Os politeístas ou pagãos e gentios tinham suas trindades. Um exemplo é a trindade egípcia Isis, Osires e Horus que se misturou com a greco-romana. E não é surpreendente que a trindade deles influenciasse os teólogos cristãos, mesmo porque o Concílio Ecumênico de Niceia em 325 divinizou Jesus Cristo e como sendo da mesma substância do Deus Pai ou da sua mesma natureza. E assim, para o Deus Trino, faltava apenas mais um, o Espírito Santo. Houve uma corrente teológica que ensinava que as Pessoas é que são Três, mas Deus era um só em Três Pessoas, como o triângulo que tem três partes, mas é um só, a qual existe ainda hoje entre muitos teólogos.
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E houve uma mistura da mitologia envolvendo a natureza divina com a humana, como a divinização de Jesus Cristo, o que contribuiu para a antropomorfização de Deus e com destaque para as mazelas humanas. Transformar Deus em pessoa é de fato antropomorfização de Deus, e pior ainda em Três Pessoas, pois é como se fosse uma antropomorfização por atacado… E a Igreja, naqueles tempos, para se segurar, começou a ensinar que ela era inspirada por Deus, o qual ela passou a chamar de o Espírito Santo. E aqui é notória, também, a influência da mitologia, cujas personagem eram mistas, pois eram, ora Deuses, ora pessoas, ou ao mesmo tempo, Deuses e Pessoas…
Certamente, alguns teólogos antigos e mesmo de hoje diriam também, se pudessem, o que estamos dizendo aqui nesta coluna, mas por voto de obediência às autoridades eclesiásticas ligadas ao Bispo de Roma (papa), não poderiam e não podem dizê-las. Mas eu não fiz tal voto, pois não sou padre nem bispo. Então, sou livre para dizer essas coisas.
Quando surgiu o Deus Trino, havia uma grande confusão sobre o Espírito Santo, que é como um substantivo coletivo designando todos os espíritos (Deuses misturando-se com humanos pela influência da mitologia). Os que usavam antes do Espírito Santo o artigo definido ‘o’ eram os que o aceitavam como sendo Deus. E os que o tinham como o conjunto dos espíritos usavam o artigo indefinido ‘um’, ficando assim: ‘um espírito santo’. A coisa se complicou mais porque não existe no grego o artigo indefinido ‘um’, mas ele deve ser usado nas traduções para as línguas que o têm, como o português. Assim, quando na Bíblia há o artigo definido ‘o’ diante de ‘Espírito Santo’, deve-se ler, às vezes, mais corretamente ‘um’ espírito santo, como fazem os teólogos espíritas e outros. Mas os teólogos partidários ‘de o’ Espírito Santo Trinitário divulgaram-no tanto, que Ele ficou mais falado e mais conhecido do que o próprio Deus Pai verdadeiro, único e incriado da Primeira Pessoa Trinitária, quando deveria ser o contrário…
Autor: José Reis Chaves