Espiritismo é a Religião
É Ciência, sim, Filosofia também, mas, acima de tudo, a sua base principal,
mais sólida e indestrutível, é a Religião.
Se o Espiritismo não for Religião, o Cristianismo também não é. Não foi o
próprio Jesus quem afirmou, no Evangelho de João, Capítulo 14, Versículos 14 a
28, que Ele tinha muita coisa ainda a dizer mas que os homens não podiam
suportar, entender, naquela época e que, mais tarde, Ele mandaria o Consolador,
o Espírito da Verdade, que iria repetir o que Ele disse, ensinar novas verdades
e anunciar as coisas que viriam? E que esse Consolador iria corrigir o mundo do
pecado, da justiça e do juízo?
Não é, por acaso, isso que a Doutrina Espírita está fazendo, restaurando o
Cristianismo na Terra, chegando ao mundo e impondo à inteligência e ao coração
de todos, através da fenomenologia mediúnica, dos seus fundamentos científicos,
filosóficos e religiosos?
Como ciência, Ela trata da origem, da natureza e do destino dos Espíritos;
além das relações entre o mundo corporal e espiritual.
Como Filosofia, Ela compreende todas as conseqüências morais e derivadas
dessas relações.
E como Religião, Ela restabelece todos os ensinamentos do Cristo, faz
novas revelações, consola os aflitos, orienta a todos no caminho certo para seu
progresso, sua felicidade, sua evolução, rumo a Deus. Logo, ela é RELIGIÃO.
Todos os livros de Allan Kardec estão impregnados da moral e dos ensinamentos
do Cristo, as obras complementares e, de maneira especial, os livros da produção
mediúnica de Francisco Cândido Xavier, um dos maiores Profetas de todos os
tempos depois de Jesus, têm como base fundamental esta mesma Moral Cristã.
O Espiritismo só não é religião, (segundo Allan Kardec, na Revista
Espírita de 1868, página 357) e não tem nenhuma característica de religião, na
acepção usual do vocábulo “religião”, naquela época de Kardec, como conjunto de
dogmas, ritualismos, cerimônias exteriores, teologias humanas, crença cega,
biblismo desenfreado e interpretado segundo a letra que mata e não com o
Espírito que vivifica.
É por isso que Allan Kardec, na Revista Espírita de julho de 1859, página
213, Editora Cultural Espírita Ltda – Edicel – afirmou ainda que o Espiritismo
estava fora de todas as crenças dogmáticas, ditas religiosas segundo a concepção
da época e que, sob este ponto de vista, não era religião.
O Cristianismo do Cristo, segundo grande pensador cristão, é Profético,
Evangélico, Místico e Espiritual. E o Cristianismo dos homens é teológico,
eclesiástico, hierárquico e sacramental.
Analisado por este ângulo do cristianismo dos homens, realmente o Espiritismo
não é religião. Mas como a Doutrina se baseia nas Revelações Proféticas
(autênticas, do Alto), no Evangelho do Cristo e todo o seu conteúdo leva à
profunda evolução espiritual, então o Espiritismo ou a Doutrina Espírita é,
repetimos, A RELIGIÃO, com todas as letras maiúsculas.
Emmanuel estava com a razão quando escreveu:
“No aspecto religioso repousa a grandeza divina do Espiritismo, por
constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, para a grandeza de seu
imenso futuro Espiritual”.