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A Educação Entre o “Sim” e o “Não”

A Educação Entre o “Sim” e o “Não”

A sociedade hodierna vive um momento difícil no que se refere à educação. Os
pais já não têm mais domínio sobre seus filhos.

Depois de séculos de repressão, impostos em nome de uma crença religiosa, que
condenava a liberdade sob a afirmativa de ser ela a causa para o pecado, tivemos
no presente século, até, mais ou menos, a década de 60, a aplicação de uma
educação rígida, proibitiva e punitiva, marcada pelo excesso do uso do “não”.

Após tanta repressão, os jovens saturados, decidiram se rebelar, criando a
“geração dos hippies”, que marcou época.

Esses jovens que lutaram tão intensamente pela liberdade, caminharam no tempo
e se fizeram pais. E como pais, se deparam hoje, com o outro extremo da questão,
no que se refere ao uso da liberdade. Seus filhos querem uma liberdade sem
freios, onde tudo seja permitido. No seu tempo tudo era proibido; hoje, na
educação moderna, é proibido proibir algo.

Estamos num momento transitório, entre uma educação que usava o “não” em
excesso e outra que usa o “sim” em demasia. Através da experiência alcançaremos,
sob a tutela de Jesus, o sublime educador, o equilíbrio, na consolidação de um
processo educativo onde sejamos motivados à liberdade de fazer o que seja bom, o
que seja correto, o que seja saudável para o corpo e para o espírito; mas também
onde sejamos disciplinados pela autoridade que nossos pais devem exercer sobre
nós, coibindo nossos excessos, abusos e atitudes libertinas, que sejam
prejudiciais a nós mesmos e/ou à coletividade em que vivemos. Afinal dizer não
também é preciso.

Jesus, o divino educador, já nos ensinou a dois mil anos: “– Seja o vosso
dizer sim, sim e não, não.” Na educação esta deve ser a fórmula mágica. Há
momentos em que é necessário dizer sim, permitindo o aprendizado de nossos
pupilos e há momentos em que é imprescindível dizer não, impondo nossa
autoridade moral, como meio de impedir ou pelo menos amenizar a ação e a
manifestação do mal.

(Publicado no Boletim GEAE Número 410 de 6 de fevereiro de 2001)