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Contestação do Texto Arrebatamento de Elias

Contestação do Texto Arrebatamento de Elias

XXX YYYYYY

Out/2002.

Bibliografia

  • Bíblia Sagrada, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 8ª edição, 1989.
  • Bíblia de Jerusalém, Paulus, São Paulo, SP, 1ª edição, 2002.

Nossa Resposta:

Maurício,

O grande problema é que algumas pessoas não enxergam ou não querem enxergar o
óbvio, elas normalmente têm sua mente completamente dominada pelos seus líderes
religiosos.

Acabamos de ler o livro “Quando Ele Voltar”, de Rick Medeiros, Ed. Graf. Vida
e Consciência, de onde retiramos:

“Se você é adepto de uma determinada igreja, religião ou credo e segue seus ensinamentos
por causa do medo, você não está evoluindo. Você está deixando o medo ser a sua
motivação quando você diz: ‘É melhor eu fazer isso ou aquilo, assim estarei acumulando
créditos no céu!’ O espírito que faz isso está deixando os outros controlarem sua
vida, porque os outros é que estão tomando as decisões para ele. Se é para se render
às crenças ou aos ideais alheios, qual seria então a razão de viver nesta esfera?”

O medo, caro Maurício, é o que faz essas pessoas seguirem fielmente seus líderes
religiosos.

Respondendo ao seu amigo.

Gostaríamos que ele nos mostrasse algo ou alguma coisa na natureza que não esteja
em perfeita harmonia do seu meio. Assim, continuamos a perguntar: O que fazer com
o corpo físico na dimensão espiritual?

Não sabemos onde encontrou adulteração e manipulação do NT, pois todas as nossas
citações são baseadas nas Bíblias “conforme os textos originais” que existem por
aí. Favor citar qual texto que iremos provar que não há adulteração e manipulação
como alega. Entretanto, nos reservamos no pleno direito de interpretar os textos
conforme a nossa maneira de entender e em não aceitar nenhum dogma imposto pelas
religiões tradicionais, se estivermos errados que nos demonstrem o erro. Mas não
nos venham com posturas dogmáticas e arcaicas para sustentar as suas próprias idéias.

Agora nós provaremos quem na realidade adultera e manipula textos Bíblicos. Vejamos,
por exemplo, pelas edições bíblicas dos católicos e dos protestantes a passagem
Levítico 19,31:

Bíblias Católica

Vozes: Não recorrais aos médiuns, nem consulteis os espíritos para
não vos tornardes impuros. Eu sou o Senhor vosso Deus.

Ave Maria: Não vos dirijais aos espíritas nem adivinhos:
não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso
Deus.

Pastoral: Não se dirijam aos necromantes, nem consultem adivinhos,
porque eles tornariam vocês impuros. Eu sou Javé, o Deus de vocês.

Paulinas: Não vos dirijais aos magos nem interrogueis os adivinhos,
para que vos não contamineis por meio deles. Eu sou o Senhor vosso Deus.

Bíblias Protestante

Mundo Cristão: Não vos voltareis para os necromantes, nem para
os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles: Eu sou o SENHOR
vosso Deus.

Tradução do Novo Mundo: Não vos vireis para médiuns espíritas e
não consulteis prognosticadores profissionais de eventos, de modo a vos tornardes
impuros por eles. Eu sou Jeová, vosso Deus.

Só que as palavras médiuns, espíritas não podem existir em nenhuma Bíblia, pois
são neologismos criados por Kardec em 18 de abril de 1857, quando do lançamento
do Livro dos Espíritos, além de que, obviamente, não existem estes termos nem hebraico
e nem em aramaico. O termo correto é necromancia, que consiste na evocação dos mortos
para fins de adivinhação, o que, também, nada tem a ver com Espiritismo.

Não esquecemos de mencionar o restante do versículo 63, já que a afirmativa é
clara em si mesma: “O espírito é que dá vida; a carne de nada serve”. Na seqüência
Jesus compara as suas palavras (tudo o que disse) dizendo que elas são espírito
e vida, ou seja, importantes para nossa realidade como espíritos, pois somente através
delas é que conseguiremos conquistar o “reino dos céus”.

