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A Compreensão da Moral Evangélica

Se o ensino moral fosse discutido, as religiões teriam encontrado a resposta
de que precisariam ser menos místicas, valorizando muito mais o aspecto moral
que existe em cada qual. Daí a necessidade de observar a essência de cada uma
para que sejam produzidas mais regras de conduta e menos misticismo, pois que a
conduta abrange todas as formas de exercício da vida, que nada mais são que o
princípio básico de todas as relações naturais. A promoção desta avaliação e do
exercício moral mais evidente, proporcionará, certamente, uma produção muito
maior da justiça o que será reconhecido instantaneamente por Deus.

Parece óbvia, esta nossa observação, mas não é.

Todas as religiões cristãs apreciam a moral evangélica. Todas sublimam a sua
necessidade.

Muitos se apóiam em algumas máximas que se tornaram proverbiais. Muito poucos
procuram conhece-la a fundo. Menos ainda são os que conseguem tirar proveito
dela.

O questionamento do porque disto está resumido na dificuldade das pessoas em
compreender a leitura que se faz do Evangelho, embora que seja inteligível para
a maioria.

Há, entretanto, uma forma alegoria, mística, na linguagem que acarreta com
que muitos o leiam de forma a simplesmente tirar de si o sentimento de culpa de
não o fazer, portanto, meramente por obrigação. Estes esquecem que o Evangelho
está recheado de preceitos morais a serem seguidos, que passam pelas narrativas
e ali estão para serem seguidos.

Muitas passagens da Bíblia e do Evangelho são de forma quase ininteligível
pois que até as mensagens de Jesus através de parábolas precisam da necessária
análise de seu real sentido para que não pareçam absurdas e se possa compreender
todo o aspecto moral que elas encerram.

A Doutrina Espírita, através do Evangelho Segundo o Espiritismo procura
mostrar a melhor forma de tirar os meios de fazer uma melhor adequação da moral
de cada um com a moral cristã.

Graças as comunicações recebidas através de Espíritos Superiores a Lei
Evangélica foi “desnudada” pelos Espíritos que nos proporcionam forma simples e
absolutamente compreensível de toda moral do Cristo, posto que a humanidade, os
seres humanos individualmente, não teria a possibilidade de encerrar em si a
verdade absoluta, daí a necessidade do auxílio da espiritualidade que faz com
que se tenha noção exata das entrelinhas e do que encerra, realmente, a moral
evangeliza.

Deus, inicialmente, utilizou a Lei Mosaica para que chegasse aos homens a
necessidade de manutenção da moral. Esta lei veio na proporção exata das
possibilidades de compreensão da época. Conforme o povo foi evoluindo houve a
necessidade de mais uma intervenção, ou seja, foi-nos enviado Jesus, não para
modificar a Lei Mosaica, mas para amplia-la e fazer compreender melhor toda a
abrangência moral que nela se consubstanciava. Praticamente dois mil anos
passados dos ensinamentos do Cristo, houve a necessidade de uma terceira
revelação que deveria chegar aos homens de uma maneira mais rápida e de forma
mais autêntica. Razão porque foi dado aos Espíritos a autorização de levar aos
quatro cantos do mundo, manifestando-se por toda parte, de forma a que fosse a
verdade universal escutada, não dando a ninguém individualmente a tarefa de
clarear a verdade da moral cristã. Os Espíritos, assim, comunicando-se por toda
a parte, garante com que se possa avaliar as comunicações posto que um homem
pode ser enganado facilmente mas um bom número deles não. Se milhões vêem e
ouvem a mesma coisa, está configurada a verdade, e é aí que se afirma a verdade
do Espiritismo pois que ela está absolutamente embasada na ciência da observação
e não se toma como verdade qualquer informação mediúnica, mas tão somente quando
ela é uma informação universal, ou seja, confirmada por ser igual, transmitida
através de vários médiuns. Se houvesse um único intérprete por melhor que ele
fosse não poderia ser considerado como verdade pois que qualquer que fosse a
categoria deste ser provocaria a prevenção de muitos. Os Espíritos, desta forma,
comunicam-se de várias formas e em diversas partes do mundo, pois que o Espírito
não tem nacionalidade, independe de todos os cultos e tampouco se imprime em
nenhuma classe social em particular.

A universalidade do ensino dos Espíritos faz a força do Espiritismo e garante
com que a voz dos Espíritos seja espalhada rapidamente, pois que muitos escutam
simultaneamente a mesma mensagem.

Sendo o Espiritismo a expressão da verdade, ele não teme os escolhos das
contradições, pois que a ambição de alguns não pode macular a verdade universal.

(Publicado no Boletim GEAE Número 474 de 27 de abril de 2004)