deduções que eles comportam” Segundo ele, “os fenômenos
espíritas estão solidamente estabelecidos pelo testemunho concordante de
milhares de pesquisadores.
Foram fiscalizados, com todo rigor dos métodos experimentais, por sábios
ilustres de todos os países. Sua negação pura e simples, equivale hoje a uma
declaração de falência”.
Como um estudioso honesto, Geley dá este admirável testemunho: “Notemos
imediatamente que não há exemplo de um sábio que tenha negado a realidade dos
fenômenos depois de estudo um tanto aprofundado. Ao contrário, numerosos são
aqueles que, partindo de completo ceticismo, chegam à afirmação entusiástica.”
Camille Flamarion, grande astrônomo, autor de tantas obras notáveis e
respeitado como uma das maiores inteligências da França no século XIX, trouxe
igualmente um depoimento insuspeito sobre os fenômenos espíritas. Para ele, “a
negação dos céticos nada prova senão que os negadores não observaram os
fenômenos”.
O Espiritismo
O fenômeno mediúnico é uma ocorrência tão antiga quanto o homem. Por ser a
mediunidade uma faculdade inerente ao ser humano, ela tem se manifestado em
todas as épocas, ocasionando espanto, respeito e manifestações religiosas.
Porém foi somente a partir do século XIX, com estudos sérios realizados pelo
professor Hippolyte León Denizard Rivail (que posteriormente adotaria o nome de
Allan Kardec), que os fenômenos de efeitos físicos e inteligentes foram
observados em detalhes e as conclusões necessárias foram tiradas, formando-se
então um corpo de doutrina, o Espiritismo.
Esta é uma doutrina, nascida da observação e fruto da revelação dos espíritos
superiores, tendo sido codificada entre 1857 e 1868.
O Espiritismo divide os fenômenos mediúnicos em efeitos físicos ou objetivos
e efeitos intelectuais ou subjetivos. Como efeitos físicos ou objetivos, temos a
materialização, a transfiguração, a levitação, o transporte,, a bilocação, a voz
direta, a escrita direta, a tiptologia e a sematologia.
Como efeitos intelectuais ou subjetivos, temos a inspiração, a intuição, a
vidência, a audiência, a psicometria, o desdobramento, a psicografia, a
psicofonia e os curadores.
O espiritismo e a metapsíquica
A ciência oficial não admitiu de pronto as verdades reveladas pelos
espíritos. Formaram-se inúmeras associações, sociedades e comissões com o ideal
de desmascará-las, porém, quanto mais se estudava, mais aumentava o número de
adeptos.
Muitos homens de ciência se convencem a respeito da autenticidade dos
fenômenos, entre eles o fisiologista francês Charles Richet. Em conjunto com o
dr. Geley e o prof. Friedrich Myers, Richet fundou o Instituto Metapsíquico
Internacional em Paris, sendo designado como presidente da entidade.
A metapsíquica trata do estudo dos fenômenos psíquicos anormais, como a
telepatia, a clarividência, a dupla visão, materializações etc. Em 1922, Charles
Richet apresentou à Academia de Ciências o “Tratado de Metapsíquica”.
Os fenômenos metapsíquicos se dividem em objetivos e subjetivos. A
metapsíquica objetiva trata de fenômenos materiais que a mecânica conhecida não
explica, uma realidade tangível e acessível aos nossos sentidos. Divide-se em
telecinesia, que é uma ação mecânica sem atuação e sem contato sobre objetos ou
pessoas(raps, levitação, movimentação de mesas, escrita direta, transporte de
objeto, casas assombradas, etc) e ectoplasmia, que é a formação de objetos
diversos, que parecem sair do corpo humano, tomam aparência material e são
tangíveis (materializações de objetos e seres com aparência dos que já viveram
na Terra.)
Já a metapsíquica subjetiva trata de fenômenos mentais, sensibilidades
ocultas e percepções desconhecidas, como telepatia, clarividência,
clariaudiência. xenoglosssia, escrita automática, etc. Nela, temos a
cripterstesia, que é o estudo da faculdade de conhecimento das faculdades
sensoriais normais.
O Espiritismo e parapsicologia
Nos EEUU, em 1930, Joseph Banks Rhine iniciou os estudos que desemborcaram na
estruturação de um novo ramo da ciência preocupado em estudar os fenômenos
chamados “inabituais”, a parapsicologia. Enquanto o método da metapsíquica se
baseava no aspecto qualitativo dos fenômenos e no testemunho pessoal dos que
presenciavam os mesmos, a parapsicologia introduziu o método quantitativo.
Este método procura estabelecer um meio de fazer com que os fenômenos se
reproduzam sob determinadas condições e busca seguir os padrões utilizados na
metodologia científica. Esta se serve de métodos que possam ser testados,
repetidos e confirmados e, por ela, devem ser descobertas a causa e a lei que
rege o objeto da investigação.
Temos os fenômenos normais e paranormais. O fenômeno normal é o que se
enquadra no conjunto das leis conhecidas e aceitas que governam os processos
naturais. O fenômeno paranormal é inabitual, no qual não se sabe e não se domina
as leis que o regem.
Todos os fenômenos paranormais são denominados como pSI, embora nem todo
fenômeno paranormal seja psíquico, podendo ocorrer sobre objetos e coisas que
independem do psiquismo das pessoas envolvidas na ocorrência.
Os fenômenos PSI se dividem em PSI- gama, PSI-kapa e PSI-theta. Os psi- gama
são fenômenos subjetivos que ocorrem na área intelectual do dotado e se
subdividem em telepatia (comunicação direta de uma mente com outra),
clarividência (percepção dos fatos do mundo físico independentemente do uso dos
sentidos fisiológicos normais )e pós e pré-cognição (conhecimento imediato de
fatos já acontecidos ou por acontecer, sem nenhuma informação prévia, direta ou
indireta). Os PSI-kapa são fenômenos objetivos, materiais e de psicocinesia. Por
fim, alguns pesquisadores tendem a admitir uma terceira categoria de fenômenos
PSI, os PSI-theta , oriundos de mentes e seres incorpóreos.