Ressaltando a importância do espírito, Jesus de certa forma, confirma o que se
encontra em Ecl 12,7: “O pó volte à terra, onde estava, e o espírito volte para
Deus, seu autor”.

Em Mateus 22,30, lemos: “Porque na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento;
serão, porém, como os anjos no céu”. Já que seremos como os anjos no céu e como
não há que discutir que eles são seres espirituais, disso concluímos que, conseqüentemente,
seremos seres espirituais, a não ser que alguém nos prove que anjo também possui
um corpo físico.

Quanto à questão do que estamos falando nada tem a ver com o arrebatamento de
Elias, é querer dar uma de avestruz, pois tem tudo a ver. Se o espírito é o mais
importante, se é ele que volta a Deus, e se seremos iguais aos anjos no céu é porque
seremos seres espirituais e como tal não possuiremos corpo físico nessa condição.
Será que agora dá para se entender?

Se “o corpo nada pode fazer para dar vida” é porque a vida é essência do espírito,
quer dizer, é o espírito que anima o corpo físico dando-lhe vida, daí o corpo sem
o espírito é nada. Uma vez colocado na sepultura devolverá, pela decomposição, à
natureza, todos os elementos constitutivos que lhe tomou emprestado.

Uma coisa interessante que nosso amigo não percebe é que a concepção de céu na
antiguidade era a região azulada, se assim podemos dizer, que vemos ao olhar para
cima. Lá imaginavam que era a morada dos deuses. Ora, hoje sabemos que essa região
azulada na verdade é produzida pela distância infinita que nos descortina, isso
faz com que o espaço infinito tome essa cor. Na realidade essa região não existe
como uma coisa concreta. E a partir daí o “céu” deslocado passou a ser o que? Já
que para todos os lados que apontarmos estaremos indicando sua localização.

Existe mais um fato digno de nota, é que vemos os alpinistas escalarem as montanhas
mais altas da terra, sofrerem os “diabos” por causa do ar que se torna cada vez
mais rarefeito. Acreditamos que existem montanhas que nenhum ser humano conseguirá
subir ao pico, por absoluta falta de oxigênio, fonte imprescindível para a vida
do corpo físico. Daí perguntarmos se, como acreditam, o céu é lá em cima, como poderá
um corpo físico sobreviver sem oxigênio?

Parece que seu amigo não entendeu nadinha do que dissemos, até parece brincadeira
de mau gosto. Onde dissemos que Jesus estava falando de adoração após a morte? O
que estamos querendo dizer é que se Deus é espírito e nós somos a “sua imagem e
semelhança” é porque também nossa essência é ser espíritos, nada tem a ver, portanto,
com adoração após a morte.

Em Gênesis 6,3, encontramos: Então disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para
sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. “Meu
Espírito” completa a afirmação de que nossa semelhança com Deus é a espiritual.

Agora vejamos, novamente, como mudam os textos dificultando sobremaneira o entendimento
da Bíblia:

Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, Números 16,22: Mas eles
caíram com os rostos em terra, e disseram: Ó Deus, Deus dos espíritos
de toda a carne,
pecará um só homem, e indignar-te-ás tu contra toda esta congregação?

A Bíblia Anotada – Editora Mundo Cristão, Números 16,22: Mas eles prostraram
sobre os seus rostos e disseram: Ó Deus, Autor e Conservador de toda a vida,
acaso por pecar um só homem, indignar-te-ás contra toda esta congregação?

Observar que na primeira versão se diz que Deus é Deus dos espíritos de toda
a carne, ficando em evidência que somos espíritos, entretanto na segunda versão
muda-se completamente o sentido.

A questão não é que a Doutrina Espírita desvaloriza o corpo físico, ele tem o
seu valor, entretanto não pode ser mais importante que nosso espírito (=semelhança
com Deus). A maioria dos crentes de outras correntes religiosas acredita que o espírito
só sobrevive se acoplado a um corpo físico, daí a crença na ressurreição da carne.
Entretanto, não somos nós quem coloca o espírito como mais importante, é o próprio
Jesus, conforme já analisamos anteriormente na passagem João 6,63.

