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Do Outro Lado da Rua

Durante a existência Inteira morou em frente ao Centro Espírita.

Pelos anos afora observou o movimento de gente que entrava e saía –
dirigentes colaboradores, simpatizantes, aprendizes, doentes, pobres…

Nas noites quentes de verão, sentado em confortável poltrona, na ampla
varanda, ouvia ao longe a palavra de vibrantes oradores e impressionava-se com a
lógica dos conceitos espíritas na definição dós problemas humanos… Chegara a
proclamar-se adepto da Terceira Revelação!

E aquela gente que ali cooperava! Que dedicação! Quanto desprendimento! Em
qualquer tempo, com chuva ou frio, sucediam-se. as equipes de trabalhadores na
distribuição de alimentos, na visitação aos enfermos, no socorro aos
desabrigados!

Mas nunca se decidiu a atravessar a rua, perdendo preciosas oportunidades de
serviço e edificação… Espírita! – é preciso atravessar a rua!

Não nos acomodemos na poltrona da indiferença, a ouvir de longe os apelos da
Espiritualidade!… No Centro Espírita está o nosso ensejo maior de participação
como aprendizes e colaboradores… Fortalecê-lo com a nossa presença!
Engrandecê-lo com o nosso trabalho! Sublimá-lo com a nossa dedicação! – eis as
metas Intransferíveis se aspiramos a um futuro de bênçãos!

Façamos do Centro Espírita a nossa escola, a nossa oficina, o nosso templo,
para que nunca tenhamos de ver nele o hospital, atormentados por males e
frustrações que afligem os que não atravessaram a rua!

Crônica publicada no jornal O Clarim – Janeiro de 1975, transformado em
titulo de livro