EQM: Uma Evidência Científica da Realidade do Espírito
Acácio Ferreira Carvalho Filho
Subúrbio de Recife: a pacata senhora estava cuidando de seus netos. Pensativa, refletia sobre as dificuldades de sua existência, em contraponto às várias alegrias que tivera ao longo de quase 60 anos de vida… Sorria observando as crianças, quando a dor no peito apareceu. Forte. Insuportável! Acidente cardiovascular. Gritos, correria, telefones, ambulância, sirenes, hospital. A equipe médica faz de tudo para manter a vida daquela simpática vovó. Os aparelhos descarregam energia elétrica no peito para regularizar os batimentos cardíacos. Tudo em vão. Os monitores mostram linha reta: parada cardio-respiratória, pressão arterial nula, temperatura do corpo baixando, pupilas dilatadas, sinais de morte – Perdemos a paciente – diz o médico, retirando a máscara. Os auxiliares tratam de desligar os aparelhos. Enquanto isso, a vovó assiste a tudo, flutuando sobre a mesa da unidade cardiológica. Tenta dizer ao médico que ela está viva, mas o doutor não a escuta. Sente-se bem, feliz, leve, como há muito tempo não acontecia. Olha para o corpo inerte na mesa e pensa: – como posso ser eu, como posso estar morta, se eu estou aqui, plenamente consciente de tudo o que acontece?
Está ocorrendo mais uma das experiências de quase-morte – conhecidas por EQM’s -, dentre os milhares de casos relatados pela ciência médica nos últimos 30 anos. Em 1975, um médico norte-americano, Raymond Moody Jr., Ph.D., trouxe ao conhecimento do grande público, uma coletânea de relatos similares a este, através de sua obra “Vida depois da Vida”, que teria ainda duas continuações, dado o sucesso alcançado. A partir daí, mais e mais pesquisadores sérios buscaram explicações para o fenômeno, publicando vários estudos em revistas especializadas. As visões seriam fruto de reações químicas no cérebro? Seriam resultado de drogas ou anestésicos? Seriam alucinações ou sonhos? Ou estaríamos próximos de comprovar a realidade do espírito? A prova que as religiões de todas as épocas buscam para mostrar que após a morte, uma parte essencial do homem sobrevive: o seu intelecto, as suas emoções, a sua alma, a parte espiritual.
Segundo os estudos, as experiências de quase-morte têm características similares, independente da formação cultural, intelectual ou da situação econômica dos pacientes. Independem até mesmo da idade, pois há casos específicos de ocorrência com crianças. Iniciam sempre com acidentes cardiovasculares, afogamentos, choques elétricos, complicações anestésicas em cirurgias, atropelamentos, etc. Os pacientes trazem todos os sintomas de morte clínica. Ao mesmo tempo em que médicos, familiares e amigos, estão fazendo de tudo para socorrer as vítimas, estas flutuam sobre o seu corpo físico, acompanham os acontecimentos e percebem que possuem um outro corpo, diáfano, transparente, e que sua consciência acompanha este novo corpo, de natureza espiritual. Têm uma sensação interior de paz, às vezes ouvem ruídos ou assistem ao desenrolar de suas vidas como um filme rodado em incrível velocidade, de modo a que nenhum fato se perca, até os mais banais. Encontram-se com seus familiares e amigos já falecidos, com imensa alegria. Todos dizem-lhe das tarefas desenvolvidas no mundo espiritual, da necessidade de continuar trabalhando, evoluindo, estudando. Que os laços familiares não se rompem, pelo contrário, se fortalecem, através do amor e do perdão.
Finalmente, a pessoa encontra-se com um ser de luz, que resplandece de amor e compreensão. Esse ser divino, evoluído, mostra os erros e acertos da existência corporal, e a própria pessoa faz o seu auto-julgamento. Nesse momento não importam as facilidades materiais, a riqueza, o poder, as posições sociais, apenas interessa o bem e o conhecimento que existe em cada pessoa, independente de suas crenças religiosas ou filosóficas. A pessoa conscientiza-se que o conhecimento existe para ser compartilhado com o próximo e acima de tudo, praticado. Vê-se diante de um obstáculo, um muro, uma parede, uma ponte, e sabe que a sua hora ainda não é chegada. Sente uma vontade irresistível de voltar ao seu corpo físico e é por ele magneticamente atraído. Para surpresa de todos, a pessoa torna à vida, como por milagre!
Há relatos de EQM’s que duram mais de 10 minutos, quando sabemos que apenas 3 minutos sem oxigenação cerebral deixam graves seqüelas neurológicas. Os médicos não sabem como reagir, mas os casos multiplicam-se. Uma pesquisa do Instituto Gallup mostra que nos Estados Unidos mais de 8 milhões de pessoas já passaram por uma EQM. Nenhuma explicação fisiológica, psicológica, neurológica ou farmacológica atende à totalidade dos casos. Finalmente a ciência está trazendo evidências para solucionar as principais questões da razão de ser da Humanidade: O que somos? De onde viemos? Aonde vamos? As respostas estão aí: ingressamos na Era do Espírito…
Cerca de 6 minutos depois que os auxiliares desligaram os aparelhos, a nossa vovó abre desmesuradamente os olhos e instala-se um verdadeiro pandemônio na moderna clínica cardiológica em Recife! Ela não morreu, apesar de todas as provas clínicas mostrarem que sim! O sorriso da vovó indicava que não chegara o seu momento, e deu-lhe a certeza de que a morte não existe, é apenas uma transição. Seus netos ainda irão ouvir as suas histórias. E a vida continua…
Acácio Ferreira Carvalho Filho ( PE )
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