Quanto a Jesus ter subido em um corpo glorificado, se entendermos o “corpo glorificado”
como o corpo espiritual tudo bem, pois é isso mesmo que acontece. A prova que o
seu corpo era diferente daquele que usou quando vivo, é que em todas as Suas aparições
ninguém o reconheceu, somente o reconhecendo por algum gesto. Mas se está à direita
do Pai não sabemos, pois teriam que nos provar que Deus estando em todos os lugares
possui direita e esquerda.

Todas as passagens que citamos provam que o espírito é que é o mais importante
no ser humano, e é nele iremos retornar ao plano espiritual. Assim não há como Elias
ter sido arrebatado em corpo e alma, será isso tão difícil de entender?

Em Mateus 22,32, Jesus disse: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o
Deus de Jacó? Ele não é Deus dos mortos, e, sim, dos vivos”. Do que podemos concluir
que Deus sendo Deus dos vivos é porque Abraão, Isaque e Jacó viviam, só que em espírito.
Ou alguém irá nos dizer que eles ressuscitaram da carne? Que provem então.

É-nos difícil acreditar Deus estabelecendo qualquer tipo de privilégio. Nem mesmo
Jesus, que muitos consideram a terceira pessoa da Trindade, foi arrebatado, por
que motivo outros espíritos, em grau de inferioridade em relação a Ele, iriam ser?
Expliquem-nos com argumentos lógicos.

A passagem Ecl 12,7 diz a percepção do autor sobre a realidade da morte, ou seja,
o espírito retorna a Deus e corpo (pó) volta à terra de onde saiu (será que saímos
mesmo da terra?). Isso é uma lei divina que serve para todos, até mesmo porque não
foi o “castigo” do homem voltar ao pó? Estaria Deus voltando atrás no que disse
anteriormente? Se isso for, como fica “eu o Senhor, não mudo” (Malaquias 3,6)? E
quase todas as correntes religiosas aceitam que Deus é imutável, e assim sendo não
há como mudar absolutamente nada, até mesmo porque se Ele mudar algo pressupõe que
não sabia o que estava fazendo, derrubando, por tabela, a sua onisciência.

Quanto a afirmativa que faz de que Elias não morreu, devemos repetir a nota que
colocamos a respeito desse assunto tirada da Bíblia de Jerusalém. É bom ressaltarmos
que essa tradução foi realizada por uma equipe de exegetas católicos e protestantes,
conforme consta de sua apresentação. Vejamos a nota em relação ao versículo 18:
“A busca infrutífera certifica apenas que Elias não é mais deste mundo; seu destino
é mistério que Eliseu não quer desvendar. O texto não diz que Elias não morreu,
mas facilmente se pôde chegar a essa conclusão.
…”

Será que todos os fatos narrados na Bíblia aconteceram como narrados, ou conforme
a visão do autor, ou conforme o conhecimento da época. Vejamos um exemplo.

Êxodo 19,18-19: Todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele
em fogo; a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente.
E o clamor da trombeta ia aumentando cada vez mais: Moisés falava, e Deus lhe respondia
no trovão.

Uma descrição dessa não estaria próxima de uma narrativa de uma erupção vulcânica?
Quem sabe se não foi isso que realmente ocorreu? Que conhecimentos tinham sobre
tal fenômeno da natureza? Deus respondia no trovão? Porque nos dias de hoje não
responde mais? Dentro disso podemos crer que o “arrebatamento” de Elias, pode muito
bem ter sido um fenômeno de ordem natural, já que no próprio texto diz sobre um
redemoinho de vento.

A citação que faz de 1 Cor 15, 51, há um problema sério de entendimento, pois
“ser transformados” não quer dizer ser arrebatados. Aqui Paulo fala do corpo espiritual
que teremos após a morte, é o que diz sobre “os mortos ressuscitarão incorruptíveis”.
E mais à frente no versículo 53, arremata: Porque é necessário que este corpo corruptível
se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade”,
ou seja, o nosso corpo espiritual que é incorruptível e imortal, visto por Paulo
como uma transformação sofrida pelo corpo físico.

Vejamos agora a outra passagem que é citada por ele:

1 Tessalonicenses 4, 15-17: Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim
também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem. Ora,
ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos
até à vinda do Senhor
, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o
Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;
depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles,
entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre
com o Senhor.

