Curas Efetuadas por Jesus
“Algumas vezes, é necessária a simultaneidade das ações; doutras, basta uma
só”.
A fé, portanto, não é uma virtude mística mas uma força atrativa.
Quando o enfermo não tem essa fé, “opõe à corrente fluídica uma força
repulsiva, ou pelo menos uma força de inércia, que paralisa a ação”.
Podemos entender, agora, porque Jesus, ao curar alguém, dizia: “Se tiveres
fé” ou “A tua fé te salvou”.
Algumas curas que Jesus fez por ação fluídica
Apenas pelo olhar e pela palavra
Nestes casos, Jesus transmite magnetismo pelo olhar e motiva psicologicamente
a pessoa pela palavra, além dos fluidos que emana e com sua vontade potente
dirige para o enfermo, embora sem tocá-lo ou usar qualquer outro recurso
material.
1 ) Ao paralítico, no tanque de Betesda, indaga (Jo. 5 :1/9):
– Queres ser curado?
Ante a resposta afirmativa, ordena:
– Levanta-te, toma o teu leito e anda.
Imediatamente o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar.
2) Age de modo semelhante com o paralítico de Cafarnaum (Mt. 9:2/8,
Mc. 2:1/12 e Lc. 5:17/26).
– Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.
E, levantando-se, partiu para sua casa.
Pelo toque ou imposição das mãos
1) “…todos os que tinham enfermos de diferentes moléstias (lc 4:40) lhos
traziam; e ele os curava, impondo as mãos sobre cada um”.
2) Aproximou-se dele um leproso, rogando-lhe de joelhos:
– Senhor, se queres, podes tomar-me limpo. (Mc. 1:40/45) Jesus, profundamente
compadecido, estendeu a mão, tocou-o, e disse-lhe:
– Quero, fica limpo1 (Mt. 8: IR.) No mesmo instante lhe desapareceu a lepra,
e ficou limpo.
3) Em Jericó, Jesus passava acompanhado por uma multidão.
Um cego estava à margem do caminho. Ouvindo que era Jesus quem passava,
pôs-se a segui-lo clamando para que o curasse.
(Mc. 10:46/52, Lc. 18:35/43 e Mt. 20:29/34.) Jesus parou e mandou chamá-lo.
– Que queres que eu te faça?
– Mestre, que eu tome a ver.
– Vai; a tua fé te salvou.
E imediatamente o cego tomou a ver, e seguia Jesus estrada afora. (Mateus diz
que eram 2 cegos e que Jesus lhes tocou os olhos).
4) Quando iam prender Jesus no Horto das Oliveiras, Pedro sacou da espada que
trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus acudiu, dizendo: Deixai, basta.
E, tocando-lhe a orelha (ao servo ferido), o curou. (Mt.
26:47/56, Mc. 14:43/50, Lc. 22:47/53 e Jo. 18:2/11.) Outros exemplos:
Jesus abençoa as criancinhas impondo-lhe as mãos.
(Mc.10: 13/16.) Jesus cura a sogra de Pedro, de febre muito alta: “tomou-a
pela mão”, e “repreendeu a febre”. (Mt. 8:14/15, Mc. 1:29/31 e Lc. 4:38/39.)
Cura de um hidrópico:
“E tomando-o o curou e o despediu”. (Lc. 14:1/6.) Cura de dois cegos:
“Então, lhes tocou os olhos, dizendo: Faça-se conforme a vossa fé. E
abriram-se-lhes os olhos”. (Mt. 9:27/31.)
Com saliva
1) Então lhe trouxeram um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse a mão
sobre ele. (Mc. 7:32/37.) Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os
dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva; depois, erguendo os olhos ao
céu, suspirou e disse: Efatá, que quer dizer: Abre-te.
Abriram-se-lhe os ouvidos e logo se lhe soltou o empecilho
da língua, e falava desembaraçadamente.
2) Então chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego, rogando-lhe que o
tocasse. (Mc. 8:22/26.) Jesus, tomando-o pela mão, levou-o para fora da aldeia
e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe:
– Vês alguma coisa?
