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Ecumenismo é concórdia

A Igreja Católica faz parte do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs),
isto é, um grupo de igrejas cristãs mais antigas e que têm algumas afinidades doutrinárias
ou são menos radicais entre si. Não fazem parte do CONIC as chamadas Igrejas Evangélicas.
Pela segunda vez, as outras igrejas do CONIC juntaram-se à Igreja Católica na sua
Campanha da Fraternidade, que é, pois, ecumênica em 2005, e cujo lema é: “Felizes
os que promovem a paz!”

Em princípio, é ótima essa busca de entendimento. Mas até parece que existe mesmo
aquele tal de “diabo” da Igreja Católica do passado e que, ainda hoje, é a coqueluche
das igrejas evangélicas, e até mesmo também, de algumas do próprio CONIC. Eu disse
que até parece que existe o tal de “diabo”, porque, na verdade, do jeito que o imaginam
e apregoam certos líderes religiosos cristãos, ele não existe. Ele nada mais é do
que um espírito humano atrasado desencarnado. Muitos padres e pastores sabem disso,
só que não o falam publicamente, pois que tal procedimento trar-lhes-ia complicações.
E dissemos também que parece que existe o “diabo”, porque alguma coisa está prejudicando
a Campanha da Fraternidade 2005. É que o CONIC está acentuando a divisão que há
entre ele e as igrejas evangélicas, cujos fiéis representam o maior número de cristãos,
depois dos católicos. Realmente, essa aproximação entre católicos e protestantes
do CONIC afasta dessa organização, mais ainda, as igrejas evangélicas. E não estaria
o CONIC buscando justamente o fortalecimento do seu bloco, para defender os seus
próprios interesses materiais e egoístas? Se for o caso, os evangélicos até teriam
uma certa razão, ao proferirem suas “diabólicas” anatematizações contra ele, do
tipo: “O CONIC é o conselho das igrejas do diabo!” E caminharia o CONIC para a discriminação
dos cristãos evangélicos, como o está fazendo com os cristãos espíritas?

O ecumenismo já é uma campanha de fraternidade, pois ele é também concórdia.
Mas é só com caridade e boa vontade que se faz concórdia. Stº Tomás de Aquino percebeu
isso: “A concórdia não é uniformidade de opiniões, mas concordância de vontades.”
E concordância de vontades não se faz com blocos isolados e discriminatórios, que,
por si sós, anulam o verdadeiro ecumenismo!

O teósofo e biblista José Reis Chaves escreve neste espaço às segundas-feiras.