Conhecimento do Futuro – Profecias
Não desprezeis as profecias; Examinai tudo. Retende o bem.
Paulo (1o Tessalonicenses, 5:20 e 21)
- Pode o futuro ser revelado ao homem?
- Devemos aceitar todas as profecias?
- Como podem os profetas predizer o futuro?
As respostas a estas e outras indagações encontramos nas questões de n.º 868
a 871 de “O Livro dos Espíritos” (1) que em essência esclarecem:
Em princípio, o futuro é oculto ao homem. Só em casos raros e excepcionais,
permite Deus que seja revelado. Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o
presente e não obraria com a liberdade com que o faz. Assim, o próprio homem
prepara, ele mesmo, muitas vezes os acontecimentos que hão de sobrevir no curso
de sua existência.
Ainda em síntese, resumimos as questões de n.º 280 a 290 de “O Livro dos
Médiuns” (2), que sobre o assunto assim refere:
O conhecimento do futuro é conquista somente de Espíritos elevados. A eles
interessa e muito o nosso futuro, razão pela qual cuidam de influenciar o nosso
presente, aconselhando-nos, orientando-nos através dos ensinamentos que
ministram.
A Misericórdia Divina permite certas revelações quando podem gerar o bem.
Todavia deve-se ter muito cuidado com os impostores e charlatães.
A respeito das profecias, duvidar delas, seria atribuir a Jesus o título de
embusteiro, pois ele ratificou as predições dos profetas e sempre as acatou e
repetiu. Além disso o próprio Mestre profetizou, como se pode constatar
consultando o Novo Testamento: (3)
Em Mateus, 24:6, 7 e 8, Jesus falando sobre o “fim do mundo”:
“E ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras; olhai não vos
assusteis, porque é mister que isso aconteça, mas ainda não é o fim.”. Alhures,
o Mestre acrescenta: “Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra
reino e haverá fome, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas
coisas são o princípio das dores.”
Ainda em Mateus, 24:14, fala Jesus: “E este Evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.”
Jesus profetizou o que acontecerá na era que se aproxima, previu também o
arrasamento do templo de Jerusalém, a traição de Judas, a negação de Pedro, a
sua própria ressurreição e a confusão que os homens fariam com os seus ensinos,
no futuro, o que se realizou integralmente.
Alguns discípulos de Jesus também profetizaram como a seguir destacamos:
João Evangelista, na ilha de Patmos, aos 96 anos de idade, quando de seu
desterro determinado pôr Domiciano, ouvindo a voz que vinha da esfera do Cristo,
registrou suas impressões e descreveu a “Besta do Apocalipse”. Isso nos
demonstra a fonte divina de suas profecias. Ainda mais: Isaías, Jeremias,
Ezequiel, Daniel, Marcos e João Evangelista anotaram, com ricos detalhes os
eventos em questão.
O Apóstolo Paulo, em suas 2a. Ep. a Timóteo, 3:1, põe em relevo a
angústia de “fins de tempos”, quando adverte: “Nos últimos dias
sobrevirão tempos trabalhosos.”; na 2a. Ep. Aos Tessalonicenses,
2:12, diz: “Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade,
antes tiveram prazer na iniqüidade.” E na 1a. Ep. aos
Tessalonicenses, 5:20 e 21, recomenda: “Não deveis desprezar as profecias:
Examinai tudo. Retende o bem.”.
Entre muitos outros, foram profetas de sucessos comprovados nos livros
sagrados, onde se diz que eram profundamente tocados pela graça do Senhor dos
Mundos, citamos: Moisés, Samuel, Elias, Eliseu, Isaías, Ezequiel, Daniel, Joel,
Jeremias, Amós, Zacarias, Malaquias. Vale ainda destacar o Monge Malaquias,
Santa Odila, o Cura D’Ars, Catarina de Emmerick, o campônio Maximino, o profeta
vidente e ocultista do século XVI, Michel Nostradamus, que oferece matéria mais
aproximada dos eventos dos nossos próximos dias. Nostradamus, embora variem as
interpretações acerca das suas “centúrias”, realizaram-se até o momento
todas as suas predições, com acentuada exatidão.
Salvo raras exceções o futuro permanece oculto e assim sendo porque permite
Deus que seja revelado algumas vezes? Os Espíritos Reveladores responderam a
Allan Kardec, na questão 870 de “O Livro dos Espíritos”: (1)
“Permite-o , quando o conhecimento prévio do futuro facilite a execução de
uma coisa, em vez de a estorvar, obrigando o homem a agir diversamente de modo
pôr que agiria, se lhe fosse feita a revelação. Não raro, também é uma prova. A
perspectiva de um acontecimento pode sugerir pensamentos mais ou menos bons. Se
um homem vem a saber, pôr exemplo, que vai receber uma herança, com que não
conta, pode dar-se que a revelação desse fato desperte nele o sentimento da
cobiça, pela perspectiva de se lhe tornarem possíveis maiores gozos terrenos,
pela ânsia de possuir mais depressa a herança, desejando talvez, para que tal se
dê, a morte daquele de quem herdará. Ou, então, essa perspectiva lhe inspirará
bons sentimentos e pensamentos generosos. Se a predição não se cumpre, aí está
outra prova, consistente na maneira pôr que suportará a decepção. Nem pôr isso,
entretanto, lhe caberá menos o mérito ou o demérito dos pensamentos bons ou maus
que a crença na ocorrência daquele fato lhe fez nascer no íntimo.”
Bibliografia:
- Kardec, Allan – “O Livro dos Espíritos”, 74a edição FEB,
1944; - Kardec, Allan – “O Livro dos Médiuns”, 1a edição FEESP,
1984; - Almeida, João Ferreira de – “O Novo Testamento de N. S. Jesus Cristo”,
Imprensa Bíblica Brasileira, 1986, Rio de Janeiro.
Obs.
Artigo publicado em Manaus no jornal Folhão de 18.09.1995 e no Rio
de Janeiro na revista Reformador de Maio de 1996.