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União Estável à Luz da Doutrina Espírita

União Estável à Luz da Doutrina Espírita

Realmente não existem coincidências. No Universo, a Inteligência Suprema que
a tudo e todos dirige, traça um plano individual e coletivo para toda a humanidade,
em todos os planos e mundos, conhecidos e desconhecidos dos sentidos limitados dos
homens de nosso planeta. Portanto, concordamos em que não existe o “acaso“.
Também não acreditamos no destino da maneira como tem sido forjado pela mente humana.
Acreditamos no Amor. Acreditamos na Lei de Reprodução, Justiça, Amor e Caridade.
Acreditamos que os espíritos, encarnados e desencarnados, se buscam nas multidões
deste Universo fantástico e magnífico. Em “O Livro dos Espíritos”, na pergunta 386,
encontramos: “Podem dois seres que se conheceram e estimaram encontrar-se em outra
existência corporal e reconhecer-se?” A resposta dos Espíritos Superiores dada a
Allan Kardec foi: “Reconhecer-se não. Podem, porém, sentir-se atraídos um
pelo outro
. E, freqüentemente, diversa não é a causa de íntimas
ligações fundadas em sincera afeição
. Os dois seres se aproximam devido
a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade, resultam da
atração de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre
a multidão” (grifos nosso) . Só que, na verdade, podem não ter se conhecido em outras
existências, mas são espíritos afins ou por ideais ou por
sentimentos
ou por necessidades. São espíritos simpáticos. Não podemos
esquecer que isto não quer dizer estarem no caminho do bem. Nossos sentimentos,
objetivos e idéias podem estar distorcidos, não acompanhando a Lei Divina.
Como também podemos dizer: Somos antipáticos àquele grupo. Mas isso acontece porque
nossas idéias se contrapõem às deles, por já conhecermos ou recordarmos a Lei de
Deus, que está gravada em nossa consciência.Também acreditamos que dois espíritos
possam encarnar para um dia se encontrarem e muito se amarem.
Existem, sim, conforme citado por Saulo de Tarso do CEPEAK, as uniões, provacionais,
sacrificiais, afins e transcendentais. A maioria das uniões
são provacionais, onde duas almas se encontram em processo de reajustamento. Daí
as desarmonias, a desconfiança, os conflitos.Mas, também, entendemos que
o verdadeiro casamento ou
união é o casamento
ou
união de “almas”. Os outros são relações de amizade,
ajuda mútua ou mesmo ajuste de contas. A união sacrificial é aquela em que uma alma
iluminada se propõe a ajudar uma alma que se atrasou na sua jornada evolutiva. A
união afim é aquela que reúne almas esclarecidas que muito
se amam
. As pessoas sentem como que se já tivessem se encontrado antes.
E o amor é profundo, em paz e harmonia. A união transcendente
é aquela de almas engrandecidas no bem que se reencontram no plano
físico para grandes realizações. Não importam, nestes casos (afins e transcendência),
as diferenças culturais ou sociais
. Ao longo de nossa existência e trabalho
na Seara Espírita e dedicação a estudos e pesquisas, seja no espiritismo experimental,
filosofia ou religião, chegamos também a conclusão que, a medida em que o homem
evolui do Reino Hominal para o Reino Espiritual, sem hipocrisia, como nos alerta
o Prof. José Herculano Pires, e agindo de acordo com as Leis Divinas (Leis Naturais),
mesmo as pessoas casando-se mais de uma vez,
para o
plano maior o que vale é o
casamento de almas
, ou seja, a combinação vibratória
de dois seres (humanos) que se amam.

Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, não punirá seus filhos por muito
amarem ou se reencontrarem em alguma destas novas viagens, mesmo quando as condições
dos homens, na atualidade, com suas Leis Sociais adequadas apenas à sua ânsia de
poder, sejam as mais adversas possíveis.