Este, recobrando a vista, respondeu:
– Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando.
Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente,
ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito.
Destaquemos nestas duas passagens: usou o toque, a saliva (propriedades
medicinais?), a oração e a palavra; retirou o enfermo para longe da multidão,
porque poderia prejudicar a realização do fenômeno pela mentalização inferior.
Com saliva e com terra
1) Encontrando um cego de nascença, Jesus “cuspiu na terra, e tendo feito
lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe:
– “Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado).
“Ele foi, lavou-se, e voltou vendo”. (Jo. 9:1/12.) Se esta passagem está fiel
ao acontecido, tentemos uma análise:
Por que usou terra? Talvez tivesse propriedades medicinais? Ou serviria para
remover algo aderido ao globo ocular?
Por que usou saliva? Talvez por ser preciso fazer uma pasta para colocar nos
olhos do cego e ali não devia haver água (jà que depois o cego precisou ir
lavar-se no tanque de Siloé).
Por que ir lavar os olhos depois? Talvez a água do tanque também fosse
medicinal, complementando o processo curador.
Ou porque, após curar, a lama deveria ser retirada e nada melhor do que a
água para isso.
Curas à distância
Jesus trabalhava assessorado por uma equipe espiritual.
Em certos casos, havendo vibrações e fluidos favoráveis dos participantes,
era possível aos bons espíritos, a mando de Jesus, se dirigirem até onde o
enfermo se encontrava e lá curá-lo.
Também podia ocorrer comunicação com espíritos que lá já se encontrassem,
para realizarem a cura com o apoio dos fluidos e vibrações oferecidos.
Assim se explicam as curas seguintes, em que os enfermos, à distância,
ficaram curados no mesmo momento em que Jesus assegurava isso.
l) Cura do criado de um centurião romano, em Cafarnaum. (Mt. 8;5/13.) O
enfermo ficara em casa, o centurião foi até Jesus pedir a cura.
“Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te e seja feito conforme a tua fé. E
naquela mesma hora o servo foi curado”.
2) Em Caná, um oficial do rei pede a Jesus a cura do filho que ficara em
Cafarnaum, enfermo. (Jo. 4:46/54.) “Rogou-lhe o oficial: Senhor, desce, antes
que meu filho morra.” “Vai, disse-lhe Jesus; teu filho vive.” “O homem creu na
palavra de Jesus e partiu” (para Cafarnaum) vindo a saber, depois, que o filho
ficara bom exatamente na hora em que Jesus afirmara a sua cura.
Por lhe tocarem as vestes
“… punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao
menos na orla da sua veste; e quantos a tocavam saíam curados”. (Mc. 6:55/56.)
Não era o fato de lhe tocarem as vestes que os curava e, sim, o de entrarem em
contacto com sua aura ou campo de irradiação fluídica.
E “todos ” se curavam? Os que ofereciam condições para tanto.
É o que fica evidente no caso a seguir:
1) Cura de uma mulher hemorroíssa. (Mt. 9:19/23 e Lc.
8:42/48.) Há 12 anos tinha ela um fluxo sangüíneo e já se havia tratado com
vários médicos, sem alcançar a cura e gastando tudo quanto possuía.
Tendo ouvido a fama de Jesus, a mulher veio por trás dele, por entre a
multidão, tocou-lhe a veste, porque dizia:
– Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada.
E logo se lhe estancou a hemorragia e sentiu no corpo estar curada.
Jesus perguntou:
– Quem me tocou?
Todos negavam que tivessem feito isso e os apóstolos, então, argumentaram com
Jesus:
– Mestre, as multidões te apertam e te oprimem (ou seja, muitos estavam
tocando em Jesus).
Mas Jesus insistiu:
– Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder (ou virtude, força)
(percebera que alguém atraíra seus fluidos).
E olhava ao redor para ver quem o tocara.
Então a mulher, vendo que não podia ocultar-se, cônscia do que nela se
operara, trêmula se aproximou, prostrou-se diante de Jesus e declarou-lhe o que
fizera e por quê.
Jesus lhe disse:
– Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre do teu mal.
Por que Jesus não curava a todos
A doença é uma terapêutica da alma, dentro do mecanismo da evolução humana. É
a filtragem, no corpo, dos efeitos prejudiciais dos desequilíbrios espirituais.
Funciona, também, como processo que induz à reflexão e disciplina das atitudes.
Enquanto não produziu seus efeitos benéficos, não deve ser suprimida.
De todos os enfermos que o procuravam, Jesus curou
somente aqueles em quem os efeitos purificadores da enfermidade já haviam
atingido seu objetivo reequilibrante, ou aqueles que já apresentavam condições
para receberem esse auxílio no corpo físico.
“Curai os enfermos”, mandou ele aos seus discípulos, mas completou:
“anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus” (Lc. 10-9). Não
queria que apenas curassem corpos mas que orientassem os enfermos para o
entendimento e cumprimento das leis de Deus, porque a verdadeira cura é a do
espírito e esta não se dá apenas pela supressão dos sintomas da doença física, a
qual é tão-somente uma conseqüência.
Ante a possibilidade de enfermar
Para evitar as enfermidades, cuidemos não só do corpo mas do espírito,
cultivando bons pensamentos e sentimentos, praticando o bem e não o mal.
Se, apesar de nossos cuidados, a enfermidade nos vier:
- Encaremo-la como um alerta/advertência ou, ainda, como conseqüência do
passado, a exigir um reajuste para voltarmos ao equilíbrio espiritual. - Não compliquemos mais a situação com tristeza e desânimo, revolta e
agressividade. - Busquemos na Medicina e nos recursos espirituais o alívio possível e, quem
sabe, até mesmo a cura. - Procuremos nos conscientizar quanto ao que possa ter causado a enfermidade
e modifiquemos para melhor o nosso comportamento, a fim de evitar o
prosseguimento do mal e sua instalação mais profunda! - Apliquemo-nos no bom emprego de nossas possibilidades de ação (apesar das
limitações que a enfermidade nos cause), a fim de compensar o desequilíbrio já
causado, manter o equilíbrio nas áreas não comprometidas e adquirir
merecimento para sermos socorridos espiritualmente.
Se não formos curados
“Se, porém, malgrado os nossos esforços não o conseguirmos” (ficar curados),
devemos “suportar com resignação os nossos passageiros males”. ( “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”, cap. XXVIII, V, item 77), pois “lesões e chagas,
frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós
mesmos pedimos à farmácia de Deus “. (Emmanuel, em “Seara dos Médiuns”, cap.
“Oração e Cura”).
Quando curados, sejamos gratos
Jesus havia curado um grupo de 10 leprosos. Apenas um retomou para agradecer.
O Mestre indagou:
– Não foram dez os limpos? Onde estão os outros nove?
(Lc. 17:17.) Jesus não fazia questão do agradecimento pessoal. Mas quis
ensinar: A cura sempre representa uma concessão da misericórdia divina, que
permitiu recebêssemos de outrem recursos para nos refazermos e sairmos da
situação dolorosa e prejudicial em que estávamos.
Quem é curado precisa reconhecer isso e ser grato pela colaboração prestada
por quem se fez intermediário dessa bênção.
Não ser grato pela cura revela que a pessoa não entendeu quanto lhe foi
concedido e, provavelmente, não saberá valorizar nem conservar a bênção
recebida. A falta de gratidão ante a cura física revela que a pessoa ainda não
alcançou a cura mais importante e definitiva: a do espírito.
Para não haver recaída
Encontrando no Templo o paralítico que havia curado no Tanque em Betesda,
Jesus lhe diz:
– Olha que já estás curado; não peques mais para que não te suceda alguma
coisa pior. (Jo. 5:14.) De fato, restabelecido o equilíbrio fluídico, é preciso
que a pessoa o mantenha pelos bons pensamentos, sentimentos e atos.
Senão, poderá gerar novas lesões orgânicas ou predisposição para
enfermidades.
Estudos espíritas do Evangelho – EME Editora