Divulgação Espírita
Há companheiros que se dizem contrários à divulgação espírita.
Julgam vaidade o propósito de se lhe exaltar os méritos e agradecer os
benefícios nas iniciativas de caráter público
Para eles, o Espiritismo fala por si e caminhará por si.
Estão certos nessa convicção mas isto não nos invalida o dever de colaborar
na extensão do conhecimento espírita para com o devotamento que a boa semente
merece do lavrador.
O ensino exige recintos para o magistério.
O Espiritismo deve ser apresentado por seus profitentes em sessões públicas.
A cultura reclama publicações.
O Espiritismo tem a sua alavanca de expansão no livro que lhe expõe os
postulados.
A arte pede representações.
O Espiritismo não dispensa as obras que lhe exponham a grandeza.
A indústria requisita produção que lhe demonstre o valor.
O Espiritismo possui a sua maior força nas realizações e no exemplo dos seus
seguidores, em cujo rendimento para o bem comum se lhe define a excelência.
Não podemos relaxar a educação espírita, desprezando os instrumentos da
divulgação de que dispomos a fim de estendê-la e honorificá-la.
Allan Kardec começou o trabalho doutrinário publicando as obras da
Codificação e instituindo uma sociedade promotora de reuniões e palestras
públicas, uma revista e uma livraria para a difusão inicial da Revelação Nova.
Mas não é só.
Que Jesus estimou a publicidade, não para si mesmo, mas para o Evangelho, é
afirmação que não sofre dúvida.
Para isso, encetou a sua obra aliciando doze agentes respeitáveis para lhe
veicularem os ensinamentos e ele próprio fundou o cristianismo através de
assembléias públicas.
O “ide e pregai” nasceu-lhe da palavra recamada de luz.
E compreendendo que a Boa Nova estava ameaçada pela influência judaizante, em
vista da comunidade apostólica confirmar-se de modo extremo aos preceitos do
Velho Testamento, após regressar às Esferas Superiores, comunicou-se numa
estrada vulgar, chamando Paulo de Tarso para publicar-lhe os princípios junto a
gentilidade a que Jerusalém jamais se abria.
Visto isso, não sabemos como estar no Espiritismo sem falar nele ou, em
outras palavras, se quisermos preservar o Espiritismo e renovar-lhe as energias
a benefício do mundo, é necessário compreender-lhe as finalidades de escola e
toda escola para cumprir o seu papel precisa divulgar.
Psicografia de WALDO VIEIRA, do livro OPINIÃO ESPÍRITA, edição CEC – COMUNHÃO
ESPÍRITA CRISTÃ, de Uberaba,
Minas Gerais, em 1963.