O que se condena são os excessos, a promiscuidade, as desculpas de que agora
se encontrou a “alma gêmea” para se cometer abusos e enganar os incautos. O que
a Doutrina Espírita, enquanto moral cristã, apregoa é a paciência, tolerância, abnegação,
resignação, fraternidade, ajuda aos nossos semelhantes e em especial aos nossos
parceiros de labuta diária, especialmente se temos filhos, presentes de Deus que
temos sob nossa responsabilidade de educar e formar para o porvir.

Acreditamos que o matrimônio ou união estável verdadeiramente só se realiza com
acerto e em virtude de mútua simpatia. Assim, com afinidade e transcendência,
será uma união perfeita e inseparável, um laço forte que prenderá os casais pela
eternidade afora.

Sabemos que nos tempos antigos a existência de muitos filhos era considerada
uma grande riqueza. As mulheres estéreis eram, por sua vez, perseguidas. Daí Móises
ter consentido na “carta de divórcio”. O Homem-Jesus objetivando coibir esse abuso
procurou remediar e disse: “Eu, porém vos digo que aquele que repudiar sua mulher
a não ser por motivo de adultério e casar com outra, comete adultério; assim como
aquele que casar com uma mulher repudiada, também comete adultério”.

Ora, para Deus nada valem os corpos; só os Espíritos valem. Entendemos, então,
que a união do homem e da mulher será então ao mesmo tempo a união de dois corpos
para a reprodução, todavia determinada por poderosa e irresistível simpatia, uma
aliança que se efetive para sustentação e apoio mútuos, no desempenho dos encargos
da existência, dos sofrimentos e dos infortúnios
, na inteligência de Faride
Moutran do FEEU de Porto Alegre.

Concluímos que o matrimônio e/ou a União Estável de dois seres que se
amam, realizados com amor sublime, puro e verdadeiro, com base nas grandes famílias
espirituais das quais fazemos parte, será uma união indissolúvel de dois espíritos
em cumprimento às palavras do Divino Mestre: “Já não são dois, mas uma só carne;
não separe o homem o que Deus uniu”.

Que Deus abençoe todas as uniões realizadas com pureza d’alma, com simpatia plena,
sem provocar dores e sofrimentos e, com profundo respeito aos que não continuarão
conosco as jornadas ainda a serem trilhadas.

Somos, em fim, uma grande família e irmãos em Cristo, filhos do mesmo Pai, e,
portanto, evitemos os ódios e rancores que provocam as separações traumatizantes,
evitemos o desprezo de nossos filhos e, por fim, evitemos os desgostos dos familiares
carnais, para que não construamos novos débitos na contabilidade divina.

Conclamamos todos os irmãos a agirem com equilíbrio e sabedoria na constituição
de suas uniões, seja pelo matrimônio, seja àquelas denominadas estáveis, seja na
manutenção das antigas uniões, seja na constituição de novas famílias, a partir
de famílias pré-existentes. Mas, não olvidemos jamais que o homem está neste globo
terrestre para crescer e se desenvolver espiritualmente, para ser feliz, e neste
contexto a família, pelo matrimônio e/ou união estável é o pilar, o sustentáculo
para evolução da humanidade.

Fontes:

  • O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec – Ed. FEB.- 109ª
    Edição, 1994.
  • O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – Ed. IDE, 119ª Edição, 1998.
  • Curso Dinâmico de Espiritismo – O grande desconhecido – José Herculano
    Pires – Ed. Paidéia – 2ª Edição, 1982.
  • Bíblia Sagrada – Edição Missionária – Tradução de João Ferreira de Almeida
    Atualizada no Brasil, 2ª Edição, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
  • Jornal do CEPEAK – MAI/JUN –2002 –Tipos de Casamento e a Sociedade Pág.
    8 – Artigo de Saulo de Tarso.
  • Imitação do Evangelho – FEEU – 1ª Ed. Julho 1976 – Faride Moutran – Prefácio
    de Edgard Armond em 24.12.1971 e com brilhante Parecer do Prof. J. Herculano
    Pires, em 2.03.1972.

 

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