Desafio Kardequiano
Temos o hábito, de quando em quando, pegar em nossa estante algum livro que
lemos há algum tempo e rever alguns tópicos que grifamos. Dia destes pegamos A
Gênese, e entre os inúmeros parágrafos marcados, demos com este, no capítulo 1º
Caracteres da Revelação Espírita: “Vós que combateis o Espiritismo, se desejais
que o deixemos para seguir-vos, oferecei mais e melhor do que ele oferece. Curai
mais eficazmente as feridas da alma. Oferecei mais consolo, mais alegrias para o
coração, esperanças mais legítimas, maior segurança. Apresentai um quadro mais
racional do futuro, um quadro mais sedutor. Mas não penseis derrotá-lo com a
perspectiva do nada ou com a alternativa do fogo do inferno ou com a beata e
inútil contemplação perpétua”.
Ao reler o texto ficamos mais uma vez admirados com a posição viril, corajosa
de Allan Kardec, que, sem tergiversar, diz claramente: apresente algo melhor e
desistiremos do espiritismo.
O desafio Kardequiano ainda é válido. Até hoje, quase 150 anos depois,
nenhuma doutrina, filosofia, religião ou crença, se apresentou para aposentar o
Espiritismo. Não! não existe nenhuma que apresenta o mesmo quadro de
racionalidade para solucionar os enigmas humanos.
Não existe porque não estamos atrás de privilégios, de salvação mágica ou de
posições fanáticas. O Espiritismo ensina ao homem que ele é o construtor do seu
destino. Ao fazer a sua semeadura, obriga-se à colheita. Nada mais justo e mais
belo.
Quando nos conscientizamos dos erros enganos cometidos, sabemos de antemão
que não existe o perdão. O arrependimento é um primeiro passo,
porém sabemos que ele não basta por si só, é preciso reparar o erro, e para
isto a oportunidade será oferecida.
O Espiritismo não é uma questão de crença, mas de racionalidade, pois
determina que, antes de crer é preciso compreender. Mas muito, muito tempo se
passará até que alguma doutrina tenha a coragem de aceitar o desafio Kardequiano.