Primeiramente devemos informar que Paulo se incluía entre o “nós” que esperavam
a vinda do Senhor, pois pensavam estar vivendo o fim dos tempos (ver nosso texto
a respeito). Entretanto o Senhor não veio conforme acreditavam, e conseqüentemente
não arrebatou nem a ele nem a ninguém. Se Paulo pensou desta forma é porque, conforme
já o dissemos, pensava estar vivendo o fim dos tempos, e é por isso que imaginava
que os que ainda não haviam morrido neste fim dos tempos iriam ser arrebatados.
Entretanto, se considerarmos que seu pensamento seja arrebatamento de corpo e alma,
ele se coloca em contradição com sua afirmativa de que a carne e o sangue não herdarão
o reino dos céus.

Preferimos ser fanático que não abdica do uso da lógica e a razão, do que ser
fanático cego e encabestrado pelos líderes religiosos.

Bom não houve por parte desse seu amigo nada que pudesse contestar efetivamente
o nosso texto. A tese do contrário e antibíblico é falácia de quem não tem argumentos
suficientes para contestar o que os outros falam.

Quanto a questão de Elias ter reencarnado como João Batista, é só tirar as vendas
dos olhos e ver: “Ele (João Batista) é o Elias que estava para vir”. (Mateus 11,14;
17,12), palavras de Jesus, portanto, conforme o gosto do amigo, bíblica.

O dogma contrário à reencarnação é o dogma do inferno eterno. Perguntamos: quando
foi que Deus criou o inferno? Por que será que não disse a Adão e Eva que se comessem
do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal iriam para o inferno? Será que
Deus queria que eles continuassem na ignorância? Por que será que quando instituiu
os Dez Mandamentos não disse que quem não os cumprissem iria para o inferno? Sabe
por que? Porque o inferno é criação dos homens e não de Deus. É só pesquisar a história
e encontrarão sua origem na mitologia persa que os cristãos, não os hebreus, abraçaram
prontamente.

Aliás, é comum nas correntes protestantes usar o que chamamos de terrorismo religioso,
onde ameaçam aos seus fiéis com o fogo do inferno, para lhes tomarem o dízimo. Pedagogia
negativa, pois deviam dizer para seus fiéis, que por amor a Deus, deveriam não praticar
o mal, mas não, dizem que quem o faz irá para o inferno, ou seja, ao invés de deixar
de fazer o mal por amor querem que deixem pelo temor, se é assim onde fica a evolução
espiritual do indivíduo?

A questão de não crer na Bíblia realmente só mentes atrasadas podem acreditar
piamente em tudo que nela está escrito. Se ele quiser mesmo saber qual a nossa opinião
a respeito dela recomendamos lhe o nosso livro “A Bíblia à Moda da Casa”.

Mas já que ele acredita em tudo, favor nos dizer onde se encontra a profecia
citada em Mateus 2,23. Observar que a citação de Mateus 2,15 como profecia a respeito
de Jesus, não se refere a ele, mas a passagem está relacionada ao povo de Israel
que é chamado de meu filho. Também a citação da profecia de Isaías por Mateus 1,23,
não se relaciona da Jesus, mas ao filho do rei Acaz. Assim, podemos perceber que
existe na Bíblia muita coisa que não condiz com a realidade, foram coisas colocadas
pelos homens, que vergonhosamente dizem se tratar de revelação divina. E, finalmente,
se Elias foi arrebatado, com absoluta certeza ele subiu ao céu, assim, fica em contradição
com a afirmativa de Jesus em João 3,13. A impressão que estamos tendo que nosso
texto deve estar escrito em grego, pois este cara não entendeu bulhufas do que nos
dizemos nele.

A manifestação de Samuel ao rei Saul (1 Samuel 28, 1-25) e de Moisés e Elias
conversando com Jesus (Mateus 17,3), são manifestações de espíritos e nenhum deles,
além de não estarem dormindo, não possuíam mais o corpo físico. Fatos relatados
na Bíblia que confirmam que os que vivem no plano espiritual não possuem corpo físico.

Abraços

Paulo Neto

25.06.2003

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