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A Doutrina do Bom-Senso

A Doutrina do Bom-Senso

 

A Filosofia Espírita prima sempre pelo equilíbrio, e não pelos extremismos alienantes
da rebeldia arrogante, que insulta e violenta a todos com o disparatar do verbalismo
inflamado, a incendiar com a discórdia o campo da paz.

O Movimento Espírita Brasileiro está sendo agitado, por abusos cometidos pelos
pseudo-sábios espíritas, que disseminam absurdos à mancheias. Os fluidistas são
estudiosos da obra de Roustaing e os laicistas adversários dos roustainguistas.

Lamentavelmente com esse bate-boca, Kardec é colocado em segundo plano, ou, o
que é pior, esquecido.

Fazer do espiritismo meio de dissensão é, sem dúvida nenhuma, um absurdo dos
mais grosseiros. Allan Kardec, o mestre por excelência, mostrou que a educação espírita
se faz de forma integral com Jesus, aliás, esse é o pensamento que dá base a toda
Doutrina Espírita. Então por que toda essa algaravia em torno de Jesus?

A religião Espírita é natural, está na Natureza, porque é aonde encontramos as
leis de Deus, que também está em nossa consciência. Não vai levar a nada os formalismos
farasaístas, e nem a indiferença daqueles que propagam um Espiritismo sem Jesus.

Na introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Kardec em suas primeiras
palavras, declara com sabedoria:

“Podem dividir-se em cinco partes as matérias nos Evangelhos: os atos comuns
da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela
Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ENSINO MORAL.
As quatro primeiras
têm sido objeto de CONTROVÉRSIAS: a última porém, conservou-se constantemente INATACÁVEL.
Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos
os cultos podem reunir-se, estandarte sobre o qual podem todos colocar-se, quaisquer
que sejam suas crenças, porquanto jamais constituiu MATÉRIA DAS DISPUTAS RELIGIOSAS,
que sempre e por toda parte se originam das questões dogmáticas. Aliás, se discutissem,
nele teriam as seitas encontrado a sua própria CONDENAÇÃO, visto que, na MAIORIA,
elas se agarram mais à parte MÍSTICA do que à parte MORAL, QUE EXIGE DE CADA UM
A REFORMA DE SI MESMO.”

Sublinhamos algumas palavras que, é bem possível, tenham passado despercebidas
daqueles que pretendem, fazer da Doutrina Espírita, um angu de caroço.

Nem oito, nem oitenta, o Espiritismo deve ser o fiel da balança das leis morais
e deixar as carolices ou impertinências dos ideólogos quixotescos que pensam revolucionar
o mundo, no disparatar acidulante da verborragia desvairada no matraquear desnecessário
dos propagadores da discórdia.

Vamos botar a mão na consciência e lembrar que as leis de Deus, estão escritas
em nossa consciência e não esquecer, que Jesus continua senso “o tipo mais perfeito”
que ele é para toda humanidade, o guia e modelo que todos devemos seguir.

E para encerrar:

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços
que emprega para domar suas inclinações más.”

(Publicado no CORREIO FRATERNO DO ABC, Ano XXXIV, Nº 385, Fevereiro de 2003)