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Em Defesa da Vida – Alguns Argumentos Contra a Prática do Aborto II

Em Defesa da Vida – Alguns Argumentos contra a Prática do Aborto II

Relata-nos André Luiz uma operação de aborto de uma moça de 25 anos de idade:

“Nunca supus que a mente desequilibrada pudesse infligir tamanho mal ao próprio
patrimônio.

A desordem do cosmo fisiológico acentuou-se, instante a instante.

Penosamente surpreendido, prossegui no exame da situação, verificando com espanto
que o embrião reagia ao ser violentado, como que aderindo, desesperadamente, às
paredes placentárias.

A mente do filhinho imaturo começou a despertar à medida que aumentava o esforço
da extração. Os raios escuros não partiam agora só do encéfalo materno; eram igualmente
emitidos pela organização embrionária, estabelecendo maior desarmonia.

Depois de longo e laborioso trabalho, o entezinho foi retirado afinal …

Assombrado reparei, todavia, que a ginecologista improvisada subtraia ao vaso
feminino somente pequena porção de carne inânime, porque a entidade reencarnante,
como se mantivessem atraída ao corpo materno forças vigorosas e indefiníveis, oferecia
condições especialíssimas, adesa ao campo celular que a expulsava. Semidesperta
num atro pesadelo de sofrimento, refletia extremo desespero; lamentava-se com gritos
aflitivos; expedia vibrações mortíferas; balbuciava frases desconexas.

Não estaríamos, ali, perante duas feras terrivelmente algemadas uma à outra?
O filhinho que não chegara a nascer transformara-se em perigoso verdugo do psiquismo
materno. Premindo com impulsos involuntários o ninho de vasos do útero, precisamente
na região onde se efetua a permuta dos sangues materno e fetal, provocou ele o processo
de hemorragia, violento e abundante.

Observei mais.

Deslocado indébitamente e mantido ali por forças incoercíveis, o organismo perispirítico
da entidade, que não chegara a renascer, alcançou em movimentos espontâneos a zona
do coração. Envolvendo os nódulos da aurícola direita, perturbou as vias do estímulo,
determinando choques tremendos no sistema nervoso central. Tal situação agravou
o fluxo hemorrágico, que assumiu intensidade imprevista, compelindo a enfermeira
a pedir socorros imediatos, depois de delir, como pode, os vestígios de sua falta.

– Odeio-o! Odeio-o! – clamava a mente materna em delírio, sentindo a presença
do filho na intimidade orgânica. Nunca embalarei um intruso que me lançaria à vergonha!

Ambos, mãe e filho, pareciam agora, por dizer mais exatamente, sintonizados na
onda de ódio, porque a mente dele, exibindo estranha forma de apresentação aos
meus olhos, respondia, no auge de sua ira:

– Vingar-me-ei! Pagarás ceitil por ceitil! Não te perdoarei!… Não me deixaste
retomar a luta terrena, onde a dor, que nos seria comum, me ensinaria a desculpar-te
pelo passado delituoso e a esquecer minhas cruciantes mágoas… Renegaste a prova
que nos conduziria ao altar da reconciliação. Cerraste-me as portas da oportunidade
redentora; entretanto, o maléfico poder, que impera em ti, habita igualmente minh’alma…
Trouxeste à tona de minha razão o lado da perversidade que dormia dentro de mim.
Negas-me o recurso da purificação, mas estamos agora novamente unidos e arrastar-te-ei
para o abismo… Condenaste-me à morte, e, por isso, minha sentença é igual. Não
me deste o descanso, impediste meu retorno à paz da consciência, mas não ficarás
por mais tempo na Terra… Não me quiseste para o serviço do amor… Portanto, serás
novamente minha para a satisfação do ódio. Vingar-me-ei! Seguirás comigo!

Os raios mentais destruidores cruzaram-se, em horrendo quadro, de espírito a
espírito …”

A Colônia dos Rejeitados

Em seu livro “Deixe-me viver”, Luiz Sérgio nos informa sobre um local para onde
são levadas as Entidades que foram abortadas: a Colônia dos Rejeitados, “… que
apesar de bela, possui uma aura triste. Olhei ao meu redor e senti certa melancolia
até nas flores, apesar das fontes de águas cristalinas emitirem suave fragrância
de jasmim”.

Ali, o autor espiritual narra que foram encontrados inúmeros Espíritos com o
perispírito deformado, devido ao choque emocional, atingindo a esfera mental. Eram
criaturas metade homem, metade criança. É isto mesmo! “…homem com fisionomia de
bebê e bebê com fisionomia de homem”.

Estavam ali para recuperarem a forma original de seu perispírito e, após curados
no nível psíquico, tentar uma nova reencarnação.

A frase mais comentada entre essas Entidades, quando se estavam se preparando
para a volta a um corpo físico era:

– “Nem sei se vou conseguir reencarnar, minha mãe não me aceita, já me abortou…
E temo passar outra vez por semelhante situação”.

Como vemos, cada abortado guarda na lembrança o cruel momento do aborto. E levam
muitos anos para adquirirem o seu verdadeiro equilíbrio.

“… fomos levados até uma ala dos recém-chegados… Olhando aqueles fetos, formas
diminutas, meu coração chorou, que triste quadro! Alguns se encontraram protegidos
por mínimas incubadoras, até do tamanho de uma caixa de fósforos, recebendo luz.
Trancafiados em um perispírito reduzido, víamos Espíritos quase dementados, porque
seus pais os rejeitam, mandando-os de volta”.

“Um aborteiro sequer imagina o mal que está fazendo ao próximo e a si mesmo.
Bastava lembrar que, se sua mãe o tivesse abortado, não estaria vivendo a oportunidade
da encarnação”.

3. “O Pensamento de Emmanuel” – Martins Peralva

4. Entidade Espiritual denominada Francisca Theresa, comentando a escolha
da capa do livro “Deixe-me viver”, com um quadro de Renoir, de uma mãe amamentando
a sua criança.

5. “No Mundo Maior” de André Luiz através de Chico Xavier

Continua no próximo Boletim

(Publicado no Boletim GEAE Número 469 de 27 de janeiro de